Coleção pessoal de aesirslayer
A vida é mais intuição
E imaginação que
Conhecimento.
Vez que o conhecimento
Limita-se à experiência,
Enquanto a imaginação
Abrange o infinito.
Nada de grandioso
Algum dia existiu
Sem antes ser sonhado.
Pois é do fantástico imaginário
Que surgem os meios
Para reinventar a realidade.
As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã.
Imaginar é mais importante que saber, pois o conhecimento é limitado enquanto a imaginação abraça o Universo.
Nunca digas que esqueceste um amor diga apenas que consegue falar nele sem chorar, pois o amor é... inesquecível.
A gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.
Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.
A fantasia situa-se numa camada desprendida dos círculos de órbita da realidade; a qual alcançam apenas aqueles que viajam para além das férteis terras da imaginação; o reinventar das coisas já concebidas como tal; senão o próprio desmistificar dos mitos.
A despeito das ideias não serem nada senão a mera sombra das ações; ainda existem algumas pessoas que ponderam a essência da vida e vivem-na conforme tais juízos, independente de toda a sorte de empecilhos externos. E, ao meu ver, nisto consubstancia-se o ideal do Ser livre.
A separação Estado-Igreja foi a grande derrocada da hegemonia do 'poder divino' que era exercido sobre os homens de outrora. Vez que a coação moral estabelecida pelo temor aos deuses foi substituída pelas sanções estatais em descumprimento às leis de direito.
Na verdade, qual idealização é capaz de se manter, qual sonho pode persistir indefinidamente, quando confrontado com a precariedade natural dos seres e a monótona cantilena da eterna repetição das coisas?
Escravo de Si Mesmo
A suposição de que a identidade de uma pessoa transcende, em grandeza e importância, tudo o que ela possa fazer ou produzir é um elemento indispensável da dignidade humana. (...) Só os vulgares consentirão em atribuir a sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência serão «escravos e prisioneiros» das suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que mera vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão ou mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem.
Hannah Arendt, in 'A Condição Humana'