Coleção pessoal de aesirslayer

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A vida
A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro.
Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode. Todos levam consigo, até o fim, viscosidade e casas de ovo de um mundo primitivo.
Há os que não chegam jamais a ser homens, e continuam sendo rãs. esquilos ou formigas. Outros são homens da cintura para cima e peixes da cintura para baixo.
Mas cada um deles é um impulso em direção ao ser.

AH! É difícil achar esse trilho de Deus em meio à vida que levamos, na embrutecida monotonia de uma era de cegueira espiritual, com sua arquitetura, seus negócios, sua política e seus homens! Como não haveria de ser eu um Lobo da Estepe e um mísero eremita em meio de um mundo de cujos objetivos não compartilho, cuja alegria não me diz respeito! Não consigo permanecer por muito tempo num teatro ou num cinema. Mal posso ler um jornal, raramente leio um livro moderno. Não sei que prazeres e alegrias levam as pessoas a trens e hotéis superlotados, aos cafés abarrotados, com sua música sufocante e vulgar, aos bares e espetáculos de variedades, às Feiras Mundiais, aos Corsos. Não entendo nem compartilho essas alegrias, embora estejam ao meu alcance, pelas quais milhares de outros tantos anseiam. Por outro lado, o que se passa comigo nos meus raros momentos de júbilo, aquilo que para mim é felicidade e vida e êxtase e exaltação, procura-o o mundo em geral nas obras de ficção; na vida parece-lhe absurdo. E, de fato, se o mundo tem razão, se essa música dos cafés, essas diversões em massa e esses tipos americanizados que se satisfazem com tão pouco têm razão, então estou errado, estou louco. Sou, na verdade, o Lobo da Estepe, como me digo tantas vezes – aquele animal extraviado que não encontra abrigo nem alegria nem alimento num mundo que lhe é estranho e incompreensível.
(P. 26 do livro O Lobo da Estepe)

Só há felicidade se não exigirmos nada do amanhã e aceitarmos do hoje, com gratidão, o que nos trouxer. A hora mágica chega sempre.

É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé, mas não matar por ela.

A sabedoria não pode ser transmitida. A sabedoria que um sábio tenta transmitir soa mais como loucura.

Se temos a possibilidade de tornar mais feliz e mais sereno um ser humano, devemos fazê-lo sempre.

Ninguém pode ver nem compreender nos outros o que ele próprio não tiver vivido.

A paz não é um estado primitivo paradisíaco, nem uma forma de convivência regulada pelo acordo. A paz é algo que não conhecemos, que apenas buscamos e imaginamos. A paz é um ideal.

Se você odeia alguém, é porque odeia alguma coisa nele que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos perturba.

Nada lhe posso dar que já não exista em você mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de imagens, além daquele que há em sua própria alma. Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.

Todas as paixões nos levam a cometer erros, mas o amor faz-nos cometer os mais ridículos.

Se resistimos às nossas paixões, é mais pela fraqueza delas que pela nossa força.

Quando praticar qualquer falta, procure remediá-la e não desculpá-la.

Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos.

Quem recusa uma lisonja é porque procura ser lisonjeado duas vezes.

A confiança que temos em nós mesmos reflete-se, em grande parte, na confiança que temos nos outros.

O prazer do amor é amar e sentirmo-nos mais felizes pela paixão que sentimos do que pela que inspiramos.

O que nos torna insuportável na vaidade dos outros é que ela colide com a nossa.

As pessoas fracas não podem ser sinceras.

Nunca se é tão feliz nem tão infeliz como se imagina.