Coleção pessoal de adyla_maciel_emediato

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ESPIRITUALIDADE

Fui evangélica durante 18 anos. Passei 18 anos dentro da Assembléia de Deus, mas cá entre nós, nunca acreditei naquele Deus grandão com barba de papai noel e olhos de fogo como diz a bíblia. Tudo é muito surreal. Os filhos de pastores andando de carrões e comendo do bom e do melhor enquanto muitas ovelhinhas do senhor morriam sufocadas dentro da caverna. Em Efesíos 5:22 a bíblia pede para as mulheres serem submissas. A palavra "Submissão " significa
“viver abaixo da própria missão de vida” E quem quer viver abaixo da própria missão de vida? Foi então que encontrei o ateísmo, depois o autoconhecimento e em seguida descobri que eu era " Empata" Me juntei a colegas sensitivos, indigos e empatas afim de trocar experiências e ajudar uns aos outros. Tudo que um empata não quer é “viver abaixo da própria missão de vida” Como Empata descobri que "Não não existe despertar de consciência sem dor. Agradeço ao universo por todas as experiências que eu vivi, agradeço imensamente o ano de 2018 que foi o melhor ano da minha vida, repleto de conquistas e muita resistência.
Gratidão!
Aos evangélicos e seguidores da bíblia; perdão pelo desabafo.

Maciel, Ádyla 2018 SP ©

CANÇÃO DE AMOR À PÁTRIA

O ensino é precário
O caminho é longo
A estrada é quente
O salário é baixo
O trabalho é árduo
Sou um simples “latino”
Americano
Sem inglês e sem diploma
Não danço funk
Não canto samba
Logo não tenho chance
E do outro lado do oceano
Continuarei sendo
A poeira dos sapatos dos gênios
Gênios?
Aqueles que sabem mexer.
O bumbum?
Não
Com números
Com calculadora
Com orçamento
Com ciência
Com salário quente
Com trabalho baixo
Com carreira longa.
Esses também são mortais.
Mas antes de morrer, terão feito.
Terão vivido.

TUAREGUE por Ádyla Maciel

Sou andarilho do tempo como os tuaregues do norte da África, apesar da bela paisagem odeio ter que partir tão cedo, assim tão escuro, antes do amanhecer. Nasci para percorrer os quatro cantos da terra, como os atletas superhumanos, como os monges e hippies, porém odeio atravessar o rio em dias de enchentes, mas amo ser água, águia, fênix porque o céu é bonito em qualquer lugar. Sempre amplo, sempre claro.

UMA ASA LAVA A OUTRA

conto de Ádyla Maciel

Era 25 de junho, já chegando o finalzinho do semestre. Tiê usava um óculos boca de garrafa e sentava-se sempre nas árvores da frente, dedicada e silenciosa.
A professora Coruja entrou na mata e disse aos alunos:
—Boa tarde passarada! Já terminamos o nosso conteúdo de aritmética, agora aprenderemos os algarismos romanos. Alguém aqui conhece algum número romano?
E uma voz gritou do fundo da sala. Era Juriti.
—A Tiê não sabe nem quanto é 1+1, não conhece nem os números brasileiros, como saberá os números romanos?
Todos os pássaros da classe começaram a rir. Tiê não deu importância aos comentários de mau gosto.
Alguns dias se passaram e saiu o resultado da prova de matemática, Tiê tirou zero, apesar de ter estudado muito e freqüentado todas as aulas da tia Coruja. Sentiu-se triste, desmotivada e com muito medo das possíveis broncas que receberia de seus pais.
Na hora do intervalo, Tiê voou até o parquinho e sentou-se num balanço, abriu sua lancheira e começou a comer seu sanduíche de alpiste. Quando suas lágrimas estavam quase secando, três passarinhos se aproximaram e começaram a falar da nota que tinham tirado na disciplina de matemática. A águia tirou 9, o beija-flor 8,5 e Juriti 10,00.
Perguntaram a nota de Tié e ela ficou muito sem jeito. Juriti, que tinha tirado a nota máxima zombou de Tié
—Aposto que tirou zero; eu tirei 10, sou a mais inteligente da mata.
A professora Coruja, preocupada com o desempenho escolar de Tié encaminhou-a para o gavião psicopedagogo. Lá descobriram que ela tinha discalculia, um transtorno caracterizado pela inabilidade de refletir sobre tarefas e coisas que envolve números. Logo que descobriu, iniciou o tratamento e foi entendendo aos poucos qual era seu lado direito e seu lado esquerdo, além de aprender a lidar minimamente com números.
Tiê tinha sempre notas boas em português e nas demais diciplinas e descobriu que Juriti tinha muita dificuldade em português, então resolveu ajudá-la, descobriu também que que Juriti tinha dislexia, dificuldade para compreender palavras e interpretar textos.
Juriti aceitou a ajuda de Tiê e em troca ofereceu aulas de matemática.
Tié passou a dar aulas de português para Juriti e Juriti passou a dar aulas de matemática para Tiê.
Juriti percebeu que uma mão lava a outra, e se ajudarmos uns aos outros aprenderemos a voar mais longe e mais alto para lugares belíssimos. Todos nós temos alguma limitação. Isso não significa que não somos inteligentes, temos diferentes níveis de aprendizagens. Existem diversos tipos de inteligência, entre elas a linguística, a musical, a espacial, a naturalista e muitas outras. Assim como os peixes que sabem nadar e os pássaros que sabem voar.