Coleção pessoal de adetunedradio
O meu ideal seria viver tudo em romance, repousando na vida - ler as minhas emoções, viver o meu desprezo delas.
Assim éramos nós obscuradamente dois, nenhum de nós sabendo bem se o outro não era ele-próprio, se o incerto outro viveria...
E tudo aquilo - toda esta frescura lenta da manhã leve, era análogo a uma alegria que ele nunca pudera ter.
E nós não nos peruntávamos para que era aquilo, porque gozávamos o saber que aquilo não era para nada.
Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: viver não é necessário, o que é necessário é criar.
Mesmo a circunstância de eu ir publicar um livro vem alterar a minha vida. Perco uma coisa - o ser inédito.
Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada.
G. Junqueiro? Tenho uma grande indiferença pela obra dele. Já o vi... Nunca pude admirar um poeta que me foi possível ver.