Coleção pessoal de Acirdacruzcamargo
O Brasil foi palco, de 1930 a 1945, de uma luta extrema entre o velho e o novo. Velhas foram, sob todos os aspectos, as relações feudais que aqui sempre importaram em fragmentação e privilégio; novas eram as reformas que, avançando aceleradamente, às vezes, estagnando outras vezes, procuravam vencer os obstáculos ao desenvolvimento nacional - O populismo: a confusão conceitual
A medida, porém, que a exportação do algodão tornou-se o interesse vital desses estados, o negro foi sobrecarregado e a consumação de sua vida em sete anos de trabalho tornou-se parte integrante de um sistema friamente calculado. Não se tratava de obter dele uma certa massa de produtos úteis. Tratava-se de produção de mais-valia ao máximo - História da Burguesia Brasileira
"O arvorecer do capitalismo, assim, exige a manutenção das áreas coloniais como escravistas. O desenvolvimento capitalista posterior exigirá a suspensão do tráfico negreiro e do trabalho escravo" (História da Burguesia Brasileira)
"Mal os homens tinham descoberto a troca e começaram logo a ser trocados eles próprios"
(Origem da Família - citado em História da Burguesia Brasileira)
"Na verdade, Vargas era, na eventualidade, um instrumento da História, como dirigente mais esclarecido que a burguesia brasileira conheceu" (O populismo: a confusão conceitual)
"Atos públicos, como os que se realizaram nas comemorações do 1º de Maio e outros, relacionados quase sempre com decisões relativas ao trabalho, mostram que Getúlio Vargas, personagem central da época, desfrutou de prestígio popular incomum em ditadores" (O populismo: a confusão conceitual)
"Para a conquista do poder, em 1930, a burguesia, seguindo a ordem natural da composição política, não só se voltou para a classe trabalhadora, particularmente o proletariado, como se comprometeu na concessão de espaço e de direitos àquela classe. O curto período de liberdade, até 1935, com o afloramento das contradições da sociedade brasileira, assiste justamente à luta de classes em torno desse espaço e desses direitos" (O populismo: a confusão conceitual)
"Como é sabido, o Brasil conheceu curtos períodos de liberdade separados por longos períodos de arbítrio. Entre 1930 e 1935, ocorreu um desses excepcionais períodos de liberdade. O pensamento retrógrado costuma batizar de agitação tudo o que acontece em tais períodos, porque neles tudo é posto em questão, debatido, controvertido, contestado. A fecundidade desses períodos provém justamente dessa fisionomia tormentosa, em que as contradições da sociedade afloram, tornam-se ajudas e manifestam-se de muitas maneiras, algumas assumindo mesmo forma ameaçadora e inquietante" (O populismo: a confusão conceitual)
“Você prejudica alguém quando lhe culpa pela depressão, tristeza, medo e angústia que toma conta do seu ser. Prejudica quando exige que ela ande animada, sorrindo, saltitando como você que, aparentemente, está se sentindo bem. Evite o velho discurso de que todo aquele que está numa religião, frequenta alguma igreja, tem Deus no coração, não passa por momentos de desespero. Davi foi um homem conforme o coração de Deus, herói da fé (1º Samuel 13:14) e mesmo assim, quase perdeu a esperança entrando em desespero (Salmo 42:5) e mesmo Jesus Cristo suou gotas de sangue e depressão (João 17). Criticar quem está triste, sem saber os motivos, sem ajudar apropriadamente, é ser frio e calculista”
“A escravidão não produzia mais a ponto de compensar os gastos e custos que acarretava, por isso morreu; mas ao morrer, deixou atrás de si um espinho venenoso: o trabalho produtivo tornado ignóbil para os homens livres...”
“Aqui, como nas ciências naturais, confirma-se a lei constatada por Hegel, lei segundo a qual simples mudança na quantidade, depois de certo grau, acarretam diferenças na qualidade” (História da Burguesia Brasileira)
“Sobre mim que com ele perdi o melhor e o mais fiel dos amigos, o amigo de quatro décadas, a quem mais devo do que posso exprimir em palavras, - recai, agora, a obrigação de cuidar desta terceira edição e também de preparar, para publicação, os manuscritos que deixou, só segundo volume...”
Tenho nas cópias de correspondências que enviei, diversas onde sugiro aos jornais de Ponta Grossa, que abrissem espaços para a discussão de livros de referência para a cultura nacional, formação de professores, incentivo ao estudo para a juventude e especialmente, no campo do comportamento humano, coluna assinada por psicólogos, médicos ou psicanalistas. De algum tempo para cá, o Diário dos Campos, assinala a coluna da Psicóloga Lilian Yara de Oliveira Gomes, verdadeiros tesouros da alma e para a alma humana.
(12 de agosto de 2019)
MALEDICÊNCIA REACIONÁRIA - "Permeado com algumas verdades, o trecho continha muitas mentiras, como era do estilo do catastrófico verrineiro que, a serviço do que o Brasil tinha de pior e o imperialismo de mais torpe, especializara-se, de há muito, na tarefa, que lhe rendeu sempre altos dividendos, de injuriar tudo aquilo que poderia contribuir para a liberdade do povo brasileiro. Era um "sacripanta com ortografia", como disse de um êmulo seu o Eça...". (História da História Nova)
"Se, como é sabido, a História do Brasil está por ser escrita, com maior rigor, e necessidade, está por ser escrita a história do tenebroso período iniciado com o golpe militar de março de 1964, triunfante em 1º de abril"
VIOLÊNCIA: IDEOLÓGICA, FÍSICA E MORAL - "...toda e qualquer pessoa que sofreu violência merece reparação e apreço, e o ato merece condenação, qualquer que seja a sua fé religiosa ou convicção política". (História da história nova)
HISTÓRIA E ARROLAMENTO DE FATOS - "Os meros arrolamentos de fatos, pois, por mais numerosos que sejam os fatos arrolados, e por mais precisas que sejam suas preferências particulares (lugar, tempo, personagens), não pertencem aos domínios da História, não fazem a História".
HISTÓRIA E MONARQUISMO - "O grifo é do autor: significa que Deodoro não queria proclamar a República, que, assim, resultaria de simples acidente, tese cujo sentido é inequívoco. Na maioria de seus elementos, aliás, a cátedra de História representa o último reduto monarquista em nosso país" - (História e materialismo histórico no Brasil: 14-15)
"Modifique-se o nosso pacto social, mas conserve-se a essência do sistema adotado. Faça-se tudo quanto é preciso, mas evite-se a revolução" - Álvaro Vieira Pinto - (Consciência e Realidade Nacional: 138)
"Ninguém deseja mais do que nós as reformas úteis, mas ninguém aborrece mais do que nós que essas reformas sejam feitas pelo povo"