Coleção pessoal de Acirdacruzcamargo

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Alguns dos que me conhecem terão razões para decepcionar-se e saber que nem sempre, não em tudo, contam comigo. Eles só precisam entender e dizer o porque e no que não podem contar comigo.

O traficante não é um ser humano. É um sujeito carrasco e capitalista que se serve da idiotice dos outros para explorar o próximo, financeira e moralmente. Não trabalha mas vive do trabalho alheio. Escraviza não apenas o usuário mas seus familiares e amigos.

Um dia Jaqueline me chamou de lado,mostrou-me um garotinho que vendia cochinhas nos corredores da Universidade. Disse-me que alguns diziam que ele era explorado pelos pais e que, por gostar de ajudar as pessoas, devia me aproximar dele. Passando pelo Ponto Azul o via diversas vezes. Fiz daquela passagem o meu costume. Tempos depois, ia comprar chineque na Panificadora próxima do Colégio Júlio Teodorico. Encontrava o garoto pela Balduino. Namorava escondido e queria saber se eu condenava o relacionamento ou compreendia. Disse que ele poderia se encontrar em minha casa enquanto eu estivesse no trabalho e que também poderia assistir sua novela aqui. Dei-lhe a chave. O tempo se passou e o jovem decidiu sair da casa dos pais, tão terrível que estava a situação, dizia. Um domingo de manhã me telefonou dizendo que estaria com suas coisas próximo do BIG e que se preciso fosse, dormiria com elas na rua. Disse-lhe que poderia vir para minha casa, perplexo com as consequências. "Só que tem um porém, tenho um gato". Ambos vieram e passei a gostar de gatos por querer bem o jovem que agora seria companheiro de teto.

"Todas as semanas, praticamente, tenho sonhos com minha falecida avó. Sempre vejo o rosto e o comportamento de Dona Rosinha sereno, alegre e me abraçando. Não fala nada. Está num silêncio.

Eram três, Conheci, Gratidão e Saudade. O tempo envelheceu Conheci, Gratidão nunca quis entrar e sumiu. Saudade foi a única que entrou, ficou e está de cabelos branquíssimos.

“Naquela altura, tudo denunciava o agravamento da situação brasileira, com o aprofundamento das contradições de uma sociedade em que o velho e o novo convizinhavam e defrontavam-se violentamente. O aspecto mais evidente, por essa época, estava justamente na violência que presidia o processo histórico e que era pouco habitual na vida brasileira. Nela surgiam, agora, e surpreendiam, traços antes desconhecidos, que haviamlevado alguns ingênuos a levantar teses superficiais, como a da cordialidade natural de nossa gente, de nossas mudanças sem lutas. Quem estudou a nossa história sabe que tais teses não encontram nela qualquer confirmação: as violências da repressão, em 1817, em 1824, em 1848,em Pernambubo, como na Cabanagem paraense, como nas lutas sulinas, como na repressão a levantes mais recentes, do início da República, desmentem tais teses. Agora, a violência reaparecia, no plano político.”

Nelson Werneck Sodré – A ofensiva reacionária

Sinceramente? não curto as sextas-feiras. Elas não foram feitas para mim. Esse dia sempre foi dedicado em minha existência ao vazio e a saudade. A sexta-feira é um dia ruim, pelo menos o de hoje. O Pedro passou a semana aqui, mas viajou hoje ao anoitecer.

Transição Político-democrática no Paraguai : a trajetória oposicionista do Partido Liberal Radical Autêntico PLRA (1989-1993)
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O regime autoritário do general Alfredo Stroessner, no poder por 35 anos, instaurou no Paraguai uma das ditaduras mais longevas da história recente da América Latina. Contudo, na madrugada do dia 2 de fevereiro de 1989, com a deposição do governo Stroessner por um golpe militar, inicia-se no país a transição para a democracia. O presente trabalho procura analisar esse processo, enfatizando as causas que levaram à derrocada do regime e à decomposição do bloco do poder, e os desdobramentos inerentes ao contexto transicional que tiveram como resultado a ressurreição da sociedade civil. Partindo do suposto de que a presença político-legal das forças de oposição tende a se tornar mais expressiva à medida que se vão sucedendo os pleitos eleitorais, a preocupação central desta dissertação é examinar a trajetória desenvolvida pelo Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) no cenário político paraguaio. Em vista disso, procurou-se reconstituir, através de uma análise de cunho histórico-descritivo, os momentos decisivos da transição e o desempenho político-eleitoral do PLRA no período que vai de 1989 a 1993. As conclusões a que se chegou no trabalho apontam para a permanência de uma relação espúria entre o Governo, o Partido Colorado (governista) e as Forças Armadas, que traz como resultado negativo a manutenção de forças antidemocráticas no centro do poder político paraguaio. Esse quadro implica também em considerar que a permanência do entulho autoritário do regime anterior tem dificultado a alternância de partidos políticos no poder, reduzindo enormemente as chances do PLRA e de outros partidos de oposição tornarem-se governo pelas urnas. O aspecto positivo da transição, por seu turno, reside em que os atores sociais, reivindicando seus direitos e assumindo uma postura de clara irreversibilidade no que diz respeito às conquistas democráticas, deram início a um processo de reestruturação da sociedade civil, até então nunca visto na história política paraguaia. Por último, cabe destacar que esta dissertação procura contribuir para a reflexão sobre um tema que tem sido relativamente negligenciado pelos cientistas sociais, que é o da transição político-democrática no Paraguai.
http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/147299

Ponta Grossa (PR) é o exemplo de cidade governada por uma classe política perniciosa e cruel. A ela interessa apenas a gordura da cidade e a ostentação dos miseráveis cargos que exercem. Evidentemente não dá para exigir inteligência dos seus políticos (Executivo e Legislativo). Eles não tem condições de interpretar um texto que conste em livro do 2º ano primário. Talvez não sejam responsáveis por esse analfabetismo funcional. Quem percorre as ruas da cidade, exemplifico, Coronél Cláudio, Marina, Rio Branco e Ronda observará que a reportagem da RPC, de ontem, sobre buracos abertos, representam o estado geral de abandono dos municípes, cujo castigo por ter eleito essa praga é merecido. Isso seria resolvido se os burocratas da Prefeitura levantassem o cú dos bancos e andasem duas vezes por dia pela cidade.

"O aspecto patriarcal faz-me amar a Deus como a um pai; imagino que Ele é justo e estrito, que pune e recompensa; e que poderá eleger-me seu filho favorito, como Deus elegeu Abraão-Israel, como nação favorita. No aspecto matriarcal da religião, amo a Deus como a uma mãe que tudo abraça. Tenho fé em seu amor; ela me há de amar, não importa que eu tenha pecado; não preferirá a mim a qualquer de seus outros filhos; aconteça o que acontecer, redimir-me-á, salvar-me-á, perdoar-me-á. Desnecessário é dizer que meu amor a Deus e o amor de Deus por mim não podem ser separados. Se Deus é um pai, ama-me como filho e amo-o como pai. Se Deus é mãe, o seu e o meu amor são determinados por esse fato."

"Dissemos...que a base de nossa necessidade de amar reside na experiência da separação e na necessidade resultante de superar a ansiedade da separação pela experiência da união..."

Durante o dia tomei todas as providências para ter uma boa janta numa noite de frio como esta de 18 de julho de 2017. De repente, os vizinhos aparecem com uma panelada de arroz, macarrão e frango. É comida em abundância. Fui dividí-la com os cuidadores de carro numa das ruas da cidade. Amanhã será outro dia e a abundância também outra.

Nunca mais fui o mesmo depois do estágio no CVV Samaritanos na década de 1980 em Curitiba. Deixava aos poucos as idéias de Jay Adams. A prática disso aconteceu quando assistindo uma conferência no Centro de Cultura de Ponta Grossa aproximou-se uma universitária desesperada. Precisava alguém apenas para escutá-la. Tudo o que revelava de sua vida afrontavam o moralismo que eu abrigava intelectualmente. Sua dor era maior e me prendeu o coração. Não podia julgá-la. Não procurara alguém para isso. Tentava resgatar sua vida em frangalhos. Simplesmente passei escutá-la por anos a fio. É hoje uma saudável e vitoriosa senhora.

Diário dos Campos - Ponta Grossa - 15 de julho de 2017 - EDITORIAL -
Será que os editoriais são curtos porque os jornalistas acreditam que a última coisa que o leitor lê seria o editorial de um jornal?
O editorial do DC de Ponta Grossa reafirma a antiga tese de que a família é a base ou o precipício do caráter. De fato, a família tem grande peso na nossa formação, ou pelo menos teve, como reitera o jornalista Marcos Silva. A questão é que os adultos de hoje, ao contrário do que afirma, já não foram educados de forma tradicional. Os modernos casais cujos filhos estão às soltas não foram criados pelos princípios da família tradicional brasileira (educação rígida, moral e cívica). O editorial ignorou que a sociedade é uma família ampliada e que é, quem, finalmente educa. Nossos filhos são produtos desse grande mercado, da onda de desvalores que correm as sociedades modernas pautadas no individualismo e na tecnologia. Quanto a geração "neném-neném" vale ressaltar que muitos pais são dependentes emocionais dos filhos, colocando sobre seus ombros relacionamento conjugal mal sucedido, viuvez ou vida solitária. Há um pacto silêncio em que a geração "neném-neném" exerce um trabalho de servir afeto e dar sentido ao vazio de pessoas com meia idade enquanto recebem sustento para sua falta de atitude, iniciativa e autonomia.

Diário dos Campos - 15 a 17 de julho de 2017 -
O empenho do Diário dos Campos em manter uma coluna, no rigor do termo, cultural, merece reconhecimento. O caderno Find! 7-C com página compartilhada entre a Academia de Letras dos Campos Gerais e crônica de determinado autor. Bem que poderíamos contar com uma página sobre Educação e Ciência. Nossas escolas deveriam, todas as segundas-feiras, colocarem seus estudantes em contato com essa edição de fim de semana, utilizando esse espaço para matéria e discussão em sala.

Diário dos Campos - 15 de julho de 2017 - No obituário, a homenagem merecida ao SANDRO MURILO PEDROZO, covardemente assassinado em Ponta Grossa. Pena que não tenho condições de reproduzi-la aqui. Vi o Sandro diversas vezes almoçando no Restaurante Universitário da UEPG. Diz o texto "massoterapeuta consagrado e insaciável pelo conhecimento", "Lutou não só pela sua vida, como também por uma sociedade que preza a felicidade e vivacidade de todos os gêneros", "do seu envolvimento em manifestações sociais e de como curou almas com seu talento natural de bondade". Todos esperamos que os bandidos, que certamente, tem família, sejam exemplarmente castigados pelo ato pensado que atentou aos direitos humanos. Cadeia é pouco. É preciso que a sociedade os denuncie.

Precisamos de representantes discentes que não tenham medo de professores arrogantes e autoritários. Que enfrentem com conhecimento de causa e por princípios. Precisamos de Coordenadores de curso, chefes de Departamento que tenham convicção, tenham fundamento filosófico para o que compreendem ser a educação superior, a administração, o ensino e o serviço público. Que marquem posição em toda a reunião em que estiverem. Não se amedrontem ao menor peido de burocratas, pretensiosamente superiores. Isso é liderança. Personalidade com conhecimento. Anda em falta, embora justificado pelo medo que impera em regimes onde a liberdade, acostumou-se a andar sem ela. Que surjam mais líderes, menos chefes, menos coordenadores, menos diretores...

Grave engano, engodo do Diabo, na Universidade é supor que sou oposição porque não gosto das pessoas que usurpam o poder institucional. Odiar pessoas não é se opor. Trata-se de oposição a projeto social dos candidatos e ocupantes dos cargos maiores. Eu não voto em candidato que defende, intransigentemente, o regime de produção econômica dominante no Brasil e que tantas marcas sociais negativas tem trazido à população carente do país. Depois, não apoio nem participo de campanha de administradores que não tenham preocupações sociais, pedagógicas, compromissos com a Universidade pública, universal e gratuita. Pior, se o candidato é simpático a centralização e a burocracia. Fora disso, no plano pessoal a gente tem que se respeitar e se gostar como colegas. Posso gostar mais, no plano pessoal de quem me oponho politicamente, e votar em que nenhuma simpatia me proporciona.

As pessoas nos menosprezam, fazem pouco caso de nós, quando nos trocamos por gratificações, funções gratificadas, convescotes de final de ano e festins. Os escravos jamais imaginam o que dizem seus senhores nos bastidores. Se o soubessem, comeriam o pão amassado pelo Diabo, mas lhes beijariam os pés. "O amor a dinheiro é a raiz de todos os males".

Me incomoda a falta de liderança, de homens e mulheres na UEPG que tenham coragem de liderar processos de mudança, enfrentar o autoritarismo, a monarquia reacionária, o conservadorismo pedagógico e político imperante na condução da mesma. Os líderes que surgem são ocasiões, messiânicos e a menor derrota, infantilmente se retiram do front, passando a viver às custas da vitimização. Levantai-vos!