Coleção pessoal de Acirdacruzcamargo
“A escravidão não produzia mais a ponto de compensar os gastos e custos que acarretava, por isso morreu; mas ao morrer, deixou atrás de si um espinho venenoso: o trabalho produtivo tornado ignóbil para os homens livres...”
“Aqui, como nas ciências naturais, confirma-se a lei constatada por Hegel, lei segundo a qual simples mudança na quantidade, depois de certo grau, acarretam diferenças na qualidade” (História da Burguesia Brasileira)
“Sobre mim que com ele perdi o melhor e o mais fiel dos amigos, o amigo de quatro décadas, a quem mais devo do que posso exprimir em palavras, - recai, agora, a obrigação de cuidar desta terceira edição e também de preparar, para publicação, os manuscritos que deixou, só segundo volume...”
Tenho nas cópias de correspondências que enviei, diversas onde sugiro aos jornais de Ponta Grossa, que abrissem espaços para a discussão de livros de referência para a cultura nacional, formação de professores, incentivo ao estudo para a juventude e especialmente, no campo do comportamento humano, coluna assinada por psicólogos, médicos ou psicanalistas. De algum tempo para cá, o Diário dos Campos, assinala a coluna da Psicóloga Lilian Yara de Oliveira Gomes, verdadeiros tesouros da alma e para a alma humana.
(12 de agosto de 2019)
MALEDICÊNCIA REACIONÁRIA - "Permeado com algumas verdades, o trecho continha muitas mentiras, como era do estilo do catastrófico verrineiro que, a serviço do que o Brasil tinha de pior e o imperialismo de mais torpe, especializara-se, de há muito, na tarefa, que lhe rendeu sempre altos dividendos, de injuriar tudo aquilo que poderia contribuir para a liberdade do povo brasileiro. Era um "sacripanta com ortografia", como disse de um êmulo seu o Eça...". (História da História Nova)
"Se, como é sabido, a História do Brasil está por ser escrita, com maior rigor, e necessidade, está por ser escrita a história do tenebroso período iniciado com o golpe militar de março de 1964, triunfante em 1º de abril"
VIOLÊNCIA: IDEOLÓGICA, FÍSICA E MORAL - "...toda e qualquer pessoa que sofreu violência merece reparação e apreço, e o ato merece condenação, qualquer que seja a sua fé religiosa ou convicção política". (História da história nova)
HISTÓRIA E ARROLAMENTO DE FATOS - "Os meros arrolamentos de fatos, pois, por mais numerosos que sejam os fatos arrolados, e por mais precisas que sejam suas preferências particulares (lugar, tempo, personagens), não pertencem aos domínios da História, não fazem a História".
HISTÓRIA E MONARQUISMO - "O grifo é do autor: significa que Deodoro não queria proclamar a República, que, assim, resultaria de simples acidente, tese cujo sentido é inequívoco. Na maioria de seus elementos, aliás, a cátedra de História representa o último reduto monarquista em nosso país" - (História e materialismo histórico no Brasil: 14-15)
"Modifique-se o nosso pacto social, mas conserve-se a essência do sistema adotado. Faça-se tudo quanto é preciso, mas evite-se a revolução" - Álvaro Vieira Pinto - (Consciência e Realidade Nacional: 138)
"Ninguém deseja mais do que nós as reformas úteis, mas ninguém aborrece mais do que nós que essas reformas sejam feitas pelo povo"
"O pluralismo da ideologia da direta pressupõe uma unidade substancial profunda, inabalável: todas as correntes conservadoras, religiosas ou leigas, otimistas ou pessimistas, metafísicas ou sociológicas, moralistas ou cínicas, cientificismo ou místicas, concordam em um determinado ponto essencial. Isto é, em impedir que as massas populares se organizem, reivindiquem, façam e criem uma verdadeira democracia". (Consciência e Realidade Nacional: 137)
Professores de Língua Portuguesa - utilizem os sonhos dos seus alunos para produção de texto e ensino de gramática em sala de aula. Primeiro, solicite que tragam escrito, manualmente, o relato daquilo que sonharam na semana, no dia anterior ou algum sonho que os tenha impactado. Depois, escolha na sala alunos-revisores do sonho e por fim, discuta e debate os sonhos que forem possíveis nos 50 minutos de aula. Vocês estarão valorizando a história subjetiva dos seres humanos que constróem o mundo junto com vocês em sala, poderão conhecer os alunos e seus comportamentos e finalmente, terão material para ajudá-los em seus desafios para equilibrar suas personalidades. Vamos nessa?
FALSO ORGULHO, FRACA AUTORIDADE - outro problema na Universidade é o da hierarquia. Lembro-me de uma ex-funcionária que gostava de me dar ordens grosseiras por telefone. Como não lhe reconhecia a voz, perguntava de quem se tratava e ela, asperosa, berrava: "Sou Fulana da REITORIA". Bem, nem da Reitoria era, estava no terceiro ou quarto escalão. Certo dia, cansado, resolvi atendê-la com mais rigor e arquitei uma saudação bem fraterna nas ruas da cidade, onde, frequentemente, nos encontrávamos. Acabou a novela. Há quem se ache que a Pós-graduação é mais importante que a graduação. Eu não penso assim. A Universidade jamais fechará os cursos de graduação e manterá os da pós-graduação. O mais importante da universidade são seus alunos e o povo que nela não está, depois TODOS nós, sem hierarquia.
A juventude é revolucionária, palavras de Nelson Werneck Sodré. O intelectual é aquele que busca fundamentos sólidos de seus pontos de vista no arcabouço cultural do pensamento social em toda a história da humanidade, intervém no mundo através de todos os meios possíveis e é realista, sabe como pode e quando intervir na realidade. Um intelectual é prático e não fantasioso.
Na sala de Coordenação da Licenciatura em Ciências Biológicas da UEPG, terça-feira passada, um dos Coordenadores do DCE-UEPG discute com a Coordenadora um projeto de Curso pré-vestibular popular para estudantes carentes. É de se emocionar. A iniciativa é das mais significativas. Os estudantes assim, respondem ao povo brasileiro o investimento público em educação. Uma boa universidade se faz no encontro com as necessidades da população brasileira, especialmente aquela esquecida pela escola elitista. A atitude daquele Coordenador do DCE contrasta com as notas absurdas e desconcertadas da ACIPG, as cervejadas de outros e o conteúdismo alienante do ensino brasileiro. 14.10.2017.
Nos reunimos para debater política nacional, estadual e municipal. Maravilhosa conversa! O centro dela foi a história que vai sendo construída pessoal e políticamente pelo Deputado Federal Aliel Machado. Perguntamo-nos por que Aliel não encontrou espaço no PT local, a propositada tradição petista local em não permitir broto de novas lideranças. E o drible dado por Aliel à essa teia. Especulamos sobre o rico e venturoso aprendizado sociológico e político , empreendido pelo jovem Aliel a partir da convivência próxima com deputados de origem carioca. A História lhe entregou numa bandeja, desmoralizando as raposas que tanto o achincalharam pela posição anti-golpista assumida por ele em agosto de 2016. Os fatos demonstraram que o golpe foi articulado e a substituição foi danosa e lesiva à sociedade brasileira, especialmente á pobre e a trabalhadora, além de desmascarada pela trupe corrupta que a Reação colocou nos Poderes
QUANDO CHEGAR A HORA DE DESTRANCAR O EITO.
É PRECISO MUDAR, MUDANDO-SE. Trabalhei numa escola dirigida pelo Professor Nickell. Depois de quase 8 anos no cargo, me pediu que redigisse seu pedido de demissão. Estranhei e sugeri que reconsiderasse sua decisão visto que a escola caminha bem sob sua administração. "Não, Acir! É preciso que novas idéias e métodos tomem conta da escola. Sou eu quem deve constatar a hora de sair e não deixar que os outros descubram que sou um estorvo". Pedido aceito pelas autoridades educacionais, ajudei a retirada de seus pertences do Gabinete. Destrancou o eito, como dizia, minha avó Rosa. Nunca mais entrou no gabinete mas contribuiu para o bom andamento da escola por longos anos. Difícil entender e aceitar quando devo sair de cena, dar lugar ao outro, cumprir reduzido papel e oportunizar que o colega brilhe e se arrisque num novo plano.
Sempre que sinto falta de uma família, vou almoçar no Bar da Reni, na Rua Mato Grosso, Ponta Grossa.
Nenhum sofrimento físico ou psicológico que passe à minha volta não me deixa impressão e marca. Gostaria que as pessoas sofressem menos ou fossem vitoriosas.