Coleção pessoal de acessorialpoeta
TE AMO
Quando te enxerguei eu percebi o que é sentir
Quando você me olhou com os teus olhos de amor
O meu coração de tremor pulsou
E de alegria se viu na constância do sentimento...
Por vez eu fui o teu momento, complexo
Fui o teu nexo e o teu desejo louco
Mas ao teu corpo você não me compreendeu...
Você poderá até se enganar por alguém
E alguém poderá até se enganar por você
Mas, um dia, eu sei que
Você me verá na verdade e eu continuarei
A te dizer e a te ver na verdade...
Na tua insana e louca paixão eu me enxerguei
Induzido pela eternidade do tempo
E na magia da tua idolatria eu me indaguei...
Agora, eu só aguardo o meu intento se cumprir
Agora, eu só aguardo em você a minha paz
O dia em que ao teu coração eu serei de sorrir
Porque mais que amar, eu já te amo demais!
AMAR PRA SEMPRE
Eu sei que entre nós tudo acabou
Mas eu não sei o que fazer pra te esquecer
O seu amor você deixou
Dentro de mim sem resolver
Eu só queria agora uma palavra sua
Que me dissesse um pouco mais
Que o seu amor não mais me insinua
Vem, me diz, me deixa em paz...
Diz que o amor entre nós nunca existiu
Que aquele amor que você sentia
Foi apenas um momento em qual queria
Conhecer o que nunca te sorriu...
Vem, me fala, que eu vou embora
Que a nossa situação se resolve agora
Mas eu conheço a sua verdade
Muda os teus gestos pra que a saudade
Não renove nossa paixão perdida...
Do amor o mundo não conhece a razão
Mas eu conheço o seu coração
Qual o meu nos quer amar pra toda vida...
FATOR
O ser humano é uma criatura complexa;
não sabe usar o bem que lhe convêm em
pró da sua própria felicidade...
Apontar a injustiça dos outros é fácil;
como tão difícil é assumir os seus próprios erros.
PALAVRAS VAGAS
Não invoques o meu silêncio,
Pois é tão incandescido quanto a ti.
Não queiras entender como eu te amo,
Pois te ordenará em confusão.
Não me faça dizer-te palavras
Se não podes suportar minhas verdades.
Não acordes a minha alma
Se não podes confortá-la.
(Deixa-me com a minha solidão...)
E se não podes com a minha paixão
Deixe o meu coração dormir,
Já que não podes suportar o meu amor!
DIGA-ME, AMOR...
Como posso amar assim como eu te amo
Que amor é esse a me perder
Esqueço tudo nem me lembro do engano
Que o amor pode a gente envolver...
Que paixão é essa que me faz
Te procurar o tempo todo e não desfaz
A vontade louca de te amar...
Tanta coisa me disfarça sem que a dor
Consigo disfarçar por tua ausência
Como eu te amo assim com tão primor
Se nem viver por mim é tua essência...
Amor, quero te dizer que neste mundo
Eu nunca amei alguém assim igual
Meu coração jamais pulsou tão profundo
Como pulsa ao teu amor não é normal...
Que amor é esse a me perder
Esqueço tudo nem me lembro do engano
Que o amor pode a gente envolver
Como posso amar assim como eu te amo...
AOS TEUS ENREDOS
Moça,
Mais doce que a tua beleza
Que o teu amor, que a tua expressão
Ao pulsar intenso do teu coração
Que os teus gestos de ternura e charme
Não hei de encontrar...
Moça,
Mais imensos que os teus sorrisos
Que o teu fulgor, que o teu encanto
Aos acalantos da tua paixão
Que o teu corpo altivo de prazer e desejo
Não hão de brilhar...
Moça,
Mais intensa que a melodia
Dos meus cânticos aos teus dias de alegria
Da tua esperança, da tua paz
Ao meu querer de te amar muito mais
Não haverão de cantar...
Moça,
Mais que você nem as flores
Nem mesmo aos perfumes dos teus amores
Mais que você não há...
SOLÍCITO
Ter gentileza, educação, respeito e
agradecimento às pessoas e aos amigos,
não custa nada; nos valoriza,
nos fortifica o coração e nos engrandece a alma.
BELO
Nem tudo foi feito para o amor,
mas, o amor, foi feito para tudo;
pois, não basta ter de tudo lindo,
tem que ser de lindo, o coração.
MOÇA BONITA
Ao meu amor ela foi sincera, ela
Dos olhares puros, travessos,
Que de brasar furor; aos avessos
O meu coração de tremor é dela!
Foi desejo em simples começo,
Que de insanos, foi singela
Ao meu amor versar: Donzela,
Que antes, e tanto, estremeço...
Em cobiças a sinto, se exceder
Sem inverdades, ao seu olhar,
Que eu a amo em compreender...
Por teus anseios, em querer amar,
Moça bonita, de paixão prender
Que tão almejo teu amor provar...
SONETO DA PAIXÃO
Não te darei a chama de amor tanto
Nem poder a julgar-me por te amar...
Quero-te em mim de acalanto,
Do teu corpo em fogo o inflamar...
Não te darei a canção do meu canto
Nem a razão de me ouvir cantar...
Quero-te a me ouvir num espanto,
Aos meus versos loucos te encontrar...
Quero-te infanta em tu’alma louca
A cantar-me ao ritmo de fervor
Quando o beijo eu der-te a tua boca...
Amo-te, oh, fulgente virgem do amor
Na chama que me deste a voz rouca,
Na paixão em que te ama o esplendor!
INSÔNIA
O dia se faz frio sob o sol intenso,
A noite sobre a luz branca se faz casta.
Tudo esplêndido, mas nada me basta,
Nada me é na alma tão imenso!
A minha sede inda é maior, insana...
Tudo me é morto, a minha lua é extinta!
O meu desejo é d’uma luz profana,
Que digna a me clarear... Não minta!
Eu amo como ninguém tem amado,
Como um maldito ser endoidado
Que tão pequeno se sente no mundo...
Quero anoitecer no calor aberto do dia,
Mas nada me faz queimar! Imensa agonia,
Esfria-me a alma num sono profundo!
INSANIDADE
Por que de vida estranha pôde o amor?
Que sentimento corrompe e engana
Em gume desejado, sem que o fosse dor
Numa vida ardente e de alma insana?
Por que de vida alheia a paixão profana?
Quais eloquentes vozes de condor
Ao brado de anseios duma alma humana
Pôde o coração sem que a fosse ardor?
Antes inspirados em desejos poucos
Os meus lábios ávidos e inconsequentes,
Que fosse a sofrer eu em sonhos loucos...
Móvel no qual me ponho a dormir
Sentindo os castigos das cobiças quentes,
E que nada de insano fosse a eu devir!
MEUS SEGREDOS
São dias de pranto, desalento, dias de dor!
Não há luar, não há luzir, não têm vida...
Não há paixão, são ambições perdidas,
São pobres como um outono em desamor!...
Meu coração é um despovoado sem fulgor
Perdido nas entranhas ensandecidas...
Em murmúrios, e de alma enlouquecida,
É um deserto desgraçado, e sem Amor!...
São dias impregnados, estiados, de morte.
Não há atilamento nos ermos da sorte,
Não há alaridos que espantem os medos...
Evadem-se as esperanças da noite calma...
Os ventos sussurram na minha alma...
São meus dias de treva, “os meus segredos!”
LÁGRIMAS OCULTAS
Nesses meus sentimentos ocultos
Onde lhe guardo todo o amor,
Nessa imensa paixão, nesse calor,
Nas ansiedades que comigo vive...
Apenas te vivo esperança, querida.
Outrora fui realidade, uma vida,
Uma existência que eu jamais tive,
Uma luz que nunca me brilhou.
O que agora me faz amar você
É o que tanto busco compreender
Nas verdades que eu não tenho
E que nem por um instante eu sou.
Mas sei que ninguém me vê passar
Dentre as estrelas do céu imenso,
Sob a razão que comigo ignora,
Nem no coração que por você chora
Nas noites plenas e brancas de luar.
Nessas lágrimas que me faz perecer
Eu só não quero ocultar novamente,
O sonho, a busca que me faz viver...
O que é de mim tão simplesmente
Uma esperança de reencontrar você.
POLITEÍSMO
Andantes pagãos, vis, enfeitiçados
Em visões complexas, de ouro coberto;
Sol destro, aos olhos fechados;
Visão sem luz, de tempo incerto...
Que murmuram nefário, que dialeto?
Se nada esconde os pecados!
Em fulgores se estendem em afeto,
O astro que nasce, os corpos dourados...
De nada se vê o mundo, que bondade?
Se aberto em fleuma é saudade,
Se de treva em agrado é tortura...
Que erguidas aos céus fossem as mãos,
E enlevar fosse a Deus os pagãos...
Que eterna fosse à luz que vos dura!
ÊXTASE OCULTO
Quando gemes, ao meu desejo insano,
Pulsando às veias do teu corpo quente,
Tão louca, desnuda, e, independente,
Cumpre-se em paixão o meu engano...
O estro desdenhado em minha mente,
Que outrora, me fosse vil e soberano;
Que distante me fosse ao grito humano,
E eleva-me, o amor que clareia e sente...
E quando em verdade sussurra tua voz
Aos meus ouvidos moucos, delírios,
Ouve-me em elegância o teu esplendor...
Esquece-me aos tímpanos o meu algoz,
Deliras puramente aos seus martírios;
Que em demência tu és o meu vasto amor.
DEUS
Nasci como me quiseste, elevado
E puro, no mundo que julgaste santo;
E as palavras me são santas, e canto
De insanas vozes o meu vão curvado.
Saí pela porta, de ilusão e de pecado,
Sem que me deste um vil encanto,
Sem que eu fosse um sorrir de pranto
Suave, e disposto, de inútil cuidado...
E de rugas caso a face, ao vento morto
Do meu indigesto tempo... E mudo
São os cânticos à luz do meu porvir...
Que vem tormento ao meu sol conforto,
E vêm canções ao meu pavor agudo;
Que o fim me fosse, ao teu amor sorrir...
O POETA
Quando juntar a mim o perfume morto
Da estrada em que ando na ramaria
Dos arvoredos secos, sem paz, e absorto...
“Que notado mundo, verei o sol do dia!”
Quando o cedro der-se pequeno fruto,
Branco em neve na luz dum luar,
Que fora, ao zumbido a voz dum tributo...
“Mais um réu a juntar-se irá vagar...”
Imensas cores terão as alvoradas...
Os sóis queimarão, sem fogo, sem arder,
Dias e dias, sem negras madrugadas...
E o mar revolto, na calmaria de vencer
Os meus braços, nos ramos das jornadas...
“Que notado morto ledores hão de ver!”
TRESLOUCADO
Eu sou a-quém vive o amor cantando,
Um pássaro a voejar por céu-além...
Um desdenhado ao tempo sonhando
Por se encontrar no que não me têm...
Os segredos dum vultoso sol-harém...
Sou um vagante, aos poucos buscando
Os de afeição, e sem ser ninguém,
D’outra existência vou desvairando...
Que lua, que fulgor intenso d’estrelas
Acalentará meus céus, por eu de vê-las
No independente mundo em que sou?!
Solidão oculta! Paixão tanta! Perdido,
— Eu sou dos céus um condor ferido
Por um amor que nunca se encontrou...