Coleção pessoal de acessorialpoeta

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SEM TER VOCÊ

No infinito mundo em que eu vivo
Sem ter ao meu amor o teu amar
De esse profundo sentir eu sou perdido
Nem mais na noite eu sei sonhar...

De tudo o meu coração já tão ferido
Não faz dormir sem te lembrar
Nem qualquer instante corrompido
Faz me querer se não ser você voltar...

Das promessas já sou dependente
Por tão pedir que esse amor da gente
Volte a ser em nós tanta paixão...

Nada é mais para mim nesse mundo
Do que este sentir já tão profundo
Sem ter você, oh, meu amor, sou solidão!

EU SOU SOLIDÃO

Eu não sei te esquecer
Tudo o que eu passo faz lembrar você
Ninguém eu jamais amei...

Eu sou solidão.

Eu quero novamente te encontrar
Eu quero novamente te amar
Não apenas lembrar
A minha vida não tem mais razão
Se não for junto a sua...

Eu sou solidão.

Não irei dormir para sonhar sem você
Eu vou te esperar voltar
Para nunca mais te perder...

Vai amor,
Confia em mim novamente
Que eu te prometo:
Nunca mais esse amor
Vai sair da gente...

Para mim sem você nesse mundo
Nada mais é tão profundo...

Eu sou solidão.

Não irei dormir para sonhar sem você
Eu vou te esperar voltar
Para nunca mais te perder...

AMOR DE MIM

Dá-me a tua mão dentre os teus sorrisos
Sem que seja displicente,
Sem que seja de amor de repente...
Dá-me a tua alma como o meu abrigo,
Seja em mim o luar mais cheio
Dentre o poema que te vivo e leio...
Dá-me a tua paixão mais louca
Para o meu beijo apaixonado em sua boca,
Dá-me os teus cansaços
Que eu te darei os meus braços
Para que sejam de mim os teus sonhos
Dentre às letras que te componho,
Para que seja de mim o teu encantar...

Dá-me os teus medos e o teu coração
Sem que seja independente e vão,
Para que seja de mim a tua vida, som e ar.

RECOMEÇAR...

Nada nos é tão puro quanto às lágrimas da verdade;
O reconhecimento da esperança e a renovação dos sonhos...
Nada nos é tão magnífico quanto o amor próprio.

MEU DESEJO

Ah, se tudo fosse como o seu esplendor...
Se o seu brilho intenso fosse escolhido
Para a minha alma de desejo escondido,
Para o meu coração tão cheio de amor...

Ah, se tudo em mim fosse ao seu primor...
Se o seu livro eterno nunca fosse perdido
Da minha alma, o seu poema mais lido
Seria deitado ao meu tão nobre langor!...

Mas tão intensa não é toda louca paixão!
Escolhe o riso mais displicente e vão,
A face rústica, sem quer saciar um beijo...

Nada é como a minha loucura dependente,
De olhos fechados, no beijar da gente...
Ah, se tudo fosse como é a ti meu desejo...

A EXALTADA

Formosa! Que não me existe nada igual!
O seu coração pulsa mais que pulsar...
E nada mais me põe a amar
Aos seus desejos e ao seu corpo escultural...

É assim a minha virgem, fenomenal!
Visão sem olhos qual a minha paixão a brotar
Aos seus sentimentos, sem o mesmo ar,
Sem o mesmo amor ao meu beijar fatal...

Ela! Que aos meus sonhos se entrega
Sem a sua sensatez, e ao seu rumor me prega
À cruz dos seus sacrifícios, sem quer sofrer,

Qual a minha solidão, dentre a sua graça,
Que aos meus anseios vem e passa
Sem quer enxergar à sua vida, o meu viver...

MEU LIVRO

O tempo passa... Que pena o tempo
Não se disfarça, não me persiste...
O tempo passa... Lá vem o vento
À minha face, que nada existe...

E vem o tempo... Que não é tempo...
Olha ela aí, — minh’alma triste...
E vem a noite; meu sentimento
N’ la sem lágrimas que me resiste

...Visão sem olhos, corpos sem luz,
Amor sem cor que não traduz
O espaço fúnebre de seu infinito...

Lá vai a vida... Tempo sem nada...
Sem quer paixão nem gargalhada,
Vão-se em fólios, desejos, e mito...

AMOR SOZINHO

Eu não estou aqui p’ra que me fale de amor,
Eu estou aqui p’ra que você entenda
Que nada me faz tanto, que nada me inventa
Sem os teus sentimentos...

Por tudo eu quero te dizer
Que’u não sei caminhar sem te notar,
Sem me envolver,
É por você tudo o que canto...

Eu não estou aqui p’ra que me fale de paixão,
Eu estou aqui tão só por meu desejo
A me enlouquecer sem quer te dar um beijo,
Sem que me entenda uma razão...

UM SOFREDOR

Lembra, meu amor,
Quando me pediu para partir?
Busquei novos sonhos,
Outros sentimentos, outro existir...
E nesses novos prazeres,
Nada igual a você eu encontrei,
Nada igual a você eu amei!
E agora? Agora acalento dor
Neste meu coração miserável,
Que tinha o alimento mais quente,
O mais leal, o mais presente,
Que tinha no teu amor a vida.
Antes fosse a despedida,
Antes fosse para sempre...
Neste mundo, meu amor, ama!
Quem no peito não engana,
Quem nas ânsias sabe encontrar
Sem ter que procurar, o perfeito.
Porque o perfeito, já está em você,
Está no coração que sabe sentir,
No coração que sabe amar!
Sim, me pediu para partir...
Porque a tua alma era sofrer,
Porque a tua alma, meu amor,
Não mais sabia viver
A chorar, a todo tempo, a rogar,
Por um amor perdido
Nas orgias vãs em que buscava
Se alimentar de ilusões,
De desejos escondidos e de paixões
Que ao coração não sente!
Olha agora, o que sou?
Um sofredor que não encontrou
A vida que queria viver,
Porque a vida que eu queria viver
Estava em mim, dentro de mim,
Aos olhos de mim, você!

SILÊNCIO

Torna-se mudo o meu coração,
E neste momento de pesar,
A minh’alma vagueia ao ocaso
Em que o meu corpo perece
No álveo rígido que me assenta.

Sinto que o tempo me falta,
Que se isola sobre mim,
Que o medo me domina
E a noite cega-me os sentidos.

Meus olhos não mais veem
A manhã clara dos dias,
Isolando-me na profundeza vã
Dos meus mitos, da causa finita
E das idolatrias que me renovam.

Que me pudera nos meus altos,
Na minha adoração e no poder
Que me tens no mundo, a vida,
No grito do meu amor, renovação.

NO ALÉM DE MIM

Dou-te a concessão
A entrar nos meus sentidos,
A vincular o destino
Que te prendes à minha razão.

Deixo-te entrar nos meus dias
E nas minhas noites de solidão,
A tentar descobrir
As fúnebres e tensas cobiças
Que me altera o existir.

Libero-te a revelar a idolatria
Que me abrasa a alma,
Que se estende no louco sentir
Do meu imenso coração.

E quando estiveres no alívio
Da minha voz embriagada,
Cubra-me com o manto branco
Do querer que te dominas,
Que ambiciona e te envolves
Sob a minha louca paixão!

NOSTALGIA

Eu só queria, em mim, entender
Porque pagãos me perseguem...
Atiram-me fogo, chamas erguem,
Quando me veem em algo vencer!

Será que ainda vou compreender
Como tudo invejar conseguem,
Até o motivo porque me seguem
Numa empáfia sem nada dizer?

Talvez sim, quem sabe no infinito,
Eu ouça, nostálgico, algum grito
Dizendo que querem amar alguém!

Ou, talvez, quem sabe, já amam...
Uma vez que não se enganam
O tanto que eu vos amo também!

SONETO DE SEMPRE

Vai, mas antes, dê-me um beijo, meu amor,
P’ra que’u não esqueça do seu rosto
Mesmo que me seja a tanta dor,
Lembrarei por todo sempre do seu gosto...

Por tanto o nosso amor fora composto
Aos jardins, imenso feito flor
Tanto fora de amplidão e esplendor,
Sem mágoas, sem mistério, sem desgosto.

Não entendo te acabar tão cedo assim
Esse tão forte sentimento, dentro de mim
Não haverá d’outro ardor o mesmo ar...

Vai, mas antes, dê-me um beijo, oh, querida,
Que um amor forte assim em sua vida
Não haverá quando velhinha de lembrar...

MENTIRAS

Não precisa dizer que ama
Seu olhar já não engana
Nem mesmo os seus sorrisos
Ao seu rosto meigo e lindo
Faz mentir o seu amor.

Não precisa esconder paixão
Neste peito grandioso
Que ao seu corpo tão gostoso
Não domina o coração.

Dos encantos, que você é flor
Das bocas, dos seus beijos
Nas verdades e desejos
Não faz mentir o seu amor.

PARA SEMPRE...

Em mim, não há amor maior que o seu!
Que, portanto, o que eu sinto vou cantando
Nas promessas que te vou debulhando
Aos desencantos do que nunca me viveu...

Em mim, tudo o que se passa vou amando
Sem engano ao teu querer, que se ergueu
Dentre o meu peito, que antes, ao teu
Nada era de amor, nada era me encantando.

Pecados maiores eu não haverei de amar,
Pois, contudo, orgias que em mim vive,
Encontra-se no que em ti se põe a edenizar.

Amor maior que o meu não haverás de viver,
Pois, de mim, há em ti o que nunca tive;
Não há amor no mundo que nos possa ser!...

TEMPO DE CRIANÇA

Se num momento passado
Tudo era esperança...
Em uma criança o que se busca
É um amor eternizado...

Se num mundo imaginado
Tudo é de cor azul,
Aos céus se faz mover
Os trovões emaranhados...

Se em cada voz o cantar
É de felicidade e promessas...
Desde tudo às faz passar
O Deus da vida, o bem amado...

Se das estrelas pingarem
Lágrimas de amor enfeitado,
De inocentes pedintes
O afeto dos céus é brotado...

Mas se por luas dormentes
O branco não for de paz,
Nasce da voz pequenina:
Das noites se tenha cuidados...

E assim se vão ao tempo
De cantos brindando o mundo,
De cada gesto em segundo
Ganhando os céus sem pecados...

DOS PLAGIATOS

Das vezes de quem me escreve,
uma inteira contrafação.
Momentos, do qual me padece,
faz-se morrer meu coração.

Não sinto qualquer coisa minha
a vaguear dentre as estrelas...
Notas, que eu já tinha,
perderam-se, não posso vê-las.

Pobrezinho: um santo amante,
que não me convém um só amor.
Faz-me, num pouco instante,
um sentimento, sem mesma dor.

NA LUZ DOS ALTOS

No dia em que eu nasci à imensidão,
Um notado azul feito o do mar
Fulgiu em meu peito: cor de coração
Não é vermelho se não é amar.

Rugiu em mim, o fantasma escuro,
O qual eu encontrei às trevas-além:
Dos meus céus, sou um servo-zen,
Como um santo real e de verso puro.

Vagueando notas, avejão prisioneiro,
Na escuridão sem voltar à cor:
Da voz da estrada o luar mais cheio.

Dos meus ais, sou inseguro e triste,
Mas desse notado o que existe,
No buscar da vida o meu cerne-amor.

PARALELO

Não faça de você um estranho
Para que não o vejam com espanto.
Não seja apenas uma luz,
Seja ofusco como o sol que cai na noite
Que, portanto, sendo notado
Será como a lua que nasce branca
E conhecido como o dia.

RENASCER...

Tudo o que me é morto, ou podre, ou indecifrável,
Tudo o que me é de pecados ou de incensos afrodisíacos,
Tudo o que me é de destruir nas impurezas dos sentimentos,
O que me fere o coração, e o corpo, e o espírito,
O que não me alça em voo sobre os amores de fogo,
Tudo o que não me é de cumprir os mandamentos e a justiça,
Os poderes, e a calma, e as glórias do firmamento,
O que me é de tormento, o que me é sem razão, em vão
O que me é simplesmente incompatível a memória
Por insanidades entre os mortais, e os anjos,
Tudo o que não me faz perdurar no amor e na bondade,
Tudo o que não me é no olhar infinito,
O que não me ambiciona na conquista da eternidade,
E o que me faz de um só murmúrio fólios e mito...
Que tudo me seja de inconstâncias, e de provas absolutas;
Porque nada é intransponível ao renascer de um sol!