Coleção pessoal de carlosdanieldojja
"... Sou péssimo em recomendar metades.
Apraz-me pretender atingir a inteireza.
Elevar-me a completude do sentir e bem dizer de sua amplidão.
Almejo postular sua infinitude, como tecelão do tempo que não esta à beira
da impermanência do fazer-se..."
In Fragmento Texto: Do Contamento do Sentir
"...Trago em mim um desoculto apreço de desejar-te,
Mesmo quando me falta teu lábio tecido na palavra.
Insisto em desapressar o tempo e a esculpir tua memória..."
"...Tenho-me as avessas desse imperial saber.
Desaprendi certezas revestidas do absoluto.
Busco o ainda não fossilizado,
Como os afetos que se deixam impregnadosna querência da alma..."
"... Continuo experimentando-me,
desassossegado de vivência.
Em cada ventar, meu olhar mareado,
se traduz desague..."
"... A vida é como foz de tempo rio que se refaz.
Nascedouro de água que por terra se esvai,
Entremeando-se de raízes e de sais servidos.
A vida para ser colhida precisa estar sorvida,
Dessa necessidade do encantar-se..."
"... O tempo relido, nos faz letrados,
no alfabeto da alma..."
In Fragmento Texto O Menino que Anda Vendo Poesia
"... Precisei tear em tua face, meu olhar.
Costurar entre meus pés, tua andança.
Para não furtar-me de deixar em mim,
O dia em que te arquitetei na espera..."
In Fragmento Poema Quando Tateei Tua Face
SEMENTE
Eu bebo horizontes,
Para despertar manhãs,
Ávidas de criaturas.
Não me basto e insisto,
Ver-me em outro declarado.
Quero raiz para transmudar a flor.
DESCOBERTA
Fui te infiltrando sonidos.
Dando-te pulsados lábios.
Acordando-te sementes de espera.
Quando tua boca me disse,
Eras verbo amar,
Desatado em meus passos.
"...Nas sombras filtrei lume ao coração amainado.
E não me fui ser senão, outros caminhos vários,
A deslindar fragmentos que se entrecruzavam.
Egresso, fiz-me espera, para tantas vezes recontar-me.
Vaguei extensos sentimentos. Instaurei enternecimento.
Enxerguei um olhar. Cumpliciei ornamentos.
Modelei incertezas. Encontrei na travessia um amar.
Agora conspiro. Juntei-me ao tempo para atiçar infinidades..."
In Extrato Poema Travessia
"...Sempre me quis viver árvore.
Teria os olhos ramificados.
O corpo em tronco resistindo às marcas.
E se me perdesse a visível parte,
Sobrar-me-iam as raízes rebrotadas.
São as árvores que entendem,
Como se nasce na alma do mundo..."
In Extrato Poema A Alma das Árvores
".. Mas não existo o bastante se deixar de aspirar.
Assim espio manhãs. Não graduo conjuras.
Apraz-me compreender que uma reta contém variáveis.
Meus poros se aguçam de humana envergadura.
Tenho dificuldades com prognósticos do viver pré-definido
Não uso decifrador de tempo, para embeber-me do instante.
Declaro-me avesso, em não desfrutar, o que o momento instaura.
E quando me chega, pousa em minhas mãos, como num desenleio da alma..."
In Poema Ousadia
...Há entre mim e o tempo, uma refazença.
Uma compreensão de que quimera serei,
Um tão só colhedor de caminhos...
No fim o espírito civilizatório haverá de prosperar,
demonstrando a insanidade e a estupidez,
dos que usam as armas da guerra,
banhadas com o sangue de inocentes, para promover a barbárie.
Os radicais necessitam da guerra para se justificar.
A humanidade da paz para sobreviver.
CALEI-ME NA ESPERA
Calei-me para que tua voz me ouvisse.
Sem saber se eras chuva se fazendo nuvem.
Fiz-me escutador do não proclamado,
Para sorver a sonoridade que te habita.
Almejei a resistência das pedras,
Para fazer-me mineral em tua estada.
Quis saber como crescias em mim,
Para ser-me tua raiz de espera.