Coleção pessoal de 1andreluz

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Meu coração virou um bando de poemas pra te (en)cantar.

A imponência dos cavalos
foi substituída pelos carros.

Cabe amar e sofrer tanto quanto a morte!

Catarse
Eu podia livrar me da dor
Indo te olhar livre

Podia ressecar essa sangria
matar essa fome posuda

Beber da sua água
não há de me negar de novo

Contemplar a rede dos seus cabelos
Falarmos do pó e poesia de rua

Me abrigar no seu dossel
Deixar que o corpo faça febre

Te ouvir
E soar com suor o primeiro gemido

Adequar me ao incontível
Suprir o incabível

Remeter sem destino
Ou desmedir nosso infinito

Mais meti o braço pelas pernas
Estuprei o sentimento virginal que nunca floriu pra sempre

Tatuei um desenho qualquer
em forma de amor e desejei a você

O seu desejo então não veio
mimado de verdade, carente de nossa necessidade

Daí nem que nascessem juntos
sol e lua

E se mesmo assim por um instante
Eu te encanta-se

E assim traísse essa minha dor
com prazer e nossa paixão em dizer não

Nem mesmo assim
Eu não teria seu riso frouxo ao meu lado

Sempre lembraria e iria
Desse amargo que te fiz sugar

Não pode ser permitido "deslembrar"
Superar a memória do erro e eu

Jogou teu perdão na caçamba segunda
Julgou a limpeza imunda

Tratou de não tardar.
Dali restou o surreal de uma alma gêmeas frias e inventivas

Onde a criar torna-se a cela
A palavra a agonia

Toda vontade quando depara
Fome de panela vazia.

E ainda assim há dor imperdoável e desprezível dos meus ossos quebrados
remendados mais que nosso mistério estéreo, etéreo.

Hoje eu te vi
Sorrindo soltada
Essas voltas que eu dava
Suas curvas de meus mil dedos

Toquei seu jardim
vi ao olho nu
Te vi sim
um sonho bom

se acorda
não volto
se toca
não solto

Até aquela paz pousar
A tarde sumir
anoitecer o que pouco sei
em vontade de eternos dias de hoje

Te vi.

Tudo que é bom, não custa nada.

Se eu faço mal é "púrpura" bondade.

Na maré baixa ganho uma ilha,
Com mar, sal, sol e céu.
A lua com força aperta meu mundo.
Oceano sobe inundo,
E mareia alto,
nada tenho mais,
Até tudo se acalmar.

Ao acumulo do que sou
Digo que sumo e vou
Parar de parar no ant-rumo,
E de lá só apareço póstumo.

Saudade dela,
De seu café,
Seu livro vermelho de cheiro de sangue que perfumava o mundo...

Dor não tem vento
Enruga, rusga, inflama o drama,
Tormento enfrenta o corpo.
Ossos desmancham, esmagam,
Carne sem pedaços, pele repele e desfaz.

Sentimento primário,
Ofende o sorriso ofertando lágrimas
Trata de dizer que o tempo é infinito
Rasga a saudade do sossego
Trepa com a morte e sangra

Ao trauma físico,
fino sabor de punhal
Arromba a prece que valha
Traga a cura e se entupa de juras
Até nunca mais voltar

Vendo poesia
Pode pagar-se e sentir-se
Com panela e caldo no barro
Da cara magra da gana,
Ou fome na mão do palhaço

Vendo versos
Imensos em mim imersos
De imagem na palavra eu tenho um bom
Que seu olho pode pagar, onde ler alcançar.

Alugo sentidos
O tempo de ternura é bom
Dura mais que um suspiro
Tenho mais céu que o chão

Venha ao brechó em poemas
Alguns amarelos, mofados ao pó
Alguma coisa rara, pouca cara
Se encantar me aproveita fazendo outro nó.

Feliz se dá de...
Sensível e delicada, absolutamente efêmera. Alegria só se mostra depois que vai embora.

Desaviso

Vem logo,
Antes que o caminho se apague
Antes que o novo nos guarde.

Compraria suas coxas
Roubaria seus seios
Tomaria sua boca
Arrancaria seu olhar
Lamberia sua nuca
Pegaria suas ancas
E me levaria embora.

Eu sou saudade
Feito um samba que ainda não está pronto
Mas se canta há muito tempo.
Cheio de lembrar.

Rápidas e intensas sensações
Assim são as drogas
As paixões
A poesia.

Vou te dar um perfume cor de sangue
Com cheiro vermelho
Frasco sem tampa de desejo
Que combina com seu espelho.

Até o mais solto passarinho precisa pousar pra amar.

Belo sorriso acaba comigo,
é como perfume do olhar!