Coleção pessoal de 1andreluz
até no jardim
a tragédia
flores e folhas mortas vivem lá
assombram a luz
com suas secas
desprendida solidão e liberdade
no outono dos galhos enraízes
esperança a lembrança do orvalho
sombra o sol passado
em ramas de um perfume antigo
Comigo não levo cadeado
Nem sonho perdido
Não tem fato impossível
Tudo que sente se expande
Nu pensamento que tange
Não soul de vento,
venho e vou do tempo doutro levante
Onde lamento e versos
Eram brisas de errantes
Asa da águia nos cubra feito casa
No Mundo do Samba
Que quando vai sua gente bamba
O Surdo quase mudo
Toca num ponto forte
Anunciando a morte
De uma vida de sorte
Tum de sambas
O silêncio vivo da Portela
Banzeiro
Poesia Amazônica
Parece prece
que enverdesse
Flertes da palavra mata
Onde as ruas são rios
Desse banzeiro
que me envolvo.
quando louco
puseram em mim um hospício
pessoas sãs
julga a imensidão
como indícios
sessões vãs
terapias
Agudos precipícios
em mim
em mil
toques míopes
medem 7 buracos minha cabeça
eletrificam cavas
odes a ironia
conselhos
pingo nágua
visto a vista
intercedo agonia
dando carinho
passarinho encanto
amago canto
então acho tudo
nem tanto...
Dedos soltos
imprudentes cachos endoidados
me cegam macios
caindo no tato desse pescoço
onde me caibo
nesse todo louco
que por fim
desfaço de mim
nos seus laços despenteados
Ela me serviu um café
Amargo e frio
Sem sorriso ou poema,
Disse que eu tinha partido
Não dividira o pão,
Nem me olham os tascos...
Um velho bolo insosso grudado
No céu da boca de pecados,
Sem doce, luz negra
Bom dia, tchau.
As vezes quase me lembro
os melhores poemas que cresci
eu feito uma arvore
Onde já caíram tantas folhas
que cresce do compasso
Um torto tronco
Num tomado de galhos
Toda hora em voga
fazendo sombra
outrora raios de luz
e de quase tudo
um esqueci
Quando me pousa um bem-te-ti
Travesseiros brancos
Macio feito suas coxas
Onde eu debrucei
e flutuei no dormir
Entre as nuvens do seu sonho
André Luz
Capim de saudades
Comprei frutas frescas
Correndo rindo, me levei de criança
E espalhei tudo pelo seu jardim
Penduradas uma a uma em mim
E as suas flores todas que eu vi lá
Abriram se como se eu as deixasse
Num cair de cada pétala, feito plumas
Roçado fino na solidão de espinhos
Dançando no vento em num “polir” do chão
Feito pensamento que desmancha...
De maços vagos me catapulto em anseios lúdicos
Enrolados como fumo de raízes de amor puro
E aquelas cores todas de no seu pomar e as folhas soltas...
Foi-se no tempo tornando-as ocres, terra nova que pousava
E aquelas frutas-eu que eras pra te aguçar
E morder me suculenta em matar sua fome
E foi-se temporada...
E agora da varanda daqueles seus sorrisos
Alegrava se uma saudade feita de um casal na rede
Dessas paixões de boa tarde
Delicado tempo venta porta de trás
Até me invade porta a frente
Capim de saudades
Desalinho do meu simples caminho
Derrota sem dessiso
Delegado sombrio do meu brilho
Pretenso desafio rítmico, descontínuo
Maldito Senhor do Destino
Esmola meu querer
Leva feito vento sem tempo
Desaba uma sina sem graça ensina a farsa o cume da faca Suplico Senhor do Destino
Me deixe assim desde menino
Sou tanto amor que eu te ensino
Não faz pouco desse destemido
Apenas dai me o tempo desses sentidos
Mata a dor
Mato e faço borboletas das cinzas
Viro pó na fornalha do seu pensamento
Mato e espalho átomos pelos espaços
Criando novos agravos em um novo descompasso
Mato mesmo é a morte da palavra maldita
Essa navalha que raspa sua ternura
E aos poucos mata em mim o quase tudo que é desejo Sobrando dúbios poemas imperfeitos
A parede do meu piso
Ela é meu tempo forte
Minha véspera de feriado
Aquele copo de sede, muito gelado...
Minha previsão de alegria
Minha mão amiga
Ela cuida da minha magia
Sabe lá onde é que minha nega vai parar...
Nega de Obaluaê...