Ciúme

O ciúme vê com lentes, que fazem grandes as coisas pequenas, gigantes os anões, verdades as suspeitas.

É espantoso como o ciúme, que passa o tempo a fazer pequenas suposições em falso, tem pouca imaginação quando se trata de descobrir a verdade.

O ciúme é muitas vezes uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor.

Só o ciúme me faz saber se estou apaixonada.

O ciúme pertence mais a vaidade do que ao amor.

O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele.

Uma vez descoberto, o ciúme passa a ser considerado por quem é objeto dele como uma desconfiança que autoriza a enganar.

O ciúme é um latido que atrai os ladrões.

É impossível exprimir a perturbação que o ciúme causa a um coração em que o amor ainda se não tenha declarado.

O que torna a dor do ciúme tão aguda é que a vaidade não pode ajudar-nos a suportá-la.

O ciúme nunca está isento de certa espécie de inveja, e frequentemente se confundem essas duas paixões.

O ciúme tem as suas raízes mais no egoísmo do que no amor.

O ciúme é o germe do ódio no amor; mata-o às vezes, fere-o sempre.

No ciúme, há mais amor-próprio do que amor.

Nos ciúmes existe mais amor-próprio do que verdadeiro amor.

A mulher mais ciumenta é talvez a que mais facilmente atraiçoa o marido e menos tolera que ele a atraiçoe. Porque o ciúme é a afirmação de um direito de propriedade. E esse direito reforça-se com a traição dela e diminui-se com a dele.

Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce.

CIÚME NÃO É EX

... porque o que quase foi não pode atrapalhar o que ainda pode ser.
(...) E de escolhas e de perdas é feita a nossa história. Não há nada que se possa fazer a não ser carregar por um tempo um peso sufocante de impotência: eu escolhi que aquele fosse o último abraço.
Agora é outra que se perde em ombros tão largos, tomara que ela não se perca tanto ao ponto de um dia não enxergar o quanto aquele abraço é o lado bom da vida.
(...) Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo.
(...) Mas a realidade é que não gostamos desses tipos de filme fraco com final feliz, gostamos dos europeus "cult" onde na maioria das vezes as pessoas sofrem e perdem, assim como aconteceu com a gente.

Como eu tinha combinado que não ia mais te ligar pra encher com ciúme, tô te ligando pra falar que tô com ciúme, mas não vou te encher.

Amar é sorrir por nada e ficar triste sem motivos, é sentir-se só no meio da multidão, é o ciúme sem sentido, é ser feliz de verdade.