Citações de Monteiro Lobato

Cerca de 56 citacoes Citações de Monteiro Lobato

Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.

Um país se faz com homens e livros.

Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.

Monteiro Lobato
A Barca de Gleyre: quarenta anos de correspondencia literária entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangel
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– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...]
A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

Loucura? Sonho?
Tudo é loucura ou sonho no começo. Nada do que o homem fez no mundo teve início de outra maneira - mas tantos sonhos se realizaram que não temos o direito de duvidar de nenhum.

Monteiro Lobato
Obras completas: Literatura geral

Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele.

A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem.

Monteiro Lobato
Mundo da lua e Miscelânea

Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta.

Erro pensar que é a ciência que mata uma religião. Só pode com ela outra religião.

Monteiro Lobato
Obras completas: Literatura geral

A mulher não é inferior nem superior ao homem. É diferente. No dia em que compreendemos isso a fundo, muitos mal-entendidos desaparecerão da face da Terra.

Monteiro Lobato
BARBOSA, Josefina Sarmento. No carinho da luz (1921).

A natureza só permite aos gênios uma filha: sua obra.

Quem tem força, abusa.

Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.

Monteiro Lobato
A Barca de Gleyre

Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos depois fazemos.

A mim me salvaram as crianças. De tanto escrever para elas, simplifiquei-me.

Monteiro Lobato
Obras completas: Literatura geral

Assim como é de cedo que se torce o pepino, também é trabalhando a criança que se consegue boa safra de adultos.

Monteiro Lobato
Monteiro Lobato Vivo

Nada de imitar seja lá quem for (...) Temos de ser nós mesmos (...) Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir.

Monteiro Lobato
A Barca de Gleyre: quarenta anos de correspondencia literaria entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangel
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Animais e a Peste

Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, mais apreensivo, consultou um macaco de barbas brancas.
- Esta peste é um castigo do céu – respondeu o macaco – e o remédio é aplacarmos a cólera divina sacrificando aos deuses um de nós.
- Qual? – perguntou o leão.
- O mais carregado de crimes.
O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos reunidos em redor:
- Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes crimes, matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-me, pois, para o acrifício necessário ao bem comum.
A raposa adiantou-se e disse:
- Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que Vossa Majestade alegou constitui crime. São coisas que até que honram o nosso virtuosíssimo rei Leão.
Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora e o leão foi posto de lado como impróprio para o sacrifício.
Apresentou-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se de mil crimes, mas a raposa mostra que também ele era um anjo de inocência.
E o mesmo aconteceu com todas as outras feras.
Nisto chega a vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz:
- A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve da horta do senhor vigário.
Os animais entreolharam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra:
- Eis amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra porque não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário.
Toda a bicharada concordou e o triste burro foi unanimamente eleito para o sacrifício.

Moral da Estória:
Aos poderosos, tudo se desculpa…
Aos miseráveis, nada se perdoa.

Talento não pede passagem, impõe-se ao mundo.

Nunca no mundo uma bala matou uma ideia.