Cinzas
A ira é como o arder de uma chama, que em seu furor destrói e queima tudo a sua volta. Todavia, ao apagar-se, seu resultado são cinzas e arrependimentos.
Demonstrações de amor e carinho, são como brasas, assim que o fogo cessa, resta-se somente as cinzas!
O fogo do nosso amor foi ignorado,
perdeu sua relevância,
deixou de ser alimentado
e queimou até virar cinzas,
todavia, de forma sofrida,
meu amor por mim,
como uma fênix,
pôde renascer,
hoje, sou mais feliz
por não estar com você.
E quando já não havia mais forças
para lutar, ela simplesmente se
entregou e deixou o seu corpo
queimar. E das cinzas suas asas
novamente se ascenderam, e como
uma fênix todos os seus poderes
renasceram.
Como Phoenix
Assim como morrem as estrelas
nascem outras luzidias.
Assim morri um outro dia,
agora renasço em novas telas,
telas do infinito renovadas,
pinceladas de natureza viva
para ser luz em uma nova vida,
como estrela que renasce,
broto de velhas cinzas.
A natureza está de luto. A esverdeada pureza despiu-se de cinza em memória da beleza que um dia foi tua maior riqueza.
Me refaço
Volta e meia entro nesta escuridão.
O dia que não se faz jamais dia.
A noite que se repete livre pra ser noite todo dia.
Eu sei que vale a pena... esse vale da morte.
Desafios, incompreensões, períodos de crise...
Fatalidade do destino: perder meu tino.
Vai secando o meu mar...
Estou prestes a me afogar... no desespero e confusão... dessa profusão de tristeza.
Mas eu dou a volta por cima... volta e meia respiro o ar viciado ao meu redor
e me liberto... um novo balão de oxigênio... um riso belo de aconchego... a certeza da tua beleza.
Tal Fênix... renasço... assopro as cinzas pra longe...
Dos laços me desfaço.
Faço-me nova...
Mais uma vez minha vida se renova.
De gota em gota me refaço.
Quando tudo indica que perdemos a fé e mergulhamos nas profundezas da amargura, eis que ressurgimos das cinzas como a fênix.
Quando inundamos nosso corpo e a nossa alma com lampejos de sabedoria, nesse instante, expulsamos da epiderme os apetrechos do corpo que nos fazem lembrar das cinzas da ditadura.
A energia que emana tanto da gente, como em tudo que nos cerca, é fogo. Uma hora explode e queima tudo, para renascer das cinzas, assim como a Fênix. Se for contar quantas das vezes eu ressuscitei!? Eu já até, perdi as contas...
A luz que continua a brilhar mesmo cercada pela densa escuridão, tem o poder de transformar um momento de tristeza em uma grande libertação, de encontrar forças apesar das fraquezas, de afastar o sentimento de solidão, o brilho de uma natureza resiliente como se fizesse menção ao renascimento admirável de uma fênix a partir das suas cinzas, magia intensa e amável do seu coração, da perda à conquista.
Enquanto trago o cigarro, o cigarro me fuma.
Enquanto fumo o cigarro, o cigarro me traga.
Quando morrer quero minhas cinzas depositadas em um cinzeiro.
A mitologia grega conta a história da existência de um pássaro. Não um pássaro qualquer, mas um pássaro de rara beleza, com penas douradas, vermelhas e arroxeadas. A FÊNIX!
Essa ave com características tão singulares, possuía longa vida e era “capaz de suportar o peso de fardos gigantescos”. Sua habilidade especial era a de, após se pôr em chamas, renascer de suas próprias cinzas, ainda mais forte, ainda mais belo e reluzente! Era uma “especialista em RECOMEÇOS”.
Ah, a fênix…
Quantas vezes você foi como uma fênix? Quantas vezes precisou suportar fardos inimagináveis?
Quantas vezes, precisou juntar seus próprios “cacos" , um a um…
Quantas vezes você, fênix, precisou chegar às cinzas, usar o chão como último e único recurso para tomar impulso e se reerguer? Quantas vezes precisou se levantar, se reinventar, renascer?
Quantas vezes você foi “do chão ao céu”?
Muitas vezes, né…
Então, seja qual for o motivo que esteja te levando ao chão, apenas descanse em Deus e, enquanto isso, se prepare, se fortaleça, fortaleça suas “asas” para um novo e mais alto voo!
Está chegando o Carnaval... Alegria...
Passou o carnaval... Melancolia...
Escutando esta linda página de nosso cancioneiro, veio a
inspiração para este texto...
E é quarta-feira de cinzas...
A TAL DA QUARTA FEIRA DE CINZAS(*)
Marcial Salaverry
Quarta Feira de cinzas...
Para os verdadeiros carnavalescos,
é aquele período compreendido entre a
meia noite da terça de Carnaval,
até o próximo sábado de Carnaval...
E agora, já é quarta feira,
e foi feita muita besteira...
Um lindo e gostoso carnaval pra você...
Com tal desejo, embarca-se na folia...
Curte-se o carnaval,
e por vezes acaba mal...
Como o curtir mais,
pode ser demais,
seja na folia,
seja só na alegria
de estar na sua companhia predileta,
que pode ser o seu amor,
ou então o computador...
Pra tudo acabar na quarta-feira...
Um carnaval bem curtido,
não foi nada sofrido...
bem aproveitado,
de um jeito bem largado...
E agora, José?
Vamos recomeçar a viver...
Tudo acabou na quarta-feira...
Que é de cinzas...
Cinzas do carnaval que passou...
(*)Inspirado na Marcha da Quarta Feira de Cinzas, de Vinicius de Morais e Carlos Lyra
Marcha De Quarta-Feira De Cinzas
( Vinicius de Moraes & Carlos Lyra)
Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz
Música: lado de dentro.
Entrou na minha vida, ressuscitou o demônio,
Dizendo que era água viva, destruiu meu sonho.
Foi mais que exorcista, trouxe outros fenômenos,
Um jogo de sombras, onde tudo é veneno.
Mas eu sigo em frente, com a luz na mão,
Superando as dores, buscando a razão.
Entre o amor e o medo, vou dançar no escuro,
Ressurgindo das cinzas, eu me refaço puro.
Teus olhos eram chamas, me queimavam por dentro,
Fui preso nas correntes do teu sentimento.
Mas agora sou forte, não sou mais refém,
Vou escrever minha história, o final é só meu bem.
Mas eu sigo em frente, com a luz na mão,
Superando as dores, buscando a razão.
Entre o amor e o medo, vou dançar no escuro,
Ressurgindo das cinzas, eu me refaço puro.
Ponte
E se o demônio voltar, eu não vou temer,
Minhas feridas curadas, eu vou renascer.
Com cada passo firme, eu deixo pra trás,
A sombra que tentou me prender em seu laço.
Refrão
Mas eu sigo em frente, com a luz na mão,
Superando as dores, buscando a razão.
Entre o amor e o medo, vou dançar no escuro,
Ressurgindo das cinzas, eu me refaço puro.
Meu coração é um vulcão adormecido, coberto por uma crosta de pedra. A lava fervente da paixão se esfriou, solidificada pela dor. Agora, só cinzas e poeira restam, um lembrete do que um dia ardeu.
Eu menti naquela hora...
E disse que não sabia...
Mas vou-lhe dizer agora...
A ingratidão pesa...
E para chegar não tem hora...
Em meio ao sol e ao riso da manhã...
Tudo isso existe...
Tudo isso é triste...
Nesse engano das horas...
Como alguém que tivesse esquecido...
Que assim sempre tem sido...
Ah ingrato...
Como será seu destino?
A noite, que o pesar...
Ao fim de cada dia...
Irá sempre me lembrar...
Que não sobrou nada...
Apenas cinzas frias...
Quero que saibas...
Se de súbito me esqueceres...
Também não me procures...
Porque já te terei esquecido...
O que outrora tenha sentido...
Minhas raízes sairão
em busca de outra terra...
A noite infinita enfrenta a vida...
Sem temer a ingratidão...
Química e sentimentos tão intensos, que entramos em combustão, e o que sobrou pela manhã, foi cinzas.
Por vezes quando o tempo passa...
Em horas dentro de mim...
Passa um nada meio acontecido...
Uma saudade que não tem mais fim...
Na penumbra de minha casa...
Escondido sob o luar...
Na artéria estendida do silêncio...
No vão do patamar do tempo...
A procurar...
Pressupondo um olhar para trás...
Por tudo o que eu vi e sei...
No curso veloz da vida...
Corri, subi e voei...
Agora grito...
Para rasgar os risos que me cercam...
Insensatos...
Não me servem de consolo...
Tolos...
Inúteis...
Pueris...
Fartam-me até as coisas que não tive...
Fartam-me com tudo o que sonhei...
Fartam-me o tanto que desejei...
Outrora escalar os céus, imaginei...
Tudo era igual...
E tudo me ruiu...
E entrei abandonado na esperança...
Entreguei -me a ela e ela me possuiu ...
Em combustão secreta...
Ao silêncio me abri...
Hoje entre as pedras procuro...
Aquilo que perdi...
Não paro...
E se necessário volto atrás...
Quantas vezes necessárias forem...
Até reencontrar...
O que nunca esqueci...
Dizem todos que é loucura...
Bem isso eu sei...
E muito ouço e muito já ouvi...
Tenho um caminho marcado...
E se agora não encontro...
Vou procurar no passado...
Revolvendo as cinzas...
Até descobrir...
Sandro Paschoal Nogueira