Cinzas
E tudo que já era pouco se fez cinzas em um instante da vida, pois dela era a sua ferida, pois dela era a sua vida.
Vamos parar os gatilhos
Enterrar as cinzas
Criar e cuidar dos filhos,
Mostrar sóis, construir faróis
E assim seguir
As dificuldades da vida são tão insensíveis e tão amaregas que se tornam cinzas;
portanto me abrace antes que tudo adormeça em um tempo escondido;
Tenho andado impasciente e tão confuso com o meu caminho, que eu acho que nem preciso provar nada há mim mesmo;
As vezes vejo o que ninguém percebe e que ninguém jamais perceberá " o quanto você é linda";
O que seria das cinzas se não fosse o fogo?
E o que seria da fênix se não fosse as cinzas?
Ela não renasceria. Ela nem existiria.
Renascer não quer dizer mudanças.
Você continua o mesmo, só que cada vez mais forte.
Que entre as cinzas das decepções, encontremos o calor da esperança para sempre seguir em frente
Só paraliza quem se abate pelo frio da covardia
Só não renasce quem nunca viu o amanhecer
O olhar verdadeiro para dentro de si mata o ego, e faz renascer das cinzas o homem que na verdade é simples.
O olhar verdadeiro para dentro de si esmaga a soberba, e faz brotar a humildade.
Olhe pra si e verá que você tem um valor incrível.
Querida Fênix, quanto tempo é preciso viver para poder voltar às cinzas? Quandas vezes voltarei às cinzas para poder nascer de novo?
Com amor.
Um grito em silêncio
Não há nada que aponte um recomeço
nem que aporte as cinzas a ressuscitar
se o agora é de cruz a carregar
qual pecado possui mais justo preço?
lavar as mãos ora não é o que ofereço
os meus pés andam cegos em desamor
sou tão caça quanto fui caçador
sem valor, sem nome nem endereço...
qual druida vestido pelo avesso
enfurnado em lamúrias colossais
ao furor dos arcanjos imparciais
singro à dor de um passado não travesso...
entre mortes & vida vingo os tropeços
e os arfantes estridores dos meus ais.
TRAGO
Trago nos lençóis as cinzas
Que deixei fugir de mim
Água de lágrimas em sangue
De secos espinhos feridos na pele
Entre o limbo de um beijo molhado
Foge-me a insurreição das ondas
Neste pecado de morte a minha
Nos fincados silêncios estes
Que envelhecem a alma
Com saudades dos teus lábios, de ti
No calor dos nossos corpos
Quando numa luta de morte
Nos entregamos ferozmente.