Cidade Linda
Forasteiro
Chegou na cidade
Um estranho forasteiro
Ninguém sabe de onde ele veio
E qual seria a sua idade
Ele tinha um sotaque rasteiro
E no seu olhar uma certa maldade
Parecia esconder de todos
Uma grande verdade
E veio cantar de galo
Logo no meu terreiro
Chegou na cidade
Meio assim de repente
Parecia que cometeu
Alguma atrocidade
E veio pra cá
Esconder a sua mente
Forasteiro de cara amarrada
E coração valente
Diga logo quem é você, camarada
Ou vá procurar outro batente
Eu não te conheço
Nem você é meu parente
Você ver tudo ali
Mas nada que ver é meu
Eu ainda sou o mesmo começo
De uma estrada que se perdeu
E se na sua vida aventureira
Cada passo é um tropeço
Vá buscar em outro lugar
O que a sorte te escondeu
Pra que faça dela um bom lugar
E um outro recomeço.
Vozes do Brasil
Gritos das matas do Brasil
Palavras que a cidade nunca ouviu
O choro inquietante
que preenche o azul anil
Do verde que pouco resta
Nossa vida, nossa pesca
O que a mata tem pra nos dar
voce veio para nos tirar
A revolta vem armada
Na estrada interditada
no arco apontado
com a flecha afiada
Ainda assim você não vê
que eu sou como você
passo cede, fome e frio
para lutar pelo meu Brasil
A sua dívida histórica
que insistem em ofuscar
do amarelo ouro que levaram
do que era o meu lar
Vieram la do mar
para meu povo escravizar
minhas terras demarcar
e minha cultura dizimar
Só pedimos uma parte do meu lar
E o homem "civilizado"
há de pré julgar que é meu povo que vive
sem ao mínimo trabalhar!
Quando é que vão perceber
que só tendem a perecer
destruindo nossa cultura
sem ao mínimo conhecer?
E mais uma vez ninguém ouviu
as vozes das matas do Brasil...
Da janela desse apartamento vejo um pedaço do mundo, a cidade está em silêncio, lá no fundo, bem distante, vejo duas cores num só Sol.O vento sopra o meu rosto levemente, um beijo tímido acaricia minha face, é fim de tarde, mais um dia que se vai, a noite se aproxima, o relógio corre contra o tempo, amanhã é dia de começar e recomeçar tudo outra vez. E o que ficou do dia que passou? Apenas uma lembrança de um tempo que não volta mais. Aproveite.
Ontem mesmo num barzinho aqui da cidade eu morri, só porque abandonei a solteirice, disseram meus amigos.
para os braços da morte
te beijo uma ultima vez,
dentro dessa cidade de mortos.
pela origem dessa vida,
que tanto desdenho teu coração,
por tantas vezes desejei teu amor...
em poucos estantes vi que tudo passou
em um segundo apesar de não abrir os olhos,
no profundo sentimento.
Cabedelo - PB
Minha terra é tão bonita
nunca vi melhor cidade
sua beleza é infinita
quem saiu sente saudade
mesmo quem vem de visita
se apaixona de verdade.
Conviver junto, seja em uma casa, clube, igreja, comunidade, cidade, não quer dizer que as pessoas se amam, elas fazem amizades e se amam ou se aturam conforme as suas necessidades e oportunidades físicas ou financeiras, o coração do homem é errante e pecador, as vezes nos iludimos com falsos sorriso ou promessas, muitos pela carência ou medo de solidão e vazio... Cuidado com pessoas oportunistas. Não é legal ser só, logo é rotulado, mas de que vale ser rodeado de gente e continuar só? Somos reis de nosso próprio mundo, seja feliz consigo mesmo, faça pontes concretas com teu próximo e crie laços, mas nem todo porto é seguro, e quando tiver relacionamento, faça valer a pena e não crie tumulto e nem queira só achar culpados ou ter razão... Sorria, Deus te deu sabedoria.
"A tanto tempo que eu não
molhos meus pés no rio que
corta a minha cidade... rio
que já foi calmo...rio que
continua belo... rio que
em sua margens desfilam
belas mulheres... rio que
todos amam.. rios de aguas
cristalinas... hoje na cor vermelha...
rio que já foi império...
rio que era imponente! hoje
impotente! que saudade do
meu lindo rio de janeiro!...
Por todo roubo que já houve em Brasília, a cidade deveria ser a capital mais bonita e mais moderna do mundo.
Eita vida!
A vida no sertão
é diferente da cidade
não existe discussão
onde há simplicidade
cada amigo é um irmão
e todo aperto de mão
tem respeito e amizade.
MINHA CIDADE
Ela tem rio e montanhas
Tem cheiro das manhãs
Tem um povo hospitaleiro
Tem encanto o tempo inteiro...
Ela é linda e animada
Quem a visita fica apaixonada
Tem pontos turísticos e lazer
O sol se pondo é lindo de se ver...
Tem um rio de se encantar
A Lagoa linda de se admirar
Onde se faz caminhada
À noite muito animada...
Aqui tem praça florida
Tem muita gente querida
Com ruas arborizadas
Minha cidade adorada.
Santo Estêvão meu pedacinho de chão
Cidade amada do meu coração
Ela é linda pode acreditar
E se duvidar venha nos visitar...
Hoje lembrei do quanto gostava da vista daquela janela da sala, de là eu via a cidade e me sentia bem.
Eu sabia que ao abrir a porta do quarto você estaria ali, deitado e com sorriso de menino, isso me trazia paz.
Dai hoje não sei o porque eu lembrei de cada detalhe.
Até do espelho do banheiro eu lembrei, kkkkkk, isso me faz rir e eu amo alimentar isso.
Hoje só restam lembranças, sentimentos, e aquela velha pergunta, sera que ele encontrou alguem com a altura certa pra se ver naquele espelho? Afinal ele foi colocado exatamente para meu uso.
Tência Medeiros.
Tão longe, tão perto...
Ontem encontrei uma senhora em um café na cidade de Braga. Brasileira do Rio de Janeiro. Logo mais estaria pegando o comboio para Famalicão ia visitar a filha. Olhei para seu rosto marcado e depois para seu corpo e perguntei:
“Há quantos anos esta morando neste país”
- Há trinta anos – disse-me ela
Trinta anos... Pensei atônita
Levei um choque ao retornar lentamente no tempo de trinta anos...
Novamente olhei para seu rosto, suas mãos enquanto pegava a xícara de café e com a outra mão procurava um lanche, pão com queijo, na carteira (bolsa) que trazia no braço... Devo dizer que fiquei chocada. Trinta anos de angústia... É claro que não iria perguntar a ela como se sente hoje como se sentiu dia a dia, ano após ano. Claro que não. Pois já sabia o que iria dizer, iria mentir e dizer o quanto foi feliz e hoje vitoriosa... Sentia a verdade em seus olhos escuros e em seu sorriso triste. Do seu coração ainda se podia ouvir gritos de socorro durante aqueles trinta anos....
Esse fato me levou a outro... Ano passado em frente à igreja de Cedofeita encontrei aqueles dois portugueses que tomavam um lanche e bebiam um vinho em um muro espécie de banco... Ao me verem ali do lado perguntaram se eu estava servida. É claro que sim. Providenciaram um copo e me ofereceram. O mais falante perguntou se eu era brasileira. Disse que sim. Respondeu que seu avô há muitos anos foi para o Brasil, deixando a família, avó, netos, filhos e tudo o mais. Um belo dia com uma desculpa qualquer se foi. Falou sobre o fato com grande mágoa com um olhar que não me desfitava e com cólera. Quando terminou perguntei a ele se alguma vez ele voltou ou se alguém foi visita-lo. Ele disse que não... Que nunca mais voltou... Abandonou tudo. No Brasil viveu, no Brasil morreu...
A angústia e a saudade daquele senhor que se foi e nunca mais voltou se abateu sobre mim, disfarcei olhando a igreja, o chão, o vento balançando as folhas das árvores ele me olhava com o olhar parado esperando uma resposta e tive vontade de dizer ao homem ali parado na minha frente que seu avô se tornou um morto-vivo. Dizer algo seria pedir demais a minha coragem, só porque eu era corajosa. Olhando-o, desanimei: Faltava-me a coragem de desiludi-lo. O que ele queria? Que seu avô voltasse e de joelhos pedisse perdão? Ou que a tortura eterna fosse a sua punição? Furtivamente olhei-o de lado e recuei deixando que o vinho fizesse a sua parte. Era cedo demais para eu ver tanto.
A lenda dos Três Macacos Sábios, do Santuário Toshogu, na cidade de Nikkõ, Japão, ilustram a porta do Estábulo Sagrado, um templo do século XVII, e baseia a sua origem num provérbio japonês, com uma simbologia vinda de uma lenda Tendai – budista, a qual transmite o ensinamento de não ouvir, ver ou falar mal, pois, só assim, evitando-se fazer o mal e impedindo que este se espalhe, se pode viver pacificamente em paz e harmonia, como uma oportunidade para se olhar para dentro e se respeitar o mundo dos outros, funcionando como um melhoramento espiritual a cada dia.
A sua máxima “não ver, não ouvir e não dizer nada de mau” foi adotada por Gandhi.
Kikazaru, o macaco que tapa os ouvidos, adota a postura interior de não querer ouvir certas palavras, a fim de preservar o seu equilíbrio (“não ouvir o que leve a fazer maldades”).
Iwazaru, o macaco que tapa a boca, revela a sabedoria de não transmitir o mal, boatos, julgamentos e críticas destrutivas (“não falar mal”).
Mizaru, o macaco cego, convida ao que é útil e faz bem, sem deixar, contudo, de combater o mal com o bem (“não ver as más ações como algo natural”).
Três máximas a considerar no nosso quotidiano, com a finalidade de protegermos a nossa integridade e a de preservarmos a nossa felicidade, pois, como estabeleceu paralelamente Sócrates, com a história dos seus três filtros - Verdade, Bondade e Utilidade - precisamos ser, acima de tudo, sãos de espírito.
Nas cercanias, poesia na fortaleza de nós apregoa frio e garoa inverno em Sampa lava a cidade de pedras esfria a alma.
Eternidade.
A cidade amanheceu cansada, velha demais para continuar.
Prédios sussurram as igrejas que a nobreza do tempo, acabou.
Amanheceu e banhou-se no mar, a sombra da belíssima construção.
O cavalo corta a rua com seus cascos calejados e cansados de fendas e buracos.
Para, respira, bebe a santa agua e prossegue, cansado como a cidade.
Olhares perdem-se com as poeiras de eras, centenárias cenas, casas grandes e pequenas, bordado longo, calmamente elaborado.
Tijolo por tijolo o tempo desfaz, uma saudosa brisa curva-se sobre telhados e janelas.
É a mesma de vidas atrás.
Só os personagens mudaram.
A cidade vai dormir cansada para acordar disposta a brilhar por mais um pouco, na eternidade da memória.
Lá fora a chuva cai
Fria, em uma manhã anti sonora
Em uma cidade que descansa
Do ronronar de feras terríveis
Cruéis sem coração, quente ou frio.
Ou melhor, coração têm.
Mas não sentem um só único sentimento
Bom ou mal interferindo, se ferindo.
Retroalimentando a ganância do capital
Ainda me lembro de como eram as manhãs
Manhas lindas de sol, desnudando tudo.
Ao alvorecer em todas as nuanças
Como um desenrolar de uma pintura
Que dos mais pasteis dos tons possui; Agora não!
Vem uma fera sem coração
Como um míssil maquinal maquiavélico
Composto de fluidos e metal.
De cores berrantes, como antes havia os matizes.
Mais perfeitos de todo tipo, borboleta, Flutuantes calmas anti- sonoras
Agora só o estrondo da fera desembestada
Em um poste elétrico tirando uma vida
Com o caos sonoro já não mais se dividia as vísceras
De quem era o mestre daquela pobre fera
Sangue e carne se retorcem em metal
O capitalismo retroalimentando
Ferindo interferindo quente ou frio, Coração, cruéis.
Ferindo interferindo quente ou frio, Coração, cruéis.
O capitalismo retroalimentando
Sangue e carne se retorcem em metal
De quem era o mestre daquela pobre fera
Com o caos sonoro já não mais se dividia as vísceras
Em um poste elétrico tirando uma vida
Agora só o estrondo da fera desembestada
Mais perfeitos de todo tipo, borboleta, Flutuantes calmas anti- sonoras
De cores berrantes, como antes havia os matizes.
Composto de fluidos e metal.
Como um míssil maquinal maquiavélico
Vem uma fera sem coração
Que dos mais pasteis dos tons possui; Agora não!
Como um desenrolar de uma pintura
Ao alvorecer em todas as nuanças
Manhas lindas de sol, desnudando tudo.
Ainda me lembro de como eram as manhãs
Retroalimentando a ganância do capital
Bom ou mal interferindo, se ferindo.
Mas não sentem um só único sentimento
Ou melhor, coração tem.
Cruéis sem coração, quente ou frio.
Do ronronar de feras terríveis
Em uma cidade que descansa
Fria, em uma manhã anti-sonora
Lá fora a chuva cai
Élcio José Martins
GUARANÉSIA
Essa cidade já foi contada em verso, prosa e canção,
Sua semente já colheu muitos frutos pra nação.
Sempre foi um marco na cultura e educação,
Tem teatro de alto nível e carnaval para o povão.
O rio canoas beijou a sua face,
Pássaro da ilha disse me abrace.
Sua história é rica como ouro,
Seus filhos a beleza do beija-flor-besouro.
Rio canoas já foi capivaras,
Tinham pássaros em revoadas, sabiás, canarinhos e araras.
Animais os mais diversos e espécimes raras,
Todos vivendo livremente, sem gaiolas, sem currais, quem dera haras.
O seu primeiro nome que até hoje ecoa,
Tem referência ao emigrante José Maria Ulhoa.
À margem do Rio canoas seu nome entoas,
Batizado em suas águas como Santa Bárbara das Canoas.
Próximo à sua moradia uma capela construiu,
Por devoção à Santa Bárbara seu nome atribuiu.
Por desígnios da divina providência um fato ocorreu,
Um milagre de Santa Bárbara um homem protegeu.
Na derrubada da mata um grande tronco cairia,
Um pobre homem que ali estava certamente atingiria.
Santa Bárbara protetora esse homem salvaria,
As raízes de uma árvore desse tronco, livraria,
Seus companheiros murmuraram Milagre! Milagre! Milagre!...,
Santa Bárbara o salvou. Isso foi Milagre!...,
Num instante tudo silenciou, e, trêmulos de emoção,
Escolheram Santa Bárbara como a Santa do coração.
José Martins e Manoel Fernandes Varanda, impressionados, resolveram doar,
O terreno à capela para nele um povoado edificar.
Viajantes e mascates eram seus visitantes,
De joias a escravos eram eles comerciantes.
Em 1838, como prêmio, distrito se tornou,
Distrito de Paz de Santa Bárbara das Canoas denominou.
Subordinou-se ao termo de São Carlos de Jacui,
Foi jurisdicionado à comarca de Sapucaí.
Em 16 de setembro de 1901 o município foi criado,
Denominado Guaranésia pra criar o seu legado.
Significa pássaro da ilha um pássaro encantado,
Da tríade de escolha ele foi o selecionado.
Gardênia e Tavarésia foram os outros relacionados,
São nomes especiais que até hoje são lembrados.
Santa Bárbara das Canoas, Gardênia e Tavarésia,
Marcaram a linda história da querida Guaranésia.
Já foi estrada real, já teve trem de ferro e até avião,
Tinha casa bancária, comércio de arroz, milho e feijão.
Chora a velha estação sem locomotiva e sem vagão,
Que embarcou amores e riquezas para toda região.
Cidade de famílias nobres de muita tradição,
Grandes comerciantes desde a sua criação.
Professores renomados percorreram a nação,
Levando conhecimentos na cidade e no sertão.
Tem a cana, o álcool e o algodão,
Café é a maior exploração.
Tem panos de prato, cabines e mangueiras,
Secos e molhados, tijolos e madeiras.
Santa Margarida marca a história da cidade,
Fez parte do progresso desde a sua mocidade.
Foi a mãe da indústria têxtil tecendo a humildade,
Teceu o cidadão, deu guarida, deu o pão e muita dignidade.
As casas bancárias se multiplicaram,
As indústrias se transformaram.
As escolas recebem o reconhecimento,
Pelo alimento do intelecto e a costura do conhecimento.
Aqui se faz justiça, abre caminho,
Nossos velhinhos afeto e carinho,
Os especiais sonhos e esperança,
Nossas crianças cidadania e confiança.
Esta cidade tem portas abertas,
Não tem demandas, exagera nas ofertas.
Recebe seus novos cidadãos com a alma e o coração,
Aqui não tem origem, não tem cor, não tem separação.
Guaranésia tem sua história,
Seu povo boa memória.
Não perde o trem da saudade, pois sabe quem faz a hora,
Já foi mocinha hoje é uma grande e bela senhora.
Viva Guaranésia das manhãs orvalhadas,
De estradas de terra que hoje foram asfaltadas.
Do menino de pé no chão, sem agasalho e sem tostão,
Do cinema, do jardim, e do namoro, pegar na mão.
Do Lions Clube a Fernando Osório,
Da igreja, Monsenhor Grella e o santuário.
Santa Casa a equipe de prontidão,
Dos atletas campeões da famosa geração.
Fica um pouco de saudade,
Mas firme na realidade.
Nossa cidade se tornou,
Tudo aquilo que seu povo um dia semeou.
Élcio José Martins