Cidade
Asas
Porque a cidade me prende com laços de asas onde os pássaros moram
O rural me despe de cintos dourados e me enche de música
É no silencio do rio na turbulencia do mar
Que as raizes de formosas arvores me alimentam as palavras
Seiva da juventude em taças de corolas
Flores de campos coloridos que me invadem
Senta-se a cidade a meu lado
Inquietação no ajuste da escolha entre a pedra e a terra
O bulício e a quietude na pele que se quer sentida
E afago o olhar nas marés de trigo e choro a selva urbana onde moram os pássaros sem asas
03/11/2022
ALVORADA
Alvorece
as gaivotas acordam a cidade
os sinos cantam ao desafio
com os sonhos interrompidos
a maré lambisca a margem
os raios de sol diluem a bruma
e os meus lábios fogosos
engomam as rugas do teu corpo
com a mesma devoção
com que a natureza regenera.
Velhas Pedras da Cidade - Évora -
Velhas pedras da cidade
que outrora já foi Moura
"Ruas-Frades" por piedade
que o passado não perdoa.
Velhas pedras da cidade
que o silêncio não calou
passe a vida ou a idade
pois o tempo as consagrou.
Velhas pedras da cidade
são cansaços do destino
são poemas sem vaidade
de poetas sem caminho.
Velhas pedras da cidade
- cinza fria que não sente -
não se esqueçam da saudade
no olhar de toda a tente.
No Berço da Cidade -
Cinco letras tem o nome
da cidade onde nasci
é palavra que não dorme
nesse berço onde cresci.
Ó Évora cantada,
pelas águas da fonte,
és Évora, doirada,
erguida num monte.
Oito ruas tem a Praça
oito bicas tem a fonte
e à quina do Arcada
está a igreja de fronte.
Entre portas e janelas,
oito entradas na igreja,
cinco grades moram nelas
Santo Antão as proteja.
Também há oito solidões
p'ra quem vive de saudade
é a dor dos corações
neste Berço da Cidade.
Gangrenas -
Ó empedernida solidão, estática, parada
num jardim desta cidade, sobre o busto que levanta
uma espera imortal! Fitando a luz do nada
ergue-se do chão, Florbela Espanca!
Minha vida é cor da sua! E ninguém me peça
pausa ou silêncio! Que a vida que me deram,
cor dos olhos dos mortos que morreram
é fria, porque os mortos arrefecem depressa ...
Só não arrefece a minha eterna e profunda solidão
cor da mágoa das Gangrenas do Senhor,
meu espelho ou ilusão de Ser nas necroses do coração
num sentir que está parado neste imenso mar de dor!
No Jardim Público de Évora frente ao busto da Poetisa.
Eu estou visitando "uma cidade" chamada Eu mesma, estou adorando a viagem, penso em ficar aqui por um bom tempo.
Era uma noite de sexta feira. Eu morava em outra cidade para estudar, era aproximadamente 100 Km de distância da minha cidade natal, onde ele mora. Tinha uma semana que eu havia entrado na faculdade, eu ficava lá no meio da semana e no final de semana eu voltava para minha cidade, era a segunda vez que eu voltava. Eu até lembro que não tinha roupa pra sair, então eu passei no shopping antes de ir pra rodoviária e comprei um short pra usar.
A gente marcou por volta das nove horas numa praça perto da minha casa. Eu cheguei primeiro e fiquei esperando-o chegar. Nós sentamos e conversamos um pouco, eu estava muito tímida, comemos numa lanchonete perto dessa praça e ele disse depois que tinha que ir para um churrasco de um amigo. Naquela época eu não importei, mas se fosse hoje eu teria importado. Eu não o conhecia bem, não sabia no que ia dar, por isso nem me importei.
Hoje estamos juntos há mais de um ano, eu me pergunto em qual momento do nosso relacionamento eu perdi quem eu era. Em qual momento eu comecei a depender emocionalmente dele. Eu era uma pessoa despegada, eu gostava de ficar sozinha, e não queria controlar a vida de ninguém. Hoje eu sou alguém muito diferente, em muitos aspectos eu cresci muito, mas nesse eu apenas regredi.
As vezes a gente precisa ver que nós nunca poderemos controlar a vida de ninguém. Muitas coisas aconteceram para que eu me tornasse uma pessoa desconfiada, mas muitas das vezes ele não me da motivo pra ser assim. Eu desconto os meus sentimentos ou melhor meus ressentimentos em alguém que não merece.
Quando eu comecei a namorar, eu afastei de quase todos meus amigos, eu mal tenho alguém pra conversar e tem coisas que ele simplesmente não vai entender, tem coisas que é melhor não falar, eu me sinto muito sozinha. Eu queria descobrir uma luz, um motivo, ou simplesmente deixar ele ir, se ele me ama realmente ele vai voltar.
Quando eu tento conversar com ele parece que eu faço tudo errado, parece que ele não gosta de nada do que eu faço, eu não tiro minha culpa, mas eu queria que ele tivesse mais paciência comigo. Eu tenho muito medo de me machucar, não porque eu não confio nele, mas eu amo ele demais e se acontecer alguma coisa eu não sei como eu posso reagir, se algum dia eu vou conseguir me perdoar, eu tenho medo do que pode acontecer. E, a gente nunca sabe realmente o que passa dentro da cabeça de alguém. Eu sou uma pessoa complicada, o meu jeito cansa, eu tenho medo dele se cansar. Quando eu o achei, eu me perdi. Mas crescer é necessário. Eu tinha tanta certeza de tudo, só um relacionamento é capaz de fazer você questionar tudo que você pensou durante a sua vida inteira. Eu me abri, eu me quebrei, eu me reconstruí, mas eu ainda estou confusa. Eu não queria me importar, eu não queria essa insegurança.
Infelizmente chega um momento na nossa vida que precisamos encarar de frente todas nossas escolhas e todas as nossas falhas, e perceber quem verdadeiramente somos e porque agimos diferentes. Eu não sou assim, essa não sou eu, eu admito. Eu prometo parar de te importunar, eu prometo parar de desconfiar, eu prometo esquecer minhas inseguranças. Se der errado, eu vou encarar minhas escolhas, minhas ações, crescer e me refazer com elas. Me desculpa pelas vezes que eu te magoei, foi tudo sincero, mesmo que você não entenda isso.
Há um ano e dois meses atrás nós começamos a conversar e nos conhecer. Se eu pudesse me ver hoje, eu não tenho certeza que eu teria feito as mesmas escolhas que eu fiz, sinceramente eu não sei se estaríamos juntos hoje. O fato é que estamos e tudo na vida tem seu preço. Foi uma experiencia maravilhosa, a melhor da minha vida, mas teve seus problemas. Eu o amo muito e tenho certeza que quero ficar junto dele, mas primeiro eu preciso me encontrar.
Numa manhã de segunda-feira, Nasrudin chegou na cidade pela rua do mercado central montado em um burro, o qual ele teve dificuldades de encontrar local para amarar, pois, as duas margens da rua estavam cheias de animais deixados pelos comerciantes locais.
Nasrudin, entra num dos mercados e chega ao comerciante rico e diz: eu não consigo entender como vocês querem que chegue a freguesia, se vocês deixam as ruas sem quase espaço para nós fregueses deixarmos nossos animais, também?
O comerciante rico diz: essa é a nossa estratégia para que a freguesia compita entre si pelos lugares ainda vagos, para que façam as compras rapidamente, pois, a maioria das pessoas dão mais valor naquilo em que mais esforço necessitam colocar.
Na terça-feira bem de manhã, Nasrudin chegou com uma tropa de burros, ocupando as vagas dos comerciantes locais. ( Arcélio Alberto Preissler )
E aí?
E aí eu aqui nesta cidade
Cativo da liberdade
Sem legitimidade
Sem ninguém
Num horizonte além
Nos caminhos sem rumo
Desatando o prumo
Tentando o resumo
Do sumo que escorre na face
Há se ele falasse
Se ele chorasse
Eu também quereria chorar
Desapegar pra parar de sufocar
Me alegrar com o muito do pouco
O pouco do muito do eu louco
E eu aqui nesta cidade
Já com cumplicidade
Da secura do amanhecer
É o craquelado do entardecer
Que dorme e acorda
Acorda, dorme e borda
Cada fio da saudade
Aqui nesta cidade
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de outubro, 22'48", 2015
Cerrado goiano
Quase...
Eu quase morri de saudade...
Eu quase bebi a cidade inteira...
Eu quase perdi a cabeça...
Anderson_rosa
Acróstico da cidade de Touros
Tão minha e tão bela
Orgulho do Mato Grande
Uma princesa litorânea
Rosa do Bom Jesus dos Navegantes
Olhai os teus filhos, Pai
Sou tourense com amor
Memórias da vida passada.
Fortaleza, Ceará, cidade do pôr do sol
Me recordo brincando nas ruas, uma flor de girassol
Me afoguei na tempestade que o teu amor criou
Não lembro de mais nada, só do tempo que esfriou
De repente estava nublado, sem festança ou alegria
De repente estava sozinha, triste sem harmonia
O cheiro de perfume barato invadiu o que eu sentia
Aqueles olhos encantados, era tudo que queria
Abriu-se uma cratera, que foi até o fundo do mar
Me vi no meio das estrelas, o universo a me observar
Uma paz descomunal me disse que tudo acaba
Nasci em outra vida, com os teu olhos de jabuticaba
amor
bateu
para ficar
nesta varanda descoberta
a anoitecer sobre a cidade
em construção
sobre a pequena constrição
no teu peito
angústia de felicidade
luzes de automóveis
riscando o tempo
canteiros de obras
em repouso
recuo súbito da trama
A vida na cidade e as facilidades da tecnologia nos afastam não só do mundo real, mas também de nossa própria essência.
"Não é preciso conhecer, falar a mesma língua ou pertencer a mesma família, cidade, país ou civilização, pois quando os olhares se cruzam, as auras se mesclam e as almas se tocam, os espíritos se reconhecem."
Para te esquecer:
Talvez amanhã eu nade pela cidade de Atlântida, ou passeie por Arcádia. E depois de amanhã, eu passe pela ilha de Creta e lute contra o Minotauro, depois voe em um grifo. Semana que vem, eu poderia ver os escudos de ouro em Valhalla, ou pedir conselhos à Atena. E mês que vem, talvez eu fique em casa e dance com as fadas, e depois dê uma volta no ombro de um gigante.
Premeditado e arquitetado, mas não sei porquê, tenho a sensação de que vai dar errado.
Não sigo a trilha
de versos regulares,
caburé urbano no ar,
no campo, na cidade, no vale…
À procura de versos
livres,
livres,
livres...
Resido numa cidade em progresso, a querida Fátima na Bahia, município de quase 19 mil habitantes, que evidencia ascensão social e econômica e que faz definhar políticos ruins de um passado que os munícipes não esquecerão e não decidirão novamente ao egoísmo, à ganância, à captação da coisa pública para o bem particular individual.
Avante minha querida! ✊
Um dia de satisfação!
03/06/2024.
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