Chuva
Observo a chuva miudinha.
Que escorre, cai dos meus olhos.
Lágrimas de dor, de alegria, de amor.
As gotas tecem as palavras que a minha alma sente.
Tecem e sente espontaneamente.
Embalo as letras, embalo as palavras.
Embalo a minha dor
Tentando compor versos ou talvez poemas.
Poemas tantas vezes ausentes de mim.
Ausentes do meu corpo
Palavras onde resmungam na minha boca.
Há dias que as palavras escorrem.
Escorrem para o papel.
Escritas num telhado de telhas de barro
Escrita de sonhos em forma de rimas.
Tantas vezes a inspiração adormece.
Adormecemos num sono leve.
E as letras descansam no papel.
Talvez queiram ser apenas observadas.
Ou apreciadas no pensamento.
Do nosso silêncio!
Tão jovem, sem esperança de vida, tão novo e já suicida. São 2 da manhã e faz chuva, o pesadelo ainda continua ...
Chuva de Outono...
Nós somos como a vida das árvores, passamos por estações e momentos.
Existe tempo para nos recolhermos, fazermos um balanço e juntando forças para mais adiante para o próximo passo.
É como a chuva, que cai fina, molhando nossos corpos, nos alimentando, lavando nossa alma... e como precisamos de dela nós e as árvores...
As árvores são assim elas perdem as folhas e se acomodam, pois passarão por longos períodos sem movimento externo, porque elas somente crescem no verão. Cada instante é uma espera do momento seguinte, e logo vêm à primavera aonde nós e as árvores florescemos.
Abrimos nossos corações para deixar a vida sair e assim nos despimos de nossas camadas desnecessárias que já cumpriram seu papel no grande esquema da vida. As árvores nessa etapa mudam de casca para sua renovação.
Passamos por várias estações, várias metamorfoses até nos tornarmos inteiros.
Peço sempre à divindade para que meus verões sejam ricos em frutos e que minhas sementes possam germinar sadias no canteiro da existência e que no outono seguinte eu esteja muito mais forte, compreendendo cada ritmo, cada etapa e me sentindo triunfante e grata naquilo que chamo de vida.
Beijinhos nos ...
Outono, uma nova estação.
As arvores perdem as folhas
A chuva cai devagar
De noites silenciosas
Nos leva a sonhos sem par
Não é nem cravo nem rosa
Mas nos convida a amar.
Terê Cordeiro.
Dia Nublado
"Chuva fina no telhado,
Vida que goteja do céu nublado.
Na árvore,
passarinhos entre galhos, procurando proteção.
Sentado na janela,
gatinho preguiçoso, olha tudo com atenção.
Aqui dentro me reconforto com essa imagem,
Dentro do meu aconchego e da minha pequena solidão,
Sinto-me simplesmente abençoada,
E transbordo gratidão."
BOM DIA MEUS BONS AMIGOS!
E o dia amanheceu sorrindo
Porque a chuva que ontem caiu
Deixou o jardim mais lindo
Até o passarinho sentiu...
mel - ((*_*))
Se eu fosse sol!
Secava-te com abraços...
Se eu fosse chuva!
Molhava-te com beijos...
Se eu fosse o vento sopraria no teu ouvido dizendo que te amo...
Uma chuva fina cai sobre a cidade. No rádio a canção de Gal Costa que fala sobre a poeira do caminho. Pois é. O pó das eras também viaja comigo; bem acomodado no meu banco.
Se eu fosse o sol...
Iluminaria todos os passos de quem tem frio.
Se eu fosse a chuva...
Mataria a sede dos que necessitam
Se eu fosse às flores, seria o jardim pra toda a terra.
Mais sou apenas alguém que espera o sol,
que bebe água da tempestade.
Que espera a primavera pra florescer...
Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas.
O quarto apagado, a chuva caindo lá fora e o vento cantando na janela. O edredom me aquece, o que clareia meu quarto é a luz do poste lá fora e o notebook. Não quero ouvir música. Meu dia não foi dos melhores. Parte boa? Eu andei uma hora sem rumo e mesmo assim não encontrei meu lugar, isso é bom? Pensei em ligar pra várias pessoas, pensei em correr pro colo de alguém, pensei em sentar num canto da cidade e ver o dia indo embora, ali, quieta. Queria o colo que ninguém podia me dar, mas, tudo bem. Vaguei um bom tempo, comprei suspiros, mal olhei nos olhos de quem cruzava na rua comigo, e vim pra casa.
Agora, eis-me aqui, com alguma coisa presa na garganta que, há tempos, não quer sair. Sempre tive uma vida toda pra dentro, lendo, escrevendo e ouvindo música. Poucos os que me conhecem tão bem para notar quando eu choro pelo telefone, para saber que por trás de uma risada existe é uma vontade imensa de deitar num ombro e pensar em nada. E, quando a gente vive pra dentro, certos dias a alma pede um pouco mais de espaço, aí, eu fico assim.
Na verdade, eu queria mesmo era caminhar na beira do mar, ver a lua se esconder nas nuvens, deixar a chuva molhar meu rosto e deixar que meus olhos se perdessem no horizonte. Queria esquecer da hora, esquecer dos compromissos e responsabilidades, viver como na época que eu achava que era adulta mas vivia como criança, dando uma aula de técnica vocal ali, outra aqui, mas vivendo a vida do meu jeito, sem ter que prestar contas, cumprir horários... Eu saía e caminhava na areia, na companhia de quem eu queria, falando sobre tudo. Queria a tranqüilidade de deitar no chão da varanda e ver o céu passar devagar, ter ainda aquele fio de esperança que eu veria uma estrela cadente; sonhar acordada.
Lembro dos dias que eu passava a tarde escrevendo com cuidado e decorando cada linha importante que eu escrevia no meu diário, hoje, solto uma frase aqui, outra ali... Mas não escrevo como antes.
A criança teve que virar adulto e, sinceramente, tô querendo pedir as contas.
Eu tinha tanto amor guardado aqui dentro de mim, hoje, restou uma coisa seca, sem graça. Não sei se era amor, até porque, eu nunca tive preparo algum para dar nomes às emoções, nem mesmo para entendê-las. Mas, confesso que, essa coisa seca que restou dentro de mim foi a coisa mais verdadeira que eu pude conhecer, e é a minha essência.
Eu tenho andado pensativa. A gente nunca prevê aquilo que pode acontecer, a gente nunca sabe em que estação o trem vai parar, se alguém vai ficar por ali e quem vai embarcar. Nos últimos tempos, as pessoas desembarcaram sem se despedir, foram saindo, o trem esvaziando e, o meu vagão ficou sozinho. Eu e mais uns poucos que precisam continuar a busca de algum vazio que preenche. Todos foram saindo, deixando gravado em mim cada detalhe da viagem... Foram, sem se despedir. E eu conheço bem esse tipo de partida, não há volta.
E, eu fiquei. Fiquei e seguro nas mãos dos que ficaram comigo, de alguns que embarcaram e de outros que estão avisando que precisam ir embora e seguir viagem em outro trem. Meu coração vai ficando espremido, como se nem existisse mais aqui dentro de mim. Vez ou outra eu sinto o seu pulsar, é a esperança de dias bem melhores, de sorrisos verdadeiros, de lágrimas de felicidade, de abraços sinceros e apertados.
Confesso que, como qualquer humano, eu penso em desistir, em deixar que o vento leve tudo, mesmo sabendo que o vento nunca trás nada de volta exatamente como era antes. Mas, não se preocupe, eu não vou desistir. Tem coisa mais autodestrutiva que insistir sem fé nenhuma? Mas, eu continuo insistindo naquele vazio que preenche, no amor sem explicação, naquele tipo de drama que foge dos clichês.
O plano não era ficarmos bem? Entonces..!
Eu sempre fico bem... Sempre.
Lendo aqui, sozinha, vi um trecho de um texto que dizia que seria muito bom que as pessoas não tivessem emoções e se relacionassem sem esperar nada um do outro. E, eu pensei “Que tipo de relação é essa?” Exatamente por esperarmos algo do outro que somos chamados de seres RACIONAIS. Esperamos e sei que nem sempre somos correspondidos, mas esperamos e, todo mundo, em algum momento, é surpreendido e recebe mais do que aquilo que esperava.
Como já dizia Caio Fernando Abreu:
“Quando você não tem amor, você ainda tem as estradas.”
Aqui dentro, o que não quer sair e nem descer, como se fosse um espinho preso na garganta. Na verdade é uma pressa, uma urgência, uma compulsão horrível de querer quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir tudo, antes que cresça e tome uma proporção tão grande que não caiba dentro de mim e, aí, eu sei que estarei perdida, que tudo sairá do meu controle, que eu não conseguirei domar meus sentimentos e irei destruir toda a confiança e cumplicidade que nossas conversas, nossos olhares e o nosso amor parcial construíram tão lentamente dentro da gente. Uma vontade de sair correndo, de negar que no fundo eu sei que as histórias que eu considero clichês são as melhores para serem vividas, vontade de tirar com a mão tudo o que possa me fazer sofrer.
Aqui dentro, aquele medo daquele vazio que preenche e transborda, daquele sentimento confuso e certo demais, daquela coragem repentina que nos faz tomar decisões que jamais pensávamos tomar. Medo do fantasma do passado. Aqui dentro, uma vontade de me enfiar em livros e escrever vários outros livros, ocupar a cabeça com tudo o que não me faça pensar que eu sou um ser humano como qualquer outro e tenho um coração capaz de amar também, assim como qualquer outro. Vontade de enterrar as probabilidades de me apaixonar.
Ouvindo aquela chuva, peguei meu caderno e fui escrever com a minha caneta sem tinta. Ninguém lê, mas o papel sabe. Hoje tirei pra escrever minha dúvidas, medos, inseguranças. Aquilo que eu não falo pra ninguém porque... Todo mundo espera ver em mim a certeza, a coragem, a segurança.
O papel sabe que eu quero descansar. Só não sei se quero descansar por estar realmente cansada ou porque quero desistir.
Você é como a brisa de uma manhã que me toca o rosto. Você é como a gota da chuva fina na minha janela. É um sentimento confuso, minha inspiração mais bela.
Não perca mais tempo, pois sempre depois de uma forte chuva, há sempre um nascer do sol e de noite, a lua vai brilhar,
Jesus, foi um carpinteiro, então pense:
é preciso sempre, criar suas pontes, para cruzar o rio, e uma ponte para o abismo, ele criou mais o mataram, e está vivo em nós até hoje,
Então, crie suas estradas de terra, para ultrapassar um forte riacho, crie uma ponte !,
Mais nunca, se feche uma porta por medo, ou alguém disse que não vale a pena, vá até ela, se sofrer, a vida continua, mais você irá olhar para trás e dizer,
Eu tentei !, Eu não desisti !, Fui até o fim ...
'chuva de benção no dia da vitória, me faça forte no reverse e na glória'
por todo o ambiente eu levito, observo, o que não quero, evito, não levo!!!!!
Que eu não perca o equilíbrio jamais,mesmo sabendo que outras forças querem que eu caia!
CIGARRA
Diamante. Vidraça.
Arisca, áspera asa risca
o ar. E brilha. E passa.
CHUVA DE PRIMAVERA
Vê como se atraem
nos fios os pingos frios!
E juntam-se. E caem.
OUTUBRO
Cessou o aguaceiro.
Há bolhas novas nas folhas
do velho salgueiro.
O HAIKAI
Lava, escorre, agita
A areia. E, enfim, na bateia
Fica uma pepita.
NOTURNO
Na cidade, a lua:
a jóia branca que bóia
na lama da rua.
HORA DE TER SAUDADE
Houve aquele tempo...
(E agora, que a chuva chora,
ouve aquele tempo!)
OS ANDAIMES
Na gaiola cheia
(pedreiros e carpinteiros)
o dia gorjeia.
QUIRIRI
Calor. Nos tapetes
tranqüilos da noite, os grilos
fincam alfinetes.
Por infindos momentos busco definir-me.
Afinal,quem sou?
Quem sabe a chuva que lança a areia no Saara, de Caetano?
Ou mesmo a mosca que pousou na sopa de Raul?
Sinto, por vezes, que sou eu mesmo o trocado por Pessoa...
E outras vezes, pareço a garça triste que mora na beira do rio, de Alves...
Seria eu o que deseja ficar no teu corpo feito tatuagem,
como Chico?
Não sei... Jamais saberei!
Precisaria de duas vidas de infindos momentos para,pelo menos, supor!
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