Cheiro de Mato
Natureza
A tarde em sua pagela
A natureza os pássaros
Uma flor tão bela
Cheiro de mato brisa suave
Perfume de jasmim
Completamente me invade
Chegando a noite
Os grilos estridulam
Ao brilho do luar
As lagartas acasulam
Enfim nasce o sol
Os campos brancos com orvalho
Insetos caminham pelo trio
Desenhando seus atalhos
cheiro
O cheiro de mato pó queimado
As cinzas do fogão a lenha
Tudo compõe esse desejo
Ei morena põe fogo em mim.
Quanto mais vermelho
Mais quente o olhar
Que sai de dentro da carne
Para te comungar amor perfeito.
Esse lugar forte relâmpejos
para nosso melhor beijo.
Eu aceito tudo que te vem
Porém me deixa acesso.
Mais um lampejo a gente foge
Para a alma do matagal.
A natureza nos abraça instinto maternal
E nosso amor ficar camuflada.
Onde é apenas o principio de uma nova caminhada.
Eu vou fazendo a trilha,
E batizo de namorada
Tudo é tão azul e verde
Por onde o amor passa,
Seu beijo é esperança eternizada.
Eu vi quando você sorriu pra mim
Não era pra mais ninguém
Eu fui além do quintal
Buscar presente com brilho de cristal.
Uma flor cheirosa
Um milagre perdido
O ver ser o destino
A colocasse no meu colo ferido.
Cheiro de Mato
As vezes a gente acorda pisando fundo
Acelerando ao máximo para não chegar
Tão longe do horizonte desse teu olhar.
Gosto da sua velocidade quem sabe a me encontrar.
Esse corpo poético não há perfume melhor.
A fragrância de seus lábios misturada com teu suor.
Dois corpos duas respirações entrelaçados como cipó.
E as borboletas de seu olhar o fogo do sol maior.
E chega a hora de todos viajantes talvez precisar partir.
Quando se ama não se quer ir tão longe.
O sentimentos e a alma não se esconde.
Por mais invisível seja nosso horizonte...
Eu gosto do seu silêncio e da sua reputação.
Eu gosto da tua saudades e coração,
Dificil é a tua ausência veneno e ilusão,
Esperança entre lágrima ė uma insurreição.
Hoje imaginei não fugir sem destino pelo mundo afora.
Era o destino te tatuando na parte interna da memória.
A gente não fez loucuras de amor mas se adora...
A vida existe escorregões e do destino sou a hora.
Não que seja certo também que seja errado.
O amor também já amou e foi atropelado
Como o tempo a gente brilha e tudo se torna abençoado.
No campo do amor a lei maior ser apaixonado.
Um fio de cabelo deixado no meu pescoço
Um elogio para alimentar as veias de bom moço.
Se o amor não me amar grito socorro
Para que vires anjos e beije meu rosto.
E a vida é um rio com fortes correntezas
Quanto maior a montanha mais linda a cachoeira.
Te gosto e sinto a sua brisa calma como lareira.
Pode ser que sejas amor ou apenas uma flor rasteira...
Quero sentir o cheiro de nosso amor no silêncio de nosso deserto.
Lembranças de mato queimado e corpos suados.
Os beijos molhado e sonhos eternizados
Aromatizado pelo destino dos amantes apaixonados.
EU, POETA DO CERRADO
Eu, tenho o toque pulveroso do cerrado
O cheiro de mato, uma sensação plural
Uma imensidade, ora árido ora normal
Tão cheio de reconto e tom encantado
Projecto do chão de um céu encarnado
Num traço caipira, e sentimento igual
Escrevo com uma transmitância verbal
Bordando os amores, dores e o agrado
Eu, poeta do cerrado em construção
Aqui nasci, raiz, sonhador do sertão
Que canta, chora, sonha, faz poesia
Escrevo-me por inteiro, sou presente
Nos galhos tortos, no vento fremente
Eu, tenho o toque agreste da pradaria!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 outubro, 2022, 20’54” – Araguari, MG