Cemitério
Epitáfios são poesias da morna vida que aqui jaz. Aqui, onde as trevas outrora sombrias e aterradoras, transformaram-se num inerte alento de paz, alheio às agruras e incertezas da existência que não mais é palpável. Uma existência de guerras e dores. Aqui jaz a paz.
Quando o cálcio dos ossos humanos dos já falecidos puder ser reaproveitado, haverá uma corrida aos cemitérios.
Desde a nascença à partida
viver é sempre um mistério
pois todos os rumos da vida
nos levem para o cemitério!
Corpo...
Mente...
Emoção...
Espírito...
Vida...
Viver...
Viver é o exercício máximo...
É carregar um cemitério na cabeça...
Ah, como são belos e magníficos os cemitérios dos outros países! Tão lindos, dá até uma vontade louca de morrer ao contemplá-los! Tão diferentes dos cemitérios do Brasil! Aqui, até a morte é feia; os nossos cemitérios parecem favelas de mortos!
Eu prometo! Vou pensar seriamente em ir ao enterro de todos aqueles que eu pensava serem amigos, e que não foram ao meu.
Mentiras são como covas rasas. Com o tempo o cheiro de carne podre se espalhará, se tornando insuportável. E cedo ou tarde, encontrarão o cadáver.
Exú Caveira.
A moça que dançou
depois de morta
escreveu no seu coração,
Deixou o seu casaco
na tumba e escreveu a História
com a tinta da eternidade
nesta vida que ainda continua.
Todos os espíritas são covardes, medrosos e mentirosos, porque têm medo de consultar o morto no cemitério de madrugada, caem fora se lhes pedir ajuda de médium e velas, porque sabem que na hora da consulta, os demônios só se manifestam para negar a verdade e atrapalhar a vida dos outros.