Cemitério
"Voltar para casa e deixar alguém amado na gaveta gelada de um cemitério é a experiência mais assustadora e solitária, que a Vida nos obriga a realizar. A bebida amarga que não podemos recusar.
O luto é solitário e silencioso. Nesse universo estranho não cabem pessoas queridas, que tentam amenizar a dor; não cabem palavras que justifiquem, ou acalmem o espanto diante da Morte.
A dor é minha e em mim doeu.
Luto é sair da historia vivida e retornar à solidão do útero, para gerar a nova pessoa que há de continuar existindo sem aquela presença amada, que preenchia cada pedaço da minha história.
Preciso de tempo, de solidão e silêncio, para sentir que a Mão Sagrada que levou o meu amor, está segurando a minha, nessa tarefa quase insana de recomeçar a escrever minha história."
Diretamente do cemitério da filosofia vivendo em uma liberdade reprimida, caminho do mal é larga a que salva é repleta de espinho faça o seu faça o certo sempre com o conhecimento renovado formando graduando seu caráter.
As maiores organizações que acolhem a queda do homem como cemitério, prisão, manicômio e hospital foram inventadas depois que a primeira transgressão nasceu no coração do homem e passou a todas as gerações da humanidade.
Meu tatu cavou no meu quintal, e saiu no cemitério. Tatu danado! Me fez andar até aqui pra te catar?
Da Janela da Casa do Outeiro -
Da Janela da Casa do Outeiro
avisto o cemitério
num doce entardecer, triste e derradeiro...
E há silêncio na aldeia, um eterno desidério!
Corre o vento, passam aves embaladas
voando ao Sol-poente...
E ao longe, na Serra da Barrada,
descansa o horizonte ...
Quando a tarde cai sobre Ela,
desperta em mim uma saudade,
uma vontade de ficar no alto da janela ...
No cemitério, movem-se os ciprestes por instantes
e até os mortos se alevantam
p'ra ver a tarde penetrante ...
(À Casa da minha Infância no Outeiro em Monsaraz)
dentro dela já havia morrido tanta gente
que seu coração virou um cemitério,
e os fantasmas dos amores anteriores vagavam
em todas suas relações
Tempo ao Tempo.
Carro-forte.
Atenção: o carro-forte pode passar em frente ao cemitério, mas não entra...não há o que fazer lá.
Nosso coração também tem seu cemitério, nele estão sepultados os amigos que infelizmente não fazem mais parte da nossa vida, estando eles, vivos ou mortos!
Flor de cemitério
Boró nasceu e cresceu
Ficou grande e bonito,
Então disse:
- Sou Orfeu!
Mas, tudo isso era tolice
Ele era mesmo é feio!
Mas, ele em seu quarto
Tinha espelho
E repetidas vezes de joelho
Dizia a si mesmo:
- Sou belo e formoso;
- Sou bonito e charmoso!
Pena que ninguém o via assim
Todos diziam: Ai de mim!
E a ele rotulavam, feio
Feio de feição
Mas no seu coração,
Beleza tinha!
Triste e solitário ele morreu
E junto ao seu calvário
Uma flor, ali nasceu!
- Que flor linda! Disse Cesário
E todos que por ali passou,
Pela for se encantou
E a flor assim chamou...
- Flor de cemitério!
Você que se acha um ser superior e esplêndido
dá uma passadinha no cemitério para refletir o
destino do ser humano.
O Cemitério do Centro
de Rodeio que fica aqui
no Médio Vale do Itajaí
está desmoronando
na rua acima da rua
da minha casa devido
as chuvas do fatídico
dezessete de janeiro,
Ali estão os restos mortais
dos frades que serviram
em missões há mais de meio
século no mundo inteiro:
(Medo do pior não nego,
é claro que eu tenho!)
Quando olhei para o céu
no final da tarde
entre os fios da rede elétrica
da cidade pude ver
o arco-íris que para mim
foi como um sinal de Deus
para me dar tranquilidade.
Uns chegaram a ver
e outros nunca,
O Lobisomem do Cemitério
pode reaparecer e nos surpreender,
Crer ou não crer
só cabe exclusivamente a você,
Eu mesma peço para não ocorrer.