Cemitério
Nós somos um cemitério ambulante. Dentro de nós, sepultamos diariamente porcos, galinha, boi, peixe, lembranças, "pessoas" e sentimentos; todos os dias e durante toda a nossa existência.
Claro que também geramos vidas. Mas, predomina o consumo e destruição em cada um de nós. Um ciclo constante de mortes gerando vidas e vidas gerando mortes.
"Não deixe morrer o seus sonhos em vida, pois no cemitério está cheio de sonhos que morreram além da vida."
Você que se acha um ser superior e esplêndido
dá uma passadinha no cemitério para refletir o
destino do ser humano.
As maiores riquezas está enterradas no cemitério, tesouros, planos, ações e planejamentos, onde poderia ter beneficiado muitas pessoas.
Da Janela da Casa do Outeiro -
Da Janela da Casa do Outeiro
avisto o cemitério
num doce entardecer, triste e derradeiro...
E há silêncio na aldeia, um eterno desidério!
Corre o vento, passam aves embaladas
voando ao Sol-poente...
E ao longe, na Serra da Barrada,
descansa o horizonte ...
Quando a tarde cai sobre Ela,
desperta em mim uma saudade,
uma vontade de ficar no alto da janela ...
No cemitério, movem-se os ciprestes por instantes
e até os mortos se alevantam
p'ra ver a tarde penetrante ...
(À Casa da minha Infância no Outeiro em Monsaraz)
dentro dela já havia morrido tanta gente
que seu coração virou um cemitério,
e os fantasmas dos amores anteriores vagavam
em todas suas relações
21 De Março - Dia Mundial Da Poesia
Sem poesia o mundo é cinza
Um lugar triste e sofrido
Cemitério do amor
Doente e dolorido
A poesia traz a calma
É a música da alma
Torna tudo colorido
Tem gente que se acha muito importante.
Precisa dar uma volta no cemitério para ver a quantidade de pessoas mais importantes que se foram, e o mundo continuou o mesmo.
Passeando pelo cemitério, me surpreendo ao me deparar com um pequeno e negro corvo que me fita sem parar,
Ao perceber que há algo em seu bico, minha curiosidade só aumenta
O que será aquilo? O que essa ave carrega?
Eu me mantive inerte e de fato admirada com aquele acontecimento, pois eu não imaginava;
E ao me aproximar ela não se mexeu, aquela ave de morte ali permeneceu.
Destino, loucura, pensem como for,
ela carregava consigo em seu bico uma flor.
Flor esse que para mim simboliza amor e morte, ela carregava uma rosa em seu pequeno porte.
Calma, não busque passar uma vida lutando para conseguir ser o defunto mais rico do cemitério.
Viva!
Eu hoje vou passar no cemitério
sempre foi maior mistério saber se ela mora lá...
E não é que ela mora?
Minha mãe, eu te saúdo, te agradeço.
Hoje vi que anda comigo e sorri.
Sorri por saber que estou bem protegida, que meu coração e corpo estão seguros.
Rosa vermelha, cigarro, champanhe e vestido inteiro preto.
No fundo eu sempre soube que era você, minha mãe.
Obrigada por não me abandonar. Laroyê, Exu mulher.
[falar com Kimbandista na hora certa]