Cem Sonetos de Amor
ÚLTIMA PÁGINA
Chegando à última página da estória
nossa, o que era uma curiosa quimera
agora tão sofrida, e tão vazia de glória
sinto o aroma de quem nada espera
Sensação que chora, que desespera
quanta ilusão perdida, agora memória
sombreada de uma apagada oratória
tal as flores desbotadas da primavera
Pois me perdi no ter-te como deveria
na companhia, lembrança e encanto
o amor é uma necessária doce poesia
Eis o meu maior pesar, tanto... tanto!
não ter querido mais! Como eu queria...
Nesta última página larguei meu pranto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG - 30/07/2021, 20’06”
diluvio
esquecimento da dor
alimenta a fome do amor
sob sentido do prazer,
sonetos soam mortos,
pela flor da solidão,
cruel e momentânea,
vertigem, sempre há ilusão
que distorce um sonho e o desejo,
no profundo estágio da sanidade
que passa se em deslumbre
da nudez cordial, purpura ousadia
neste que é o triunfo, verdadeiro,
meramente sendo singular.
pelas partículas desenhadas,
no extremo da musica.
Sonetos
Sonetos para cortejar
e celebrar os desejos
e sonhos de amor,
Tenha a certeza que
haverão de acontecer
quando você chegar.
São nas vazias
Ruas da minha solidão
Entre prosas e sonetos
Dos molhados becos escuros
Que estão abandonados todos
Os poemas que te escrevi
Durante toda a minha vida
Se apaixone pelos meus sonetos ?
Oh moça! Seu coração parece ser brando ao soar
Como o canto dos pássaros a voar
Pela janela vejo o teu olhar
Que brilha como a luz do luar
Nos teus braços quero me aquecer
Pelos teus lábios navegar
Por tua voz me acalmar
Por teu cheiro me entorpecer
Doce sorriso que me derreteu
Oh pobre poeta! E o que você prometeu?
Fazê-la feliz todos os dias
Claramente me perdi em você
Em seus desenhos tão mágicos
Se apaixone pelos meus sonetos ?
Tentei ser poeta de finas palavras e sonetos
Ouvir inspirações da alma,
Projetadas em alegrias e tristezas
Rimas frustradas e rabiscos insólidos
Poesias cantadas com soar de paixão
Porém, só consegui provocar o amor
Quando fui realmente simples e direto ao dizer-te:
Amo você!
BONS TEMPOS
Tempos de olhares e de paixão
De poética e de sonetos puros
De sonho, alegria e doce ilusão
Clarão nos momentos escuros
Como é bom amor para amar
Ardor, poder a quem dar flor
Deixar o afeto no peito tocar
Voar nas asas de um amador
Dei espaço ao falto coração
Que tinha dor. O gládio tirei
Aliviando a penosa sensação
E, agora vejo tudo diferente
Presente, sede com emoção
A ventura no âmago da gente!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11, junho, 2021, 08’14” – Araguari, MG
Menina, a vida te presenteou com o teu belo sorriso e a riqueza de ser quem você é. Então, levanta, vai espalhar esse teu sorriso lindo, sendo você mesma e não o que os outros querem.
Mais um soneto de amor qualquer:
Te amo como nunca amei ninguém
O meu amor por ti
É como o Pi
Infinito, irracional e inexplicável
Te amo como Stalin amou Ekaterina,
como Romeu amou Julieta,
como André Gorz amou Dorine,
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde
E pensar que a solidão
E o vazio eram parte de mim
Antes de te conhecer
E fui como um bêbado perdido
Até que eu compreendi
Que tinha encontrado o amor verdadeiro
Amor se compõe de pequenos sonetos com maestria, enquanto se orquestra em ALLEGRO VIVACE ,na grande sinfonia da vida...
Amor idealizado nos sonetos sabe melhor do que na prática, pelo simples fato do que amor poético não mágoa.
O amor é qualquer coisa antagonica aos sonetos de Shakespeare. O amor é o paradoxo de quaisquer pensamento humano que envolva dois seres. O amor é bom, mas só é belo nas poesias. O amor é gostoso, mas só é lindo nas novelas. Pois a rotina não permite a frase" E viveram felizes para sempre". Mas nunca aceitariamos tal The End, pois afinal, o amor só é complexo, pois não pode ser escrito por ninguém.
ALUCINADO
Alucinava de amor na madrugada
Os lábios sedentos de beijos,
Alimentava a esperança da chegada
A saciar-me de doces desejos.
Alucinava a gritar seu nome
A desenhar-te em meu pensamento,
Versando tal amor que me consome
Retratando deliciosos momentos.
Alucinava febril de amor
Ardendo em desejos envolventes,
Provar de ti o doce sabor
Entrelaçados corpos quentes,
Alucinava com doce fervor
Nosso amor em noites silentes.
MÃE – MULHER AMOR
Tu que nasceste mulher – É graça divina!
Tu que tens o amor eterno e verdadeiro...
Do Espírito Santo, foi dado a ti o primeiro
E único afeto que aos corações fascina...
Porque tu és a afeição e a luz que ilumina
O caminho de tuas gerações por inteiro,
E em teu coração, não há amor derradeiro
Que a possa atingir, e por nada a desatina.
Tu que és mulher progênie e de inteira glória
Porque não negas em ti o amor-perfeito
Que foi dado inteiramente em tua memória.
Não reside em outro ser paixão que se impõe...
Tanto o quanto a ti, as dádivas do teu peito,
Porque tu és mulher! Porque tu és mãe!
SONETO DE PERDÃO
Meu amor, peço-te: não fiques triste
Se algum mal, porventura, te fizer
Pois nosso sentimento me persiste
E perdurará haja o que houver
Meu amor, vem cá: dê-me tua mão
Pensa: se o mal que foi-te cometido
Foi, por mim, feito a ti despercebido
Não sou, por fim, digno do teu perdão?
Quem ama sabe, sim, que sofre e morre
Sabe também que vive à redenção
Assim que vive, e morre, quem se entrega
Se nada vale a vida que decorre
Sem teu perdão, (oh!, dor que me carrega)
Diz-me, então: de que vale amar em vão?