Cartas de Morte
O amor é tão poderoso como a morte, e a paixão é tão forte como a sepultura;
O amor e a paixão explodem em chamas e queimam como fogo furioso;
Nenhuma quantidade de água pode apagar o amor.
A sua cintura é como um feixe de trigo cerdado de lírios;
O seus pescoço é como uma torre de marfim, os seus olhos são como dois poços que brilham como diamante.
SOBRE O ANJO DA MORTE QUE ME RONDOU
O filósofo-educador Edgar Morin, autor de "O homem e a morte", lembra que a ciência que pesou o sol, continuou como que intimidada e trêmula diante do outro sol, a morte.
Não é o meu caso! Tenho uma hiper-consciência de minha finitude. Por isso não tenho medo da morte! Aprendi isso com meu pai que, antes de morrer me pediu , enfaticamente: “ Meu filho, coloque no meu túmulo esta frase ‘ aqui jaz alguém muito a contra gosto’”.
Digo isso como prelúdio a uma informação a meus amigos. Fui visitado esta semana pelo anjo da morte. Não morri como prova esta página que estou escrevendo!
Mas estive quatro dias nos porões do Hades, na UTI. Suspeita de enfarto, angina, veia entupida, seja lá o que for, problema cardíaco enfim!
Que cenário dantesco vivenciei! De um lado um irmão canceroso, de outro lado um irmão aidético. Ambos terminais! Eu no meio, como Jesus na cruz.
Com uma diferença: O da minha esquerda e o da minha direita já estão no paraíso!
Depois de minha infernal-purgação no hospital, com aparelhos-de-alta-técnica-e-alta-violação-a-este-vil-pecador, com mapeamentos-invasores-de-todas-minhas-intimidades, com exercícios-hercúleos-a-moda-do-Sísifo, o referido anjo resolveu me poupar. E me passou algumas lições:
Primeira delas:
- Amor e humor acima de tudo!
Obrigado meu alegre anjo, mas você sabe que isso faço com sucesso. Que o digam minha família, meus amigos de fé, meus camaradas!
Até aí estou aprovado! Conforme orientação de meus médicos este foi um dos segredos deste brasileiro-estatura-mediana-rubro-negro-de-coração, ainda estar vivo e ativo no planeta terra!
Segunda lição:
- Já que a vida é curta, curta cada momento da vida!
Sabedoria de Hipócrates: “Breve é a vida, longa a arte! Fugidio é o momento, difícil a decisão, sábia a escolha”!
Também sei disso meu sábio anjo! Vivo isso como filosofia de vida. Até aqui tenho nota dez!
Terceira lição:
- Trabalhe menos! Você não vai ficar rico! Faça só o que você gosta!
Esta lição ainda não aprendi meu prudente anjo! Estou reprovado!
Há muito tempo que não quero ficar rico, mas preciso pagar o de ontem! Que fazer?
Devo evocar Vinícius de Moraes?
“Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe o nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar”
Ou devo procurar ajuda de meus irmãos-de-fé-camaradas-de-vida-boa-sem-stress-sem-conta-pra-pagar???
Oh! Meus-gnomos-meus-elfos-meus-emos-meus-alquimistas-devotos-de-Onã-o-bárbaro:
Marcão, Reginaldo, Edmar, Alessandro, Jaime, Dr. Luiz Antonio, Mânfio, queiram me dar a fórmula...
Acho que nem vocês vão me ajudar!
O jeito é continuar driblando a morte!
Por enquanto, estou tendo sucesso!
Enquanto ela não me encontra, vou zombando dela.
Quando ela chegar, com suas carrancas, lembrarei do Tagore:
"No dia em que a morte bater a tua porta que lhe oferecerás?
Porei diante de minha hóspede
o vaso cheio de minha vida.
Não a deixarei ir de mãos vazias...'”
Anjo da morte!
Fique tranquilo, ainda não é chegada a minha hora!
Quero viver mais 200 anos...
(Aos amigos que torceram para que eu ficasse por aqui mesmo)
Nào tenho medo da morte..acho que talvez meu único medo seja não ter a certeza do futuro e nem a precisão do presente.Minha vida por muitas vezes se resumiu em dor e lágrimas discretas em meu interior,tive muitas alegrias,eu sei,mas na verdade parte de minhas alegrias se deram por ausência da tal felicidade...
As vezes eu me perco por ser eu mesma,de tão complexo meu raciocínio eu me limito a chorar e esperar q um dia a morte me leve sem mais dor..Cancei de sofer sem motivos,chorar por quem não merecia e fazer de tudo para estar na presença de pessoas que nem ao menos me notavam..
A vida as vezes é muito injusta com quem ainda não aprendeu a viver..eu gostaria de um dia ter a razão de minha existência na palma da minha mão,pra eu poder entender finalmente o porquê da existência retrógrada e ineficaz de nós pobres seres humanos!!!
Ser Chauffeur… triste a sina.
Ser Chauffeur! Sorte dura, mau labôr,
Que traz a vida à morte acorrentada.
E quanta vez , já alta madrugada.
Vê levantar do sól todo ’splendôr.
E segue, estrada fora, sem temor
Ao p’rigo de qualquer uma cilada.
Da sua vida; alegre e acidentada.
É o chauffeur o próprio jogador.
Quem sabe se ele um dia virá a ser,
No meio dos perigos porque passa,
O assassino de um filho a quem adora.
É dos que, trabalhando sem temer
Para ganhar o pão, tem a desgraça
De ter consigo morte a toda a hora
Nicola David Júnior - 1905
Melodia da Morte:
As estrelas não estão no céu,
mas seu canto noturno está a me embalar.
Acordei com o silêncio batendo a minha janela,
pedi para que foste um Anjo a chegar.
Cante sua música para mim,
cante e eu sonharei com a Lua.
Cante bem baixinho para que eu ouça
sua doce voz ao meu ouvido.
Sente - se ao meu lado e cante...
cante para a Morte, cante...
Cante para o Mundo...
Cante para mim...
Veja da janela a noite escura a te escutar.
Sinta o vento beijar seu rosto.
Me veja, me sinta, me deseje...
Mas cante, cante para a Morte.
A melodia que nos rodeia é sua.
Por isso, grite e o Mundo lhe escutará,
e o silêncio será sua platéia.
Cante...
Cante bem baixinho nos meus ouvidos.
Me veja, me sinta, me deseje.
Cante.....
cante para a Morte.
Apenas cante para a Morte...
“Para a vida e para a morte não existe linha tênue”
Nunca existiu alguém que viveu, mesmo estando morto seu coração,os tropeços que a vida nos dá,é um contexto sem explanação.
Sempre existiu aquele coração que batia em descompasso, catando as migalhas de alguns abraços, acanhada felicidade, nada de desassossego, somente noites geladas.
Nunca persistiu em busca da verdadeira explicação, talvez os sentimentos fossem de brinquedo, estúpida canção, tudo esconde o tempo, dias sem compaixão.
Sempre persistiu de maneira errônea, arrogância em traços fortes, o orgulho era algo sem nome, riacho vazio, extrema fome, vozes perdidas, caladas.
Nunca entendeu porque os erros eram sua tônica, respondia de forma irônica, palavras que levam seu par à forca, tudo sem solução.
Sempre entendeu que sua vida não vinha do coração e que a morte tão vislumbrada, era suma decepção, nada como vidas trocadas.
Quando penso na morte.
Quando penso na morte, tento imaginar como seria a minha. Será que vou morrer de velhice, com alguma doença, em algum acidente? Será que vou sentir muita dor, será que vou sofrer muito, ou será que vou dormir, me anestesiar e apagar, como se fosse uma energia que acaba de repente?
Existem muitos conceitos do que há depois da morte... Qual será o certo? Afinal, não me lembro de ter morrido outras vezes, não me lembro de outras vidas, de outras passagens, de outro começo.
Isso tudo parece muito esquisito, mas quem nunca pensou nisso? Todos nós pensamos em morte e em como vamos morrer. Todos nós temos medo de morrer antes de realizarmos nossos desejos, concretizar os nossos planos, criar os nossos filhos, antes de conhecer nossos netos, antes de voltar a falar com aquela pessoa que não falamos há tempos, antes de dizermos obrigada para um grande favor que nos fizeram, antes de aproveitar tudo! Pensamos em como nossos entes queridos sentirão nossa falta, como eles poderão sofrer, como eles vão ficar, principalmente se tivermos alguém que depende muito de nós.
Realmente a vida é muito curta e quando paramos pra pensar que estamos sujeitos a morrer em qualquer hora, em qualquer dia, em qualquer segundo, vemos o quanto é valioso poder estar vivo e com saúde. É valioso cada momento de nossas vidas, cada palavra, cada imagem, cada namorado, cada esforço para qualquer desejo. Tudo o que temos é o agora, porque o amanhã eu não sei te dizer o que acontecerá. Fazemos planos, é lógico, porque somos animais racionais e podemos criar nosso futuro baseado nas nossas metas e desejos. No entanto, o futuro é algo abstrato e imprevisível. O agora, não. Ele é real, ele é o que está acontecendo independente de planos. Agora estou escrevendo esta crônica (bom, pelo menos espero que isso seja uma crônica, ou algo parecido), mas não sei o que eu estarei fazendo, daqui a pouco. Pretendo, ir para minha casa, mas pode acontecer algum imprevisto, o ônibus pode enguiçar e eu chegar duas horas depois do que eu planejava, posso encontrar com alguém que não vejo há muito tempo e parar para tomar um chopinho, de repente até mudar de destino (afinal, não estou com muita vontade mesmo de ir pra casa). Enfim, somos imprevisíveis, ou melhor, a vida é imprevisível e não podemos controlá-la inteiramente. Podemos fingir que temos controle sobre ela, mas não é bem assim que as coisas funcionam. Somos interrompidos às vezes por um maldito telefonema (depois que inventaram o celular, não temos mais sossego) e já era aquele planejamento que talvez fizemos há dias, ou há meses...
Às vezes fico pensando que seria interessante saber o nosso futuro, com quantos anos vou casar, com quantos terei filhos e quando será a minha grande vitória profissional, quando vou morrer e de quê eu vou morrer. Mas, logo desisto, pois que graça haveria? Somos tão ignorantes que não sabemos o porque não sabemos do nosso futuro. Como diz a música: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há".
Assim vamos vivendo, aprendendo, errando, corrigindo (ou tentando corrigir), curtindo, até que um dia a morte na certa nos virá. Virá para todos; sejamos pobres, ricos, negros, brancos, bonitos, feios, novos, velhos... Morreremos um dia. E não adianta dizer que não curtiu, que não viveu, que não conseguiu, porque tivemos a oportunidade. Tivemos a vida nas nossas mãos e se não aproveitamos, isso foi um mero descuido e uma total ignorância dos fatos... Não soubemos aproveitar o agora, um sorriso, um olhar, um beijo, um abraço, um emprego, o dinheiro...
PENUMBRA
Por onde andas a vida?
Só consigo ver a morte
Só vejo o escuro
Não consigo ver a luz, pois ela me machuca.
Eu vivo tão assim
Muito mais pra lá
E muito menos pra cá
Por onde andas a velha busca
Por onde anda o novo encontro que barra o nosso encanto
Será que é pelos cantos
Lá onde há tantos prantos
Somos, vamos
Não sei o que e nem pra onde
Que isso não me espante
Ou me aponte o caminho dos moinhos longínquos errantes.
Vazio...
o tempo preocupa meu coração
viver é morte na solidão
gostaria de ser enfim desafiada
sentir algo que não fosse vazio o nada
sempre triste a alma atrelada
decepções,razões de ser amada
fugas movimentam lágrimas
esconderijos não existe,sinto-me acuada
confuso são os cinco sentidos
indiferença é o código do conflito
natureza é grosseiramente contrariada
a morte levou meu amor
naõ ouso mas meu amor chorando eu estou nosso amor era taõ grande mas a morte o levou
por toda vida vou chorar naõ quero mas pensar que ele nunca mas voltara
ho morte porque o levou porque me des-te essa dor porque naõ me levaste com ele porque levou meu amor
gritando seu nome estou morte fria e maldita estou triste apenar morte que palavra maldita
eu te chamo eu te clamo maldita morte do alem naõ me deixa viver taõ longe do meu bem
e taõ grande meu penar triste eu me lembro ele morreu em setembro
quanto tempo estou sofrendo quanto tempo te esperei agora ouso uma voz breve te levarei
ho morte fria e maldita porque de moraste tanto para me buscar agora naõ quero ir cansei de tanto esperar
quando a primavera chegar e com ela as flores eu virei para buscar
uma força desconhecida me leva pra junto do meu amor eu sinto o cheiro das flores e os anjos cantaõ uma cançaõ de amor
naõ lava-me ,morte maldita para junto do meu amor deixa-me com minhas charga de dor
naõ adianta rezistir morrendo estou maldita, tus es meu amor voce levou
gritando seu nome estou, amor arrastando-me pelo chaõ para morrer junto ati
ao longe ouso uma voz lucia vim para te buscar para levar-te comigo para nunca mas chorar
agora duas vidas estaõ unidas pela dor e pelo o amor acabou os sofrimentos e as lagrimas de dor
MORTE E RESSURREIÇÃO
A cada coração partido
Um sonho desfeito
A cada sonho desfeito
Um novo sonho surge
Não importa quantas vezes meu coração se despedace
Estarei sempre pronto a sofrer tudo de novo
Pois os ventos que levam a quem amamos
São os mesmos que nos trazem a quem aprendemos a amar
É isso que nos mantém vivos
A esperança de que o novo ressurja amanhã
E o desejo de querer amar de novo
Mesmo sendo o sofrimento uma certeza
E a possibilidade de um novo coração...
... Despedaçado
O que vem a ser a morte depois da vida, ou talvez o que vem a ser a vida depois da morte?
Será que alguém ou algum ser humano pode saber e entender sobre este mistério tão presente em nossa existência?
Quem pode imaginar o que acontece depois que partimos ou o que estava acontecendo antes de chegar-mos a este mundo.
Não sabemos onde estávamos antes de chegar aqui e não sabemos para onde vamos depois que não mais estivermos aqui.
Tudo que podemos saber e ter a certeza é que estamos aqui e aqui não ficaremos.
Sabemos que somos sementes nascemos crescemos deixamos frutos, mas nenhuma semente, nenhum fruto teu será você cada um de nós somos frutos únicos e cada semente é uma semente ainda que a matriz conceda duas sementes, cada semente será uma única semente com vontade e pensamento próprio.
†a morte e os demonios †
estou vivendo na escuridão
trancado no escuro
meu espirito se encontra
no vazio e na solidão.†
†não tenho boas lembranças
do dia em que nasci
até os dias de hoje
sou perseguido pela morte†
†não vejo nada de bom
sou 666% maldade
quando olho para o céu
só vejo a morte e os demõnios que me vigiam.†
†já me acostumei não me importo até gosto
o unico lugar a onde me cinto bem é no cemiterio
adoro aquele lugar é pra lá que vou
para um tumulo escuro e friu†
†não tenho amigos é só eu e a escuridão
as pessoas que pensam que me conhecem
não,não me conhecem nem 1 terço
do que elas pensam que me conhecem†
†espero encomtrar alguem que me comprienda ou esperar o doce e sombriu beijo da morte.†
Qual a diferença de uma coisa, e a outra? Reflita.
Vamos refletir juntos.Exemplo vida e a morte.SE não
sabes da vida jamais entenderá que, dentro da vida
não á lugar para a morte.Propague a páz assim fazen-
descobrirá que a vida é eterna,e que a morte foi ven-
cida. Alegre-se relita.Seja util e entenderá.
Titulo: Carteira assinada
"Será que a vida se resume na morte?
deveriamos morrer em cada esquina,ou em cada decepção?
Sonhos sempre vêm mas nunca se materializam; ja que toda vez que um sonho vira matéria.
Ele não importa mais..!
A vontade de gritar se reprime para não nos sentirmos envergonhados, mas praquê ter vergonha?
Se todos cheiram a puz.!
Escroto..o esbosso da alma daqueles que procuram o que nunca queriam ter!
O homem que ergue arranha céus,,,mal pode andar.
A velha esclerosada,simplesmente tem a lucidez ,que nós esclerosados não conseguimos ter.
A limpeza é feita com tanta raiva,que se entrega ao ódio e acaba limpo por um preço.
Ninguem é nada mais do que um preço,nao conseguimos ser nada mais do que uma mentira.
A morte.
Como a lágrima que cai do céu, minhas lágrimas passeiam pelo meu rosto denotando um sentimento omisso, que com palavras não sou capaz de descrevê-lo.
Minha alma grita por socorro, mas ninguém é capaz de me ouvir.
Meu corpo estremece no instante de um breve e significativo movimento.
Deitada entre quatro paredes, apenas sinto o chão gelado tocando em minhas costas.
Meu ar tenta me sufocar, meu coração não mais quer bater, minha mente não mais responde.
Sentimentos são esquecidos , momentos apagados, e pessoas jamais lembradas.
A luz se apaga, nada mais vejo, agora apenas durmo num sono profundo.
Ditado popular; se a morte for descanso quero viver
cansado. Reflita e lembre-se quanto maior a velocidade
maior é a probalidade de acidente; e mais rápido
chegará a sepultura. Procure se aperfeiçoar no que
pretende fazer e faças com fé e cadencia. Procures
planejar melhor, e entenderá o porque que a pressa é
inimiga da perfeiçâo. Seja consciente e lembre-se todos os frutos sâo conhecidos e reconhecidos nas boas açôes.
Os olhos de Ruth Cardoso
Soube com tristeza, pela televisão, da morte de Ruth Cardoso. Ela sempre transmitiu uma grande distinção e serenidade em suas aparições públicas, e quem a conheceu pessoalmente creio que também tinha a mesma impressão.
Os comentaristas acentuam o seu papel na criação do Comunidade Solidária, assunto que nunca acompanhei direito. De qualquer modo, ela foi muito mais do que uma “primeira-dama” (termo que detestava) ao lado do presidente, mas parecia ao mesmo tempo estar constantemente ao lado de Fernando Henrique e no seu espaço próprio, independente.
Para levar este post a um extremo de subjetividade, acho que havia algo muito próprio no olhar de Ruth Cardoso, e no seu tom de voz: ela parecia encarar os entrevistadores, as câmeras, não sei se com bondade, mas certamente com compreensão; não uma compreensão intelectual, ou política, mas compreensão humana mesmo. Atrás dos óculos grandes, os olhos escuros diminuíam um pouco, mas tinham algo de doce, sem ser sedutor: eu sentia certo conforto ao vê-los, mesmo na TV. Tinham, sei que a palavra é estranha, uma grande maciez.
Talvez eu imagine o quanto de compreensão, de perdão mesmo, ela teve de ter com Fernando Henrique ao longo da vida. Mas quantas mulheres não acabam desenvolvendo esse traço de caráter? Acostumam-se, quando não brigam de vez, a encarar o marido como uma espécie de menino crescido, que de vez em quando chega arranhado das brigas de rua, e se entrega fanaticamente à sua coleção de bolinhas de gude...
Mas é claro que, sendo intelectual, professora, e tendo vivido durante o nascimento e o apogeu do feminismo, ela soube viver a própria vida, sem a passividade das antigas esposas de presidentes, de homens de negócios etc.
Foi um fator muito importante para que ela não fosse uma deslumbrada com o poder. Imagino também que sabia, desde moça, que Fernando Henrique haveria de ser presidente (dizem que ele tinha certeza disso já na juventude). Sem deslumbramento nem arrogância, Ruth Cardoso mostrou, sobretudo, que na simplicidade está o segredo da distinção.
A valsa
Que imagem assombrosa
Que pousa em minha mente.
De eu ver a valsa da morte
E sorrir aceitando-a contente.
Tenho a honra
De acompanhá-la em dois passos.
E criar laços...
Um pacto anormal.
- Leva minha alma,
Para matar tua insaciável
Fome de destruir a felicidade da gente.
Deixa que eu viva mais uns anos
Que tal mil?
Dois mil.
Ou ao lado de minha amada,
Não mais que um ano.
Troco minha alma
Boa.
Para matar a saudade
Que soa.
Em meu coração descontente.
- Terminamos a dança aqui...
Onde assino minha sina?
Quando o sentimento é verdadeiro,permanece acima de qualquer dificuldade boba ou séria. E a morte está incluída nisso.
Amar alguém que vive alegre,de bem com a vida e trasbordando felicidade é mais fácil.Amar alguém com problemas e alguém diferente é muito difícil.
Mas quem prefere o caminho mais curto,igual ou cômodo,não sabe como é BOA a sensação de NÃO ter o que é previsível todos os dias... Surpresas e diversidade também são essenciais para dois corações baterem na mesma sintonia.