Carta de Saudade
Princesa e sereia
Quando você viaja eu sinto uma parte de saudade.
Que me deixa triste e feliz porque é assim...
Feliz por ser amada e tudo certo no seu riso.
Triste as vezes por querer está a jardinar no seu paraíso.
Você se vestiu do melhor brilho
E fez as lembranças de menino
Voltar em pensamento do baú do tempo.
Era só um fim de tarde sua imagem no pensamento.
Coisa de pintor que leva na boca o pincel e um juramento.
Pintar o perfeito e a beleza do seu silêncio.
Não ia chover só a tarde e seu escurecer
Trazendo.
O melhor da sua presença esse olhar pequeno.
Eu devoro sua carne em sentimento,
Seus olhos me frita por dentro.
As vezes sou apenas o invisível da ilusão
As vozes de homem calando na alma e coração.
Eu não sei o que você arruma
Eu não sei se você vai ou você vem.
Eu fico ali no banco no mesmo lugar
Espero uma luz te espero chegar.
Peço a Deus que não sejas sempre assim.
Não te ver chegar e não te ver partir.
Pois o mundo é para quem arisca,
E acredita que o mundo é inconstante.
Já vi sonho pequeno sonhos ficarem gigantes.
E o valor do sentimento de um rato não é melhor que do elefante.
Sentimento é sentimento tem a essência do mais importante.
Cuidar para que o outro se torne o próprio navegante.
As viagens que fiz com você é puro prazer...
Foi a melhor miragem que a saudade escreveu de você.
Seu vestido longo e seu corpo quase nu na areia.
É assim que viajo contigo horas é princesa e outras é sereia. 23.05.2022
PRELÚDIO
Estes versos que faço estão dispersos
Em uma saudade que me faz perdido
Tal um bardo com versos sem sentido
De sentimentos duramente perversos
E a intensidade de afeto encandecido
No olhar, agora, vazios, e tão reversos
No acaso vil, fadados a findar imersos
No silêncio... de um poetizar repartido
Versos sem poética, sem a singeleza
De um toque, do cheiro, e da certeza
Do ter mais. Um prelúdio enfadonho!
Falte tudo ao aconchego, a inspiração
Mas, me reste a sensação da emoção
Da paixão na poesia, cheia de sonho!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23 de maio, 2022, 04’39” – Araguari, MG
...
Existem situações que nos levam a uma saudade imensurável, e aí vemos o Universo parar no tempo. Se melancolia remete a coisas não experimentadas, nostalgia é a lembrança vivida na prática.
Ontem senti uma agrura psicológica e quis ser 36 anos mais novo. Balbuciei uma juventude de barba e cabelos brancos.
E essa saudade de você que só aumenta
Essa tal de saudade me faz te querer mais a cada dia
Como não pensar em você me diz
Me ensina a deixar de desejar você ao meu lado
Me ensina a não pensar em você o tempo todo
Assim como me ensinou a te amar
A saudade que invade meus pensamentos
Faz aumentar ainda mais o amor que sinto por você
E te querer a cada segundo se tornou parte dos meus dias
Mesmo sabendo que não vou te encontrar
Passo o dia todo esperando para te dar um beijo a noite
E dizer o quanto eu te amo.
SONETO SENTIDO
Eu te poeto, todavia, porque és, ainda
O bem querer, a saudade, a poética face
A ternura, a doçura, o desejo que nasce
Um ardor na sensação que nunca finda
Eu te poeto a paixão, que é bem vinda
Num canto, no doce verso, no repasse
De amor, te daria o sonho que sonhasse
Em um soneto com aquela emoção linda
Te daria, mas, ah o “mas”, ó meu Deus!
Pouco tenho, os mandos não são meus
E, cá nos versos uma inspiração sentida
Sem encanto, magia, prosa sem beleza
Vertidas na poesia em tons de tristeza
Tal qual, em um bilhete da despedida!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 de maio, 2022, 16’17” – Araguari, MG
MONTANHA-RUSSA
Meus olhos lacrimejam longe de casa... tenho saudade dos filhos... minha ligação com a eternidade... muito mais especiais que eu... que haja um legado de amor incondicional... sem limites , mas certos de que nada é perpétuo... que tenham força para encarar cada novo ciclo... errem muito... mas sempre tentando o que lhes perece correto... não tenham medo de seus recomeços... que sejam tantos quanto os necessários... que em cada um se façam pessoas melhores que outrora... o que pode parecer ápice pode ser um declínio e vice-versa... essa é a montanha-russa da vida... o que para muitos é “status” não passa de uma amontoado de coisas inúteis... a felicidade está em nós... e naquilo que nos traz um reencontro com o Divino... a matéria nos pesa... é necessária... mas em excesso... nos impede de voar.
Matando a saudade
Eu já matei a saudade
Milhares de vezes
Tantas foram às vezes
Que já me sinto um assassino
Mais ela sempre teima em volta
Sempre se aproveitando da sua ausência
Basta um breve momento
E já esta ela a me rodear
Como um predador
Em busca de sua presa
Por isso me desculpe
Pelas vezes que te ligue
Sem quase nada a falar
Era a saudade que eu estava a matar.
DESMEDIDA
Quem diz que da saudade é indiferente
Mente, ou simplesmente é um fingidor
Pois, não se mede a quantidade de dor
A quem duma privação, privação sente
Quem suspira, aquele suspiro de amor
Se de uma falta a sede não é suficiente
É porque do vazio, é vazio inteiramente
Sem valor. Ou, apenas, de pouco ardor
Não há um sentimento pela metade
Nem cinquenta por cento de saudade
Se tem ou não tem... - é desmedida!
E quando a nostalgia chora profundo
Deixando o pensamento moribundo
Em vão, tudo é sem sentido, sem vida!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 junho, 2022, 14’20” – Araguari, MG
Saudade, um nome que ecoa com especialidade,
Não é apenas uma ausência unilateral, mas uma dualidade.
Tem endereço, telefone, cor, cheiro e sabor,
Lembranças que nos tocam com dor.
É um abraço que aquece, um amor que perdura,
Uma explosão de emoções, cada um com sua mistura.
Saudade nos faz crer que levam um pedaço de nós a cada partida,
Desde a música da infância até a brincadeira vivida.
É a falta daquilo que nos preenchia, que agora se foi,
Um vazio que se junta ao vazio que deixou.
Mas mesmo na saudade, encontramos algo de belo,
Uma recordação que nos faz sentir vivos, por mais que doa o desvelo.
De tanto chorar, esqueceu-se de sorrir,
Sem sonhos do futuro, deixou de dormir.
De tanta saudade, afastou-se dos amigos,
Tanta tribulação, viu todos como inimigos.
Sorrir nos leva a viver mais suave,
Cantar nos faz andar em caminhos amáveis.
Na doma do tempo, tudo tem seus propósitos,
Amores, sabores, cheiros e flores a dispostos.
Se fôssemos inocentes como crianças felizes,
Nas formas de viver, as mágoas não teriam raízes.
Na vida, não teríamos preocupações nem lamentos,
Em tudo, haveria paz e amor, que buscamos no momento.
REFÚGIO DE MALÍCIAS
(Nepom Ridna)
Sinto saudade do tempo de ignorância plena;
Quando nos roubavam, e minha alma era ingênua!
Hoje, num refúgio cheio de malícias;
Escrevo poemas.
Sinto saudade do tempo encantado
Quando o que era roubado era só o passado
Minha alma ingênua acreditava na cena
Hoje só restam malícias em nossa arena
Escrevo poemas em linhas tortas
Versos que revelam as portas
De um refúgio de malícias tão meu
Onde o certo e o errado se perdeu
Nas noites vazias lembro com tristeza
Daquela ignorância que chamava de certeza
Os sorrisos fáceis e as promessas vãs
Agora são fragmentos em minhas mãos
Escrevo poemas em linhas tortas
Versos que revelam as portas
De um refúgio de malícias tão meu
Onde o certo e o errado se perdeu
O tempo mudou e mudou com ele
Minha alma vela um novo impasse
Um novo emblema
E nos versos soltos encontro meu abrigo
Entre a emoção e a razão tão antigo
Sinto saudade do tempo de ignorância plena;
Quando nos roubavam, e minha alma era ingênua!
Hoje, num refúgio cheio de malícias;
Escrevo poemas.
Escrevo poemas em linhas tortas
Versos que revelam as portas
De um refúgio de malícias tão meu
Onde o certo e o errado se perdeu
Sinto saudade do tempo de ignorância plena;
Quando nos roubavam, e minha alma era ingênua!
Hoje, num refúgio cheio de malícias;
Escrevo poemas.
Dia 9
Esse silêncio ensurdecedor que cega minha alma,
O gosto que desce da saudade que nunca se acalma,
Um suspiro e ao mesmo tempo um deleite,
De saber que é passageiro, para que meu corpo aceite,
Te espero com fogos de intensidade,
Também estarei melhor em toda bondade,
Nesse momento um olhar intrínseco me invade,
Buscando ser melhor,
Para que tenhas um porto seguro ao redor,
Não só por isso,
Entendo e sei que também entendes,
Amar puramente,
Sem antecedentes,
Temos que ter um olhar para a frente,
Como diria Vinícius, “A vida é a arte do encontro, embora, hajam, tantos desencontros pela vida”.
Esse não é um desencontro,
É o conhecimento do próprio encontro,
Para que assim possamos juntas,
De mãos dadas,
Ainda dar muitas risadas,
Contar histórias, escrever e reescrever memórias.
A dor da saudade
não rima com nada
além do absurdo
que tem crescido,
E anda golpeando
em absoluto
os corações dos filhos
dos presos políticos,
É desse jeito que para
todos assim tem sido,
É da minha janela
que tenho sempre visto:
A consciência não
permite fingir
que não é comigo,
Em pleno Natal
nada se sabe o quê
vem acontecendo com
os presos de consciência,
Não me permito viver
do mal da indiferença,
nada mais se sabe do General.
O poema não se encerra em nós,
Do meu exílio a saudade é algoz,
É dessa forma doce que te adoro,
Sem ter você, não me conformo;
Rogo por tua atenção, imploro.
Sob a luz do pálio Universal,
Procuro pelo teu ser sensual,
E enquanto tento entender
O sentido desse amor magistral,
Oro pela proteção celestial.
Não há deserto
Diante da tua destreza,
Invade-me todo dia com tua beleza;
Sensual é a tua natureza,
Amo-te com inteireza, cortejo-te
Com poemas de doçura e grandeza.
Preenche-me como uma Via Láctea
O pensamento,
Não ter você é um doce
Tormento,
O coração não crê no amor
Desventurado;
Ele bate com fé
E está rendidamente
Enamorado - iluminado.
A saudade é um tipo
de felicidade
É o amor morando
dentro da gente
É a verdade
que se sente
Presente
A saudade é
o avesso
que vira verso
É a paixão
sem reverso
É um Universo
Repleto
A saudade é a tua
companhia enfim
Ela habita na pele
É um instante
sem fim
Inconstante
A saudade
é criativa
É a sua falta
escrevendo poesia
É um jeito
de ser carícia
Cosmogonia
A saudade é
a tua presença
sempre em mim
Mostrando que
a tua presença
sempre fará
bem para mim
Só você é capaz
de preencher
a sua falta
com a tua volta
E fazer de nós
um espetáculo
de carinhos sem fim.
Não há como não pensar
em nós dois sem arte
A saudade é tripulante do coração
A noite surge cintilante
Singrando em mim
Não há como não pensar
em nós dois sem sorte
A vontade amante não passa
Desejos constantes
Insistindo sem fim
Não há como não pensar
em nós dois sem norte
Destarte vivemos de amor
Celebrando todos os dias esse fator
Nascemos com sorte
Caminho pelas estradas
a saudade é o destino,
Vou te amando pelo mais improvável
- caminho -
Encontramos o amor inefável,
e irrecusável,
Você me faz falta,
isso é inquestionável.
O mundo dá voltas,
e sei que sempre volta;
Estamos ligados
por nossa poesia,
- nossos versos -
Sempre, sempre, sempre,
você me fará toda a falta.
Pelas estradas da saudade,
a saudade é o desatino,
Escrevendo
com o mais improvável
- verso -
Encontramos o amor santo,
e também o doce pecado,
Você é cândido,
e isso é muito mais
do que romântico.
Sim, o mundo rodopia,
sabemos da nossa poesia,
Adoramos a nossa companhia,
Sempre, sempre, sempre,
trarás toda a delícia.
Caminho pelas estradas,
a saudade é um 'absurdo',
Encontrei o companheiro
mais improvável do mundo,
Quem escreve na companhia
da saudade,
é aquele que sempre crê;
Crê que o amor virá
de mãos dadas com a liberdade,
E repleto de você.
Os meus pensamentos em ti
Vão além das quatro estações
Estou cá nesta estação saudade
A mais poética das emoções
Os meus pensamentos em ti
Vão além da saudade
Estou cá nessa espera de amor
Leal como a terra é para com a semente
Respirando um amor lindo e envolvente
Os meus pensamentos em ti
Vão além daquilo que é material
Estou cá nesta estação espiritual
Sempre há tempo para viver mais em ti
Os meus pensamentos em ti
Vão além das emoções
A saudade faz versos
E faz também lindas canções
São todas só amor e suas reverberações
Os meus pensamentos em ti
Nos faz namorados e almas amantes
Vão além dos suspiros provocantes
Eles são meus e todos teus, faiscantes
Os meus pensamentos em ti
Vão além do despertar do amor
Estou cá nessa estação saudade
Embalando os nossos significados
Pensamentos doces e apaixonados
Os meus pensamentos em ti
Vão além do corpo-poesia, doce magia
Estou cá alma-verso, doce alegria
Embalando coração-prosa, doce carícia
Conjugação da nossa paixão que amacia.
Fiquei mesmo, foi tão bom, algo inesquecível, só de lembrar me bate uma saudade, amei nossa noite, e que noite prolongada, nunca ficamos tanto tempo assim juntinhos, preciso de mais noites assim.
Jamais te esquecerei, você está na minha mente e no meu quarto.
Isso é raro acontecer. Quando você chega cansado e deita na sua cama e dorme por 12 horas, isso é tudo 🤭
Zoeira Galvão
Eu conto : saudade de contar meus “causos”.
Meu cachorro Branco passou mal ontem, tadinho. Sujou a varanda e jogou o tapete por cima, o levado. Faz bagunça e esconde … mas não tinha tapete pra tanta coisa !
Ficou lá na varanda, o bichinho; não entrou mais na sala, onde gosta de ficar.
Quando eu cheguei na varanda e vi aquilo tudo, olhei pra ele, ele olhou pra mim ainda deitado e ficou esperando.
Eu falei pra ele : passou mal porque comeu a ração do gatinho, né Branco?
Ele levantou, veio pra perto de mim, me olhou com carinho como que me pedindo alguma coisa. Depois foi até o portão e de lá olhou pra mim de novo. A Pequena Preta ficou impaciente, parecia chorar mas não estava brava como de costume. Ela ja sabia, eu ainda desconfiava.
“Você quer ir pra rua né Branco?”, perguntei pra ele. Há muita verdade nesse olhar de cão.
Falei com ele : vai um pouco, quando eu voltar você entra, tá bom?
E fui comer a canjiquinha do Marcinho, aquele manjar dos deuses. Não sei quem ficou mais triste sem aquela delícia … não fez ontem mas ja temos um encontro pra próxima quinta. Ele prometeu.
Chegando em casa, “lá vem” ele - como falava meu amigo contador de histórias inventadas, que adora o “lá ia” - . Chegou, brincou, pediu carinho - que retribuí, lógico -.
Não entrou. Foi andando, olhando pra trás me mostrando o caminho como se me chamasse pra ir - pra eu me alegrar com o convite -, mas era só mesmo pra mostrar que ia e por onde iria. Desconfio até que tem uma morada fixa por ali, mas sempre volta.
Ainda agorinha (umas 4 e pouquinho) acordei, li mensagem triste que não quis ler ontem pra dormir tranquila, e fui lá fora abrir o portão pra ele. Não estava. Ainda não. Com esse frio, cão de rua que é, certamente achou um abrigo pra dormir. Quem sabe a tal morada fixa? Mais tarde vem tomar o leitinho dele. Tomara!!!Comidinha caseira é bom mas o que cura mesmo é a grama, o capim da rua.
Depois conto o retorno do Branco e a alegria da Pequena Preta. Ela nao sai do portão.
Essa historia é verdadeira, uma “fábula parabólica”.
Bom dia pra quem é de amor.
Bom dia pra quem não é de amor … ainda!