Cantar
Todos os negros cantam a mesma coisa. Eu não sei... É a nossa maneira de falar, de reclamar da vida. Lá nas plantações, enquanto trabalhávamos, éramos forçados a cantar para não termos tempo de pensar.
"Poema de Sarutobi"
Onde a chama queima
É quando as árvores dançam.
Folhas secas queimarão
no calor da fogueira,
iluminando árvores novas.
A luz continuará a brilhar
em nossos corações.
E uma vez mais...
folhas novas brotarão!
Amor, desalento e solidão
Queria, quem já não me quer seu,
Que por sua vez não quer ninguém
E quem me quer eu rejeitei também
Por não ser de quem não é meu!
Quantas portas ao amor eu não dei!
De o querer, quantas se fecharam?
Quantas solas e aparas se gastaram?
Quantas poemas e ruas atravessei?
Mas que desalento chato e redondo,
Que se o tento cantar a um canto,
Ele não os tem, e eu lá vou pondo
Nós engasgados num calado pranto!
Não podendo ao amor cantar então,
Vou indo e dando, espaço à solidão.
Vem Comigo Cantarolar
Doce canção o vento sopra
perfume do íntimo d'alma
é o amor que bate à porta
o violino que chora nota.
É o lá e o dó pra cá
e o pensamento acolá.
Detidos gestos tão seguros
coração a palpitar.
Rima que traz o vento
como toco dó e lá.
Alegre melodia solta
canta a paixão em si e fá
vulto que ao longe segue
ao som do violino
que ressoa, entoa, pede
Vem comigo cantarolar.
Branco-preto-amarelo-rosa
cor-de-furta-cor
da alma em festa em cor
segue o mi o tocador
na esperança que este amor
vá nascer crescer vingar.
Depois que vem o beijo
Oh, já não sei tocar
O ré o sol o dó
toca o violino por si só.
Pássaro....
Passarinho....
Bate as asas de mansinho
Voando daqui pra lá
Esperando por um ninho
Pássaro...
Passarinho...
Abre as asas com coragem
Observador lá dos altos
Vive em liberdade
Pássaro...
Passarinho...
Tuas asas de carinho
Quando param de voar
Se transformam em um ninho
Pássaro...
Passarinho...
Teu canto suave
Enebria meus ouvidos
E mesmo você, Passarinho...
Precisa de um canto pra repousar
E quando suas asas se cansarem
Também sei "Ser ninho"
<Sambista Considerado>
O sambista considerado entrou no pedaço já lotado
Na cadência do surdo, lentamente caminhando
Sorridente, cheio de marra, a todos saudando
Sacou logo aquela morena faceira, garbosa, se exibindo.
Sem vacilar, encarou e foi desafiar, vem comigo sambar
Linda, atrevida, a Morena sorriu, logo aceitou,
No sapatinho, cheia de graça, foi se aproximando
O casal, enlaçado, no ritmo adequado, foi causando.
Roda formada, aplausos, incentivos e eles rodando
Alegres, felizes, seguros, o samba solto rolando
Na pista o casal se superando, igual Mestre Sala e Porta Bandeiras
Empolgados, todos caem no samba sincopado, bem balanceado.
Alegria geral na comunidade da Vila Sacadura Cabral...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Juares de Marcos Jardim – Santo André / São Paulo - SP
Pois é, ficou ruim, não vou mais segurar
Toquei o meu clarim e atrás não vou voltar
Você foi mexer com cobra, ninguém me dobra
Só se eu deixar, isso nem pensar
Você já pisou meu calo, e cantar de galo não vai cantar
Cantam as vozes aos poetas!
no ritmo kissange, da volta e da ida,
aos atlétas, às poetisas do dia,
que antes da partida,
dão riso ao riso e alegria à alegria.
Cantam as vozes aos poetas!
no transpirar da poeira,
rito aos deuses africanos!
que gingam na inspiração derradeira,
na voz d'Angola Avante,
que canta às missionárias verdadeiras.
Cantam. Ao amor.
As vozes aos poetas.
“ O Hino Nacional eu cantava com a mão no peito, quase de farda, quase um soldado, quase um herói, o hino acabava, e voltava ser quase invisível, só mais um aluno, com o avental velho do bolso rasgado.”
Você e o mar, a brisa, o sol, sempre a me inspirar. Venha nos meus delírios nadar, se recostar, afagar, se deliciar. Venha se bronzear, comigo cantar e dançar, se entregar ao doce balanço das ondas do mar aberto."
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
Não há uma regra,diretriz ou roteiro para exposição de suas emoções a si mesmo(a). Se quiser SORRIR, sorria para seus erros, para sua vontades bobas... se quiser CHORAR durante aquele filme romântico, chore... deixe as lágrimas rolarem, limparem sua alma, brilharem em sua face. Se quiser PULAR igual criança, pule! pule corda! pule na cama, role na grama! Se quiser GRITAR, FALAR alto, grite! fale! Se quiser CANTAR desafinado(a) no quarto ou no banheiro, cante! Não segure ou esconda suas emoções de si mesmo(a). VOCÊ MERECE se conhecer, ser feliz consigo e ter seus momentos tão seus.
Passarada
Nada existe de mais lindo
Que um pássaro a voar
Com suas asas abertas
No céu azul a bailar
Nasceram de bico e asa
Pra cantar e encantar ...
Não os prenda em gaiolas
Nem os queira domesticar
O pássaro já tem sua beleza
Enfeitando a Natureza
Muito triste engaiolar...
Moro em Cidade grande
E é tão raro encontrar
Pássaros por estas bandas
Que me possam encantar
Mas observando em volta
As poucas árvores existente
Percebi que pra passarinho
Isso já é o suficiente .
Um pouco de água corrente
Bananas vou espalhando
Pra chamar a passarada
Que alegre estão voando
Deixando a gente contente
Com seu lindo gorjear.
Bem-te-vi grita bastante
Sanhaçu é um comilão
Sabiá é um cantador
Vem tocar meu coração....
Nos arbustos um
Berçário, vez ou outra
Encontro um ninho
Com tanta comida farta
Pra alimentar os bichinhos
Eles parecem agradecer
Me trazendo poesia
No cantar dos passarinhos...
AngelicaM Spínola Masy
A vida na fazenda exige trabalho árduo e muita dedicação, mas a recompensa vem a cada por sol e no cantar dos pássaros que tocam qualquer coração.
O sambista e o Covid 19
O sambista diletante, já aposentado, depois de contribuir ao INSS por uns 47 anos, começou a frequentar as Rodas de Samba nos Bares temáticos da sua cidade natal. O que era uma aspiração juvenil se transformou em paixão passageira e depois se tornou amor eterno. Resultou no casamento perfeito (tipo a fome e a vontade de comer). Bem assim. Desde a infância (anos 50), o dito “Sambista Diletante” tinha aprendido através das “ondas sonoras” das emissoras de rádio AM, a apreciar o Sertanejo Raiz, o Samba e o Choro, com destaque para os compositores e intérpretes dos anos 20 a 50. Nas Rodas de Samba reencontrou muitos “amigos de infância e juventude”, além de colegas de estudo e trabalho. A cada reencontro era uma festa. E também granjeou novas amizades. Os canais de comunicações Facebook, Whats e E-mail se tornaram a ligação quase que diária com alguns, uma vez por semana com outros, mas o importante mesmo era aquela agradável sensação do reencontro e da troca de energias. A música é linguagem universal, enleva, alegra, aproxima as pessoas. Até que a pandemia 2020 surgiu e foi necessário confinar as pessoas, isolar socialmente os mais vulneráveis (grupo de risco), a obrigar a população a usar máscaras faciais protetivas e seguir rígidos protocolos de segurança. Desde o início de março o Sambista Diletante se recolheu, juntamente com centenas de músicos e amantes da MPB, entrando no esquema de hibernação. E somente pelas redes sociais se comunicam com familiares e amigos. Alguns mais afoitos (e imprudentes) continuaram a frequentar os botecos preferidos, a se reunir com os amigos nas Rodas de Sambas, à revelia das orientações dos médicos e gestores públicos. Muitos contraíram o Covid 19 e alguns já partiram antes do combinado. Até quando assim será?
Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo – SP.
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Surpresas nas Madrugadas - Luan Garcia Pereira Barros 15\02\2020
Vísceras, entranhas gritos ecoa pelo ar,
pássaros voar entre a luz do luar.
Grunhidos ouço, que me fazem arrepiar
ó senhor o que estais há passar.
Então olho na fresta da porta, e a vejo
como podes ser tão bela e arrepiante.
Não me faça perguntas, o que vejo
não acho palavras para explicar.
Então abro a porta para que eu possa olhar,
pois um vulto pela fresta de uma porta,
podes me enganar, já não sou tão jovem.
Para apenas na visão confiar, ó senhor me der
força para que possa contar. Que os meus olhos
ve, é a fênix que na minha porta veio cantar.
Sem Talento
No pé de uma montanha
Cantando para as aves nas árvores
Dançando para o vento
Pronta para se jogar
Um dia nublado pronto para chover
Uma luz brilha no céu
Salva pelo próprio Deus
- Não chegou sua hora
A montanha foi feita para olhar a paisagem
A morte é um descanço
Se você cansou de viver
Dança, cante, solte suas emoções
Se sinta bem pelo que é
Não pelo que as pessoas acham que você deve ser.