Caboclo
Sou caboclo do sertão
Me criei nesse pedaço de chão
Me enfio nas veredas
Em cima do meu alazão,
Saio a procura de alguém
Que roubou meu coração.
Vida de caboclo (Amazonas)
Caboclo é gente de bem, gente de Paz, vivi no interior do Amazonas, mas nas periferias, também,
Com seu jeito simples de ser, é um povo que cuida da nossa mata, sempre com a cultura de preservá,
Se alimenta do que o grande rio dá, mas também não deixa de pôr perto o aipim plantá,
Povo com um jeitinho único de falá,
para nós, que da Amazônia não somos, parece que estão sempre a cantá,
Gente honesta, trabalhadeira, tem paz na consciência na hora de deitá,
Levanta cedinho, as vez, até antes do sol raiá,
Com as ferramenta simples que tem, logo logo, se põe a trabaiá,
Planta, milho, feijão, e umas verdura, pra modi se sustentá,
Caboclo da Amazônia, de todos nós tem o respeito, pois, gente boa como eles é difícil de encontrá!
A. Cardoso
Caló
Tava presa em uma gaiola
Imitando um passarinho
Com um belo canto,
E uma penugem luzindo
Quando avistei de longe
Um caboclo Moreninho
Moreno da cor de café,
Tinha a lua em baixo do pé,
Com os olhos doces como mé,
Me atraia com sua fé
Ao se sentir perdido e sem rumo, bata cabeça em seu conga
e com muita fé pede o auxilio do seu caboclo e deixe que ele
te conduza ao melhor caminho.
A atual arte contemporânea brasileira, resinifica e resgata a importância e a criatividade das obras e artesanatos dos artistas negros, caboclos, indígenas e populares ingênuos. Um reajuste antropofágico necessário, cem anos depois da Semana de 1922, para a identidade do Brasil no século XXI.