Solidariedade com comida
Melancolia,...
Não estão recebendo
comida,
Agonia infinita,...
Não estão aceitando
roupas limpas,
A água?
Só pode ser entregue
esporadicamente.
Você acha isso justo
ou normal?
O quê está acontecendo
com o General?
Infinita melancolia,...
Ir aos fatos e perguntar
não ofende,
Ele continua preso
injustificadamente.
Infinita agonia,...
Ninguém sabe de nada
a pelo menos três
semanas simplesmente.
Existem pessoas
que não têm dinheiro
para fazer despensa
de comida,
que não têm carro,
não têm Internet,
não têm telefone,
e não têm ninguém
que as ajude
a fazer compras
ou levá-las até o médico:
São essas pessoas que
estão sendo intimidadas
quando andam nas ruas
por todo o país
e pelo mundo afora
por parte de uns
cidadãos egocêntricos
que saem para lá
e para cá com os seus
carros e egos inflados.
Reclamo por todos que
necessitam ser cuidados,
Não há sentido na minha
vida se não houver
sentido para outras vidas:
O meu coração pertence
aos que caminham solitários,
médicos e enfermeiros
que por causa de tantas
sucessões de tristes
fatos andam precisando
se proteger com sacos
e embalagens de plástico;
Peço a Deus que zelai
por todo e não esquecei
dos filhos descamisados
e os proteja de todo
e qualquer maltrato,...
E assim
de idílio em idílio
falando até do conhecido
inimigo invisível,
Vou contando tudo o quê
ocorre nesta região
onde não se sabe quando
haverá até para uma
tropa, um General
(preso injustamente)
e outros presos políticos
a justa e oportuna libertação.
Para muitos
faltam remédios,
eletricidade
e comida,
Ninguém acredita,
racionaram
a gasolina;
Um salão
em Táchira
aberto
para lembrar
dos inimigos
e traidores
da Pátria,
E a América Latina
em alta rotação.
Da vida dura
nem Honduras
escapa,
A violência
pelos ares contra
os manifestantes
na praça,
É hora de deixar
para trás
essa cultura
de violência.
Não se provoca
para depois
alguém falar
que você
terá de engolir
com Coca-Cola,
Três Oficiais
Generais
da Aviação
optaram sair
pela via
da insubordinação.
Do General dos
meus poemas,
Preso inocente,
Nunca mais
vi uma imagem,
li uma notícia
e não soube mais nada.
Há famílias
inteiras
sem notícias,
Não há comida
o suficiente,
E não há
quem permita
que a leve.
Não há luz
e sobra dor,
O ombro
do General
não se curou
e o físico
se abateu,
Não há mais ar
e tem quem
disso morreu.
Faltam janelas
e sobra
crueldade,
Não há mais
notícias,
E isso está
acabando
com todos;
Não há nada
e vocês sabem
melhor que
eu isso,
Não há
mais visita,
e nem houve justiça;
Há superlotação,
Extrapolam
testemunhos falsos.
Posso até ser proibida
de entrar
em vosso território,
Deixo o quê penso
como registro histórico,
com alma lavada
e meus pés descalços.
COMIDA FRIA
Lá em casa, habitualmente, não cozinhamos aos sábados. Saí para buscar o almoço com a nossa fornecedora atual, Dona Maria, que nos últimos anos abriu o portão de sua casa e começou a entregar aos finais de semana uma deliciosa feijoada, nas versões tradicional e “light”. Sorridente, falante e cortês, Dona Maria atende a todos com o seu gorro e avental branquinhos, e faz questão de dizer que tudo ali é feito com qualidade, asseio e carinho. Motivada pelo pedido de alguns clientes, estruturou a sua garagem e agora mantém meia dúzia de mesas plásticas, forradas com um tecido rendado, quatro cadeiras em cada e um freezer cheio de cervejas e refrigerantes para que os clientes possam se deliciar com a iguaria ali mesmo, caso prefiram.
Estacionei o meu carro numa rua perpendicular. Peguei a minha filha pela mão, tranquei e acionei o alarme e fui me aproximando da casa de Dona Maria. Do lado do seu portão principal, estava estacionado um carro muito bonito, com cabine dupla, cor prata e recém lavado, denotando o capricho do dono. Em um piscar de olhos, vi um rapaz de boné baixo (acho que para esconder parte do rosto) ao lado do carro, na porta do passageiro. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, o rapaz retirou a camiseta branca, enrolou em algo (que depois fui descobrir que era uma pedra bem grande) e bateu com toda a força dos seus braços finos no vidro da porta do passageiro, fazendo cacos de vidro voarem para toda lado. Mais rápido que o The Flash, meteu a mão dentro do veículo violado, retirou algo e saiu correndo. O “algo” era uma bolsa feminina, da cor vermelho escuro. O alarme do carro bonito começou a gritar alto, chamando a atenção do dono que estava no interior da casa de Dona Maria, aguardando o almoço.
O senhor careca, proprietário do veículo, também demorou alguns segundos para entender o que havia acontecido. Já com as mãos na cabeça em desespero, ouviu o meu grito abafado. Eu apontava e sacudia a mão desocupada na direção onde o rapaz decidiu correr… Mas foi em vão. A nossa capacidade cerebral de entender a cena, agir, gritar, fazer qualquer coisa útil foi infinitamente mais vagarosa do que as pernas compridas do rapaz tomando a direção já calculada.
Na sequência, uma pequena senhora de cabelos alaranjados também apareceu e descobri que era a dona da bolsa roubada, esposa do calvo senhor. A mesma, chorosa e assustada, afirmava repetidamente que não havia dinheiro ou nada que um meliante pudesse aproveitar lá dentro, somente seus documentos, cartões, maquiagens, remédios e pertences pessoais.
Tentando concluir a minha missão ali, apesar do susto e da injeção de adrenalina, entrei na casa de Dona Maria (que nessa hora voltava da rua após procurar ajuda policial com o casal) e meu coração estremeceu diante da cena que vi. Em uma das mesas com forro rendado colocadas à disposição dos clientes, duas porções completas e caprichadas (e ainda nem tocadas) da deliciosa feijoada da Dona Maria. Aquele momento íntimo e sagrado da dupla havia sido interrompido pelo grito do alarme, e acredito que os dois, naquela mistura de emoções e sobressalto, haviam perdido o apetite.
Nessa hora, minha filha, sacudindo levemente o meu braço, pediu explicações:
– Mamãe, aquele era um ladrão?
– Sim, meu amor, era.
– Por que ele quebrou o vidro do carro do moço?
– Para pegar dinheiro, meu bem. Ele não tem trabalho e não tem dinheiro para comer. Por isso faz isso com as pessoas – Expliquei de um jeito que ela pudesse entender, sem entrar em detalhes sobre o que eu realmente pensava a respeito do destino do dinheiro (não) roubado. E ela continuou:
– Uai mãezinha, mas se ele estava com fome não era mais fácil ele pedir um prato de feijoada para Dona Maria? Ela é tão carinhosa e boazinha e faz um montão bem grande de comida…
Dizendo isso, ela pegou a sua bolsinha rosa e começou a retirar suas moedas:
– Mamãe, essas moedas aqui pagam uma feijoada?
Sem entender, respondi:
– Não meu amor, não é suficiente. Mas para quê você quer comprar outra porção? Uma só dá pra gente, mamãe já pediu e pagou.
– Eu quero comprar comida para dar para aquele rapaz. Vamos encontrá-lo. Daí ninguém fica triste. A senhorinha do cabelo engraçado não precisa chorar por causa da bolsa dela, nem o moço careca precisa ficar triste com o carro quebrado. E o rapaz não precisará mais fazer coisas ruins com outras pessoas.
Ajoelhei, abracei a minha filhinha, beijei a testinha inocente dela e nada mais consegui dizer.
Peguei a embalagem térmica com uma porção da deliciosa iguaria, busquei para mim a mãozinha miúda e fomos caminhando devagar, atravessando a rua, em silêncio.
Antes de sair dali ainda pude observar novamente a mesa posta para o casal. Corações aflitos e comida fria.
Quanto consumimos? Quanto gastamos? Talvez o mesmo. Transformamos a comida em energia, distribuímos os nutrientes para todo nosso corpo, o resto descartamos. E para onde vai nossa sujeira? Será que somos os culpados pelos bueiros que já não servem para escoar a água e sim para deposito de lixo? Então por que somos egoístas, fazemos o que nos apraz e culpamos nossos "superiores" ?
Mas vê menos. Pensa menos. Vive na segurança do tédio de quem de quem come o mesmo prato de comida todos os dias com medo de provar algo diferente. Muitas pessoas poderiam já ser velhas e sábias borboletas, mas insistem que o mundo das lagartas é melhor. #Analize bem o que esta escrito
A comida é bela quando há amor nela mas quando é feito pra conseguir sorriso não há nem palavras pra descrever.
As partes boas da vida
Sabe aquela prova que gabaritou?!
Aquela comida boa que provou?!
Aquela menina linda que beijou?!
Essas e outras são as partes boas da vida
A vida é feita de altos e baixos
Brigas e reconciliações
Textos e contextos
Certezas e confusões
Mas sempre tem algo bom
Sempre tem algo que te faz gostar de viver
E no meu caso...
Esse algo é você
Na escuridão do cativeiro, suas incertezas serão ainda mais repugnantes do que a comida podre que te servem.
Gostosinho no azeite deveria ser seus pratos de comida. São sem gestão no financeiro e alguns continuam devendo pensão pra criança prenha.
Numa sociedade corrompida, a verdade é como comida do Hospital. Ainda que bem condimentada, tem sempre gosto de doença
Quem ainda sente que a vida tem mais comida do que essa fome infinita que acabará nos matando pela barriga .
Borboletas perderam as asas/ são lagartas,
Sobem pela garganta .
Angustia tomou lugar da fome e do frio na barriga e pra outros felicidade ainda está na espera pela janta .
Paraíso de Tupã
Saia da casa grande,
Em busca de comida,
Na travessia do mato.
Chegava ao terreno
Pantanoso.
No Rio de muitas curvas.
Onde as garças brancas,
Planavam em volta das
Lagoas de jacarés.
Refazendo a travessia;
Só tirava da natureza
O que trazia. E o que
Precisava para cuidar da família.
De coração agradecido.
Minha prece a Tupã fazia.
Sabia que morava no paraíso.
E nada que vinha da natureza
Esse tupi temia.
Estava no vale. No Vale do Paraíba.
Marcos fereS
Gratidão meu Deus,
pela comida que não faltou,
pela saúde que não me falhou,
e por Tua Luz que em tudo o
mais, me guiou.
A alimentação está além da comida
a intenção,
a atenção
e a expansão temperam a saúde
A alma também tem fome
Para o corpo físico, a comida.
Para a alma, sentimentos.
Para o Espírito, Deus.
Existe um tipo de alimento para cada parte do nosso ser.