Solidariedade com comida
A comida nordestina
é feita de proteína
porque vem da natureza...
e que a terra da cultura
tenha sempre essa fartura
abastecendo a nossa mesa.
Sinto fome, mas não de comida.
Sinto sede, mas não de bebida.
Quero andar, correr por ai,
mas não como uma caminhada matinal...
Conhecer novas pessoas e
quem sabe encontrar quem já passou por mim.
Sem data, nem hora marcada, mas sim momentos casuais.
Quero frequentar cada vez menos
as quatro paredes e
em vez disso, sentir os ventos e os
contrastes nas mais
loucas viagens.
Viver. É isso que eu quero.
Não uma vida monótona,
programada, com o enredo pronto.
Quero sentir os contrastes tão vivos como essa vontade de viver.
Para um iludido, que além de alienado também faz parte da miragem, basta comprar a comida para que o apetite venha no mesmo prato, tomar remédio para que se tenha saúde como resultado ou comprar um pacote de diversão e ter como garantia a felicidade.
Se hoje não come a comida que a Rainha faz no K'vas Bar, quero ver quando 2020 chegar, vai comer até se estiver azedo, nada como uma eleição após a outra.
Pobreza
Quanta falta que nem sei o que falta
Falta sonho
Falta comida
Falta saúde
Falta educação
Uma vida emocional mergulhada na pobreza
Não há desejos,
Não há projetos
Não há metas
Não há realizações
Uma vida social mergulhada na pobreza
Falta pão
Falta carne
Falta ovos
Falta bolachão
Uma vida física mergulhada na desgraça
Falta remédio
Falta exame
Falta leito
Falta solução
Uma vida intelectual mergulhada na ignorância
Falta professor
Falta tecnologia
Falta aluno
Falta reflexão
É tanta falta que nem mais se sente falta
Chegara o dia em que ao dividir uma marmita de comida com seu irmão as pessoas falarão; você é louco cara! É sua comida. Para alguns esse dia já chegou. Aí deles.
A escola que oferece conhecimento atrai intelectos, mas a que oferece comida atrai estômagos! Barriga cheia desoxigena o cérebro. Cabeça cheia esquece a fome.
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
Sou comedora compulsiva
Não consigo parar de pensar em comida, acabo de almoçar e já estou pensando na janta, fico de olho em todo mundo que está comendo delícias, já passei várias vergonhas, eu não sei mastigar, eu engulo os alimentos então por milhares de vezes eu fui a última a me servir e a primeira a acabar de comer, todo mundo nota, no início ficava bem constrangida, depois ia logo explicando a minha mania de comer rápido.
No trabalho sou a pedinchona, aquela que não poder ver ninguém comendo que pede um pouco, aquela que tem fome de comidas específicas, aquela até que vai pegando comida do colega sem pedir, acha que tudo é compartilhado por todos assim como ela faz.
Foi superdifícil me assumir assim, saber que eu estava doente e que a comida me controlava e me levava a obesidade inúmeras vezes num processo sanfona de vai e volta.
Quando compro um bolo, como ele a cada cinco minutos e só descanso depois que acaba, isso acontece com tudo, como até acabar, como mesmo satisfeita, como mesmo com a barriga para explodir, sei que é uma doença, mas tenho certeza de uma coisa: a comida me domina.
Todo mundo repara no meu jeito de comer, como com pressa, sem foco, sem intervalos, sem conversar com ninguém, sirvo a sobremesa bem antes que todo mundo com medo de acabar.
Fico constrangida com tudo isso, sou tão estabanada que quase sempre me sujo, sujo as roupas e deixo comidas pelo chão da casa, tudo isso me deprime, principalmente o fato de nunca guardar comida para ninguém, eu só penso em mim quando o assunto é comer.
Ainda não cheguei na fase de comer escondido, mas já escondi comida para que ninguém da minha casa comece as minhas guloseimas prediletas.
Hoje eu me reconheço doente, não frequento psicólogos ou grupos de apoio, não me sinto satisfeita com esse diagnóstico, mas estar consciente é um belo e grande caminho para recuperação.
Não sei a quem atribuir essa culpa, já fui magra e me sentia gorda, já tive nojo de comidas, já fiz regimes sem precisar, estando no meu peso ideal, já misturei e ainda misturo fome com emoções.
Se estou triste como, se estou alegre como, se estou entediada como, se estou chateada como também, nunca sinto fome pois estou sempre mastigando e engolindo alguma coisa.
Quase sempre chego a passar mal, sinto como se fosse explodir, sinto como se tivesse comido por anos, mas não me controlo.
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
O inverno é tempo para conforto, para comida boa e calor, para o toque de uma mão amigável e para uma conversa ao lado do fogo: é tempo para casa.
Vida de cachorro vira-lata não é fácil.
Basta um pratinho de comida, um pouquinho de carinho e ele vai te seguindo, se torna até seu melhor amigo.
É tão forte, não existe doença que o derrube, um cercado que o segure e nem um cão bravo que o iniba.
Mas passa uma cadelinha no cio e cadê teu grande companheiro? Se perdeu no mundo!
Sem rumo, brigando, passando frio e fome.
Vida de cachorro vira-lata não é fácil.
O néscio se entope com comida gordurosa da falta de entendimento,levando toxinas ao seu sangue,tendo com isso enfarto espiritual!
Falsiane era do tipo que adorava animais... Um dia foi ao Pantanal e acabou comida por um jacaré!
Não tenho certeza, mas creio que ela morreu feliz!
'Ler Poemas,
É como saborear lentamente uma comida maravilhosa...
E escrever Poemas,
É como devorar diversas comidas num banquete
Com uma fome incessante'
O velho viajante estava perdido no deserto já fazia semanas... Toda a sua comida já tinha se esgotado dias atrás e seu cantil tinha derramado a última gota de água.
Ele tinha certeza de que não iria sobreviver por muito tempo, sem comida e sem água.
Com o passar do tempo ele avistava um ou outro oásis. Mas sempre que se aproximava, o então oásis se revelava ser uma miragem. Gastava então energia à toa, encontrando somente a ilusão...
Ele já estava fraco, magro e desidratado, quando avistou um outro oásis. Porém indignou-se com a sua própria vida e disse para sí mesmo que não gastaria suas últimas forças para encontrar uma outra miragem.
Mas então ele ouviu uma voz que lhe dizia: -Vá até o oásis, ele é a sua salvação!
O viajante relutou com a voz: -Não vou mais a lugar nenhum, sei que é mais uma outra miragem. Lembre-me que nesta parte do deserto não existem oásis, foi duro crer nisso, até tentei encontra-lo mas somente me iludi... Prefiro morrer com orgulho nestas areias a morrer sofrendo em meio à ilusão.
Porém a voz voltou somente a insistir: -Vá até o oásis, ele é a sua salvação!
Mesmo indignado e sem esperança, o viajante resolveu seguir o conselho da voz. Mesmo assim tinha a certeza de que morreria ao chegar lá e não encontrar nada...
Gastou suas últimas forças e ao chegar realmente não encontrou o oásis, mas encontrou uma caravana que o ajudou e salvou a sua vida!
Muitas vezes tentamos achar o caminho de nossa salvação,o caminho do sucesso, de nossas conquistas... Mas quando chegamos ao fim dele e não encontramos o que queríamos, achamos que a vida é injusta com nós. Isso porque não sabemos que o caminho não termina ali, mas sim nos interliga com o verdadeiro caminho de nossas conquistas. Deixamos de ouvir a voz da esperança e nos conformamos com o fim. Sendo de que o fim não é onde está escrito que é o fim, mas sim até onde cada um acha que pode chegar.
Cuscuz sim!
Da culinária nordestina
vem do milho da região
essa comida é divina
e mata a fome no sertão
com tudo cuscuz combina
com charque na margarina
e até mesmo com camarão.