Jean la bruyère
Já tentei fugir de mim mesmo, mas onde quer que ia, eu estava lá sendo o mesmo e sempre eu mesmo. E quando sem máscaras ou mentiras, mas sempre verdadeiro aprendemos. Já fazendo o tempo que mesmo sem fazermos perguntas é o que dá as melhores respostas. Achava que tinha algo errado comigo.
Estradas por onde andei
Pisando por entre espinhos,
Lembranças que lá deixei,
Guardo com muito carinho:
A rosa que não plantei,
A pedra que não lapidei,
O desperdicio do encanto;
O dia que a encontrar
Tal pedra a esculpir,
Tudo pode recomeçar,
A rosa plantarei,
Avivarei acalanto,
Deixar de enxugar pranto,
De lágrimas deixado tantos,
Uma vez mais a sorrir.
Ademir Missias
Um dia quero voar muito alto até conseguir ouvir, de lá do infinito, o som do meu coração sem a interferência dos ruídos da mente.
Tem momentos que eu canso-me de mim, e canso-me de tudo é de todos... a vontade de ir, lá, sei lá, aonde...
Tem momentos que minha auto estima está lá em cima e sou firme em minhas convicções. Bato de frente com cabeça erguida.
Mas tem hora que evitar é a melhor opção. Sem contar que gera menos dor de cabeça e amolação.
As vezes, a paz interior vale mais.
Costumamos dizer que no fim tudo tende a dar certo, quando chegamos lá descobrimos que não era o fim, e sim o início de novos caminhos que tem por objetivo nos levar a lugares maiores e melhores.
Minhas escritas não gostam de se vestir bem. São humildes. Não tem raça , são como um grande vira-lata .
" Virar a página, não, melhor é rasgá-la, jogar todos os pedacinhos no vaso e dar descarga, mas sem deixar para trás nenhuma parte indesejável."
Agora, já que pode andar sem máscara, o bom é usá-la sob o queixo, porque assim esconde a papada, e se usá-la, direto e reto, abaixo do queixo, pode até atrofiá-la também, impedindo que ela aumente ainda mais; e qto mais firme a máscara, melhor é.
É que eu não sou do tipo que dá volta
Primeiro amor ficou lá na escola
Mas eu te vi, fiquei assim
Me diverti, virei menino
Eu também tô pensando no futuro
Quero saber se no final disso tudo
Bora rolê pra compensar?
Quero te ver do lá de cá
Da tela
AMOR COMERCIAL:
É fria e úmida a chuva que cai
Madrugada adentro.
E eu a senti-la aqui sozinho
Encontro esse poema, meu alento,
Esse poema comercial... Ele versa o amor
Fala do amor? Ou de amor?
Ah! Quem falar do amor seria capaz?
Sobre a vidraça em brumas que nos separa
Eu posso exprimir seu rosto,
Meu sonho é comercial!...
Porque assim são iguais todos os textos,
Todas as cenas, e todos os temas,
De amor... São iguais.
Do amor que se expele que se explicita.
Eterno (...). Que como o ódio, e como a libido,
O homem prova para reprovar
E falar de amor é comercial.
Também é comercial,
A criatura que não é do criador.
Deveras minha poesia é comercial.
Devoto um segredo (somente)
Aos que conhecem o degredo
Distante de casa, e do seu mundo:
A Via Láctea é a casa dos poetas,
Dos mambembes e dos vagabundos.
Envolvo com fitas de cetim,
Faço uma rosa, um enfeite,
Para colocar no cabelo,
E lado a lado do seu cetro,
Sigo em frente...
Perpetuo um sonho (persistente)
Aos que desconhecem o inexorável
Distante dos olhos, e não do íntimo:
A poesia é capaz de aquecer a frieza
De qualquer coração autoritário...
Executo o conserto derradeiro
Do destino fora do trilho,
Caminho sobre cascas de ovos,
Levanto voo, e aterrisso eternamente.
Porque eu sou dona da minha loucura,
Se a minha poesia no firmamento fulgura,
Significa que de ti jamais sairá o anseio
De voltar para acariciar-me com ternura.
O ser humano é egoísta demais pra ajudar seja lá quem for. As pessoas passam tempo demais dentro de sua própria bolha e tem as vistas cegas para a realidade ao seu redor.