Jean la bruyère
É permitido desistir
Às vezes a gente acorda bem, passa cinco minutos do dia e lá estamos nós, prontos pra jogar a toalha, dispostos a desistir de tudo.
Hoje foi mais um dia desses.
A gente luta, luta, luta e parece que quanto mais lutamos, mais as coisas dão errado.
Hoje eu não perdi o ônibus, não fiquei sem café, pelo contrário, teve até um maravilhoso bolo de chocolate pela manhã. Não recebi nenhuma cobrança externa, não briguei com ninguém. Aliás até briguei, venho brigando diariamente com o meu eu interior.
Há quem diga que essa é a famosa crise da meia idade e cá pra nós eu não duvido.
Minhas cobranças internas tem sido mais frequentes que as ligações das empresas de telemarketing.
A existência da dúvida tem sido mais insistente que a ligação da minha operadora do celular, tentando vender um plano novo.
Ahhhhhhh que me dera se eu tivesse um novo plano!
É tão difícil conviver com a dúvida do que antes era certeza. É tão doloroso trocar o sim ou o não pelo será?!
E quem disse que desistir era coisa de gente fraca, na verdade nem sabia o que estava falando.
Desistir é coisa de gente sem saída, sem alternativa, gente de braço cansado e mente exausta. E quer saber? Não há nada demais nisso, é permitido é desistir de vez enquando.
Desistir é coisa de gente forte, porque quando você joga a toalha, você precisa pegar uma nova e o novo é sinal de recomeço, e nem todo mundo tá preparado e/ou disposto a recomeçar, tem gente que se acomoda com o mais ou menos porque as mudanças costumam gerar alguns transtornos, mas eu nunca tive medo de mudar.
Então é permitido desistir sim, é permitido ir a lona, é permitido ser nocauteado (mas é preciso que você levante de novo)
Ei, tudo bem perder sua batalha interna algumas vezes. Afinal, os melhores lutadores ganham o cinturão pela soma de batalhas vencidas e não por serem invencíveis.
"""""
Oh, minha amada princesa
Que bom eu lhe encontrar,
Lá dentro de tua fortaleza,
Uma prosa quero lhe falar.
Me deixas deitar nos teus braços
E ter todos os carinhos teus,
Senão vou me fazer em cacos,
Desejos que tenho só meus.
Tu dissestes, eu amo esse sapo
Dois grilos vinheram me falar,
Dissestes a bela princesa,
__Este sapo está a mim encantar.
Não sei o que pus aos teus olhos
Fazendo-a olhar para os meus,
Sou o sapo cururu da lagoa,
Meus olhos se encantaram com os seus.
Porém se tu se encantastes
Com palavras que faço versar,
Te faço versos sobre nós,
Difícil é fazê -los rimar.
Rimar que é o de menos
Não os sei porém escrever,
Do Amor do sapo pela Princesa,
Sonhando em príncipe ser.
Não estou a fazer gabolices
Para sua atenção eu chamar,
Se disses amar o tal sapo,
Sou sapo vou me apresentar.
Estou sapo, enfeitiçado
Seu príncipe no reino sou eu,
Se me deres um beijo agora.
O encanto do feitiço, perdeu
Elvando
0703
Creio que o pior de tudo não é eu tê-la dado atenção,
Mas sim ter imaginado seu Peito sobre o Meu...
Seus lábios entre os meus...
Seu abraçado entre o sereno do Luar.
Felicidade
É um lugar que existe
Escondido
Fica muito além
de simplesmente longe
É lá que se encontra cada laço
Cada passo e cada compromisso
Em toda direção oposta
De cada Estrada que seguimos
Catando estrelas com rede
Quais fossem
Imaginárias borboletas.
Mas quando se deseja
Arrancar asas aos sonhos
Troféus, carrosséis de ilusão
Coisas que voam
...e que brilham
Apagadas, elas caem
No clarear do dia
Não há Paraísos
Paz, nem melodia
Borboletas, beija-Flores, estrelas
Há palavras escritas
Que resultam num lugar vazio
e pensamentos
que te afastam
muito, muito mais do que pode pensar
Mas você os pensa muito intensamente
Triste!
O Paraíso continua lá
No voar da abelha
No cair da folha
Na dor da saudade
No desembaraço
Simplicidade
Desenhada em versos
Sem tinta
Sem Papel ou comprometimento
Nenhum compromisso cumprido
Firmado com Deus
Entre a gente
Só há a morte
A fluir dos cortes
de sorte
Que a felicidade
Se encontra a menos de um passo
Num lugar distante
Lá dentro da gente
Escondido
Atrás do mal
Tão bem guardado
Nesse coração endurecido
O lugar mais mais fácil
Que Deus encontrou pra guardar
Por isso
Tão difícil de achar.
Edson Ricardo Paiva.
Conheça os passos vividos olhando os passos vividos lá atrás, não a como mudar o ontem seja o melhor hoje.
Pode seguir a tua estrada dia noite muda a direção adiantar atrasar você é o controle até aqui, lá na frente o vazio é desconhecido.
Ciclo
Uma após a outra
num balé de veste e despe
lá se foram as flores dos ipês
que venham as águas
as folhas verdes
e as flores da primavera
em outras árvores
os ipês já cumpriram o seu papel...
Quem fica para lá e para cá, sem fazer algo que presta ou que seja útil, tem uma agenda vazia e passageira.
Bote um ponto final no passado (em todo passado), olhe pra frente que pra lá que você vai.... não use guarda chuvas para tempestades que já passou....
As vezes é bom dar asas ao pensamento e ir lá na infância e voltar vendo o filme de coisas que aconteceram contigo em alguns casos voce vai ri, em outros você vai gelar...
A natureza lá estava ela, eu podia sentir a liberdade, eu podia sentir o contorno dos seus olhos; e eles então me guiavam pela terra livre.
Se um dia eu adotar uma menina eu vou ensiná-la desde cedo que o único coroa bonzinho é o Papai Noel e que ele não existe.
Eclipse
Olho no espelho
E não me vejo
Não sou eu
Quem lá está
Senhores
Onde estão os meus tambores
Onde estão meus orixás
Onde Olorum
Onde o meu modo de viver
Onde as minhas asas negras e belas
Com que costumava voar
Olho no espelho
E não me vejo
Não sou eu
Quem lá está
Senhores
Quero de volta
Os meus tambores
Quero de volta
Os meus orixás
Quero de volta
Meu Pai Olorum
Em seu esplendor sem par
Quero de volta
O meu modo de viver
Quero de volta
As minhas asas negras e belas
Com que costumava voar
Olho no espelho
E não me vejo
Não sou eu
Quem lá está
Séculos de destruição
Sobre os ombros cansados
Estou eu a carregar
Confuso sem norte sem rumo
Perdido de mim mesmo
Aqui neste lado do mar
Um dia no entanto senhores
Eu hei de me reencontrar.
Falar da morte é algo simples
Difícil é encontra-la
Sem ter que sentir dor
A morte ela tem uma grande aliada ao seu lado
É a dor, a dor vem e nos faz lembrar que existe a morte
E a morte nos faz sentir a dor.
A casa parecia em ordem, mas decidi organizar, comecei desapegando de muito do que estava lá! Percebi nesse desapego o quanto estava apegada, mas consegui me libertar.
Foi difícil, dói na alma.
Deu vontade de guardar, mas necessário foi deixar ir para o novo poder entrar.
Uma faxina bem feita, deixa o perfume no ar
Leveza ao respirar
Não adianta querer se enganar
Solta o que precisa soltar
Respire bem devagar
Agora está tudo em ordem
Está tudo em seu lugar
O coração está leve
Então consigo pensar
Reflito com clareza
Como faz bem relaxar
Após um dia difícil
Sinto a brisa me tocar
Pensamento de mulher
Que sabe se amar
Maturidade alcançada
Laços fortes construídos
Com base no familiar
Gente que é gente
Que faz e acontece,
Mas que jamais deixou de amar
Como faz bem ao coração
A reflexão do verbo
O sentido da ação
O viver a emoção
O conseguir recomeçar
Poesia de Islene Souza