Poems de natal

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São curtos os limites que separam a resignação da hipocrisia.

Morremos quando não há mais ninguém por quem tenhamos vontade de viver.

A descoberta

Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam por a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito bem olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha.

Oswald de Andrade
ANDRADE, Oswald. Poesias Reunidas, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978

Os anos que uma mulher subtrai à sua idade não são perdidos. Ela acrescenta-os à idade de outras mulheres.

Deve respeitar-se o casamento enquanto é um purgatório, e dissolvê-lo quando se tornar num inferno.

Todo o universo poderia ser conduzido por uma única lei, se essa lei fosse boa.

O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos.

O dinheiro só é poder quando existente em quantidades desproporcionadas.

Nenhum animal é mais calamitoso do que o homem, pela simples razão de que todos se contentam com os limites da sua natureza, ao passo apenas o homem se obstina em ultrapassar os limites da sua.

O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.

Poucos homens foram admirados pelos seus criados.

A ausência é a causa de todos os males.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

A igreja é o único lugar onde alguém fala comigo e não tenho de responder.

Não existe nada igual ao sabor do pão partilhado.

A amizade mais perfeita e mais durável é somente aquela que contraímos com o nosso interesse.

Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono.

Meu presente não é bom nem ruim. É o que a vida me dá. E fim.

Verdade num tempo, erro num outro.

Chanson

Disse a meu peito, a meu pobre peito:
- Não te contentas com um só amante?
Pois tu não vês que este mudar constante
Gasta em desejos o prazer do amor?

Ele respondeu: - Não! não me contento;
Não me contento com um só amante.
Pois tu não vês que este mudar constante
Empresta aos gozos um melhor sabor?

Disse a meu peito, a meu pobre peito:
- Não te contentas desta dor errante?
Pois tu não vês que este mudar constante
A cada passo só nos traz a dor?

Ele respondeu: - Não! não me contento,
Não me contento desta dor errante...
Pois tu não vês que este mudar constante
Empresta às mágoas um melhor sabor?