Sonia Schmorantz

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Hoje

Hoje sou este azul,
sou entardecer, silêncio e magia,
sou do mar a imensidão,
sou da brisa a serenidade,
sou perfume, sou pecado,
sou vida e paixão,
sou luz de luar beijando o mar...

Hoje sou esta natureza,
sou vento que desenha nuvens,
sou a noite e seus pássaros,
voando nas asas do vento...
Sou mulher cheirando a flor,
alguém a quem chamam de poeta,
mas sei que poetisa não sou,
sou mulher desta natureza,
meus versos são apenas sentimentos
que dançam nas ondas do mar...

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Depois da Chuva
Depois da chuva vem o céu de prata
a iluminar os caminhos molhados,
a imagem poeticamente cinza dos
pássaros esvoaçando em galhos nús,
e as nuvens se arrastando com o vento.

Depois da chuva, brota a poesia
das calçadas molhadas,da terra lavada,
do capim cheiroso de beira de estrada,
Empresta um sonho perfeito,
planta sementes de poesia.

A chuva que atravessa a paisagem
deixa cair amarras e passa por mim,
abre as secretas janelas para ler
os mudos poemas tamborilando
nas calçadas.

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Grão de areia
Entre milhões de palavras
como um grão de areia
está um invisível poema.
Um poema que nunca se escreveu.
Um poema feito grão de areia,
talvez parte de uma construção,
talvez não...
Pequeno grão de areia
em silêncio na beira do mar,
que vai sendo soprado
para um destino incerto,
talvez o mar, talvez o deserto.
Palavras que ao vento se vão
como um pequeno grão a rolar na praia,
procurando a concha da sua vida.
Não tenho pressa, sou como este grão
também sigo a rolar na areia
até renascer na praia ou encontrar o
poema da minha vida...

Inserida por schmorantz

Verão na Ilha

Sobre a ilha um ardido verão,
lassidão dos corpos largados nas marés,
sol que toca na alma da terra,
longos sóis, longos dias na ilha da magia.
É verão, suor sem matéria, cheiro da maresia,
o sol pintando de vermelho os corpos na areia.
É preciso entrar no mar, mergulhar nos pensamentos,
neste mar descompassado, imprevisível, amoroso
que cerca a ilha num verão que devora.
O mar azul em pedaços e brancas espumas
acelera as velas que deslizam, desenhadas no céu.
Dourados corpos passeiam no intenso calor
pintando o quadro da ilha verão,
tela cheia de cor, calor, paixão
Cor do verão que a tarde mormacenta devassa,
e este poema distraído mal traça.

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Brincar de rimar

Eu quero qualquer coisa mágica,
qualquer coisa azul,
qualquer forma de ser feliz.
Não quero acordar cedo,
quero prolongar o sonho mesmo
que a história seja trágica.
Não quero sonhos falsos,
Não quero destino já traçado,
Não quero uma vida básica.
Não quero restos ou pedaços
Não quero olhar o relógio,
Não quero um tempo sádico.
Quero valer um mar azul
uma estrela na varinha de condão
um poema de efeito mágico,
que seja fácil, que seja simples,
nem litúrgico, nem letárgico,
mas que fale ao coração...

Inserida por schmorantz

Cada dia

O tempo se esfumaça
na janela em que se espreita a vida.
O alaranjado entardecer traz nostalgia
como se a vida também desaparecesse
com o sol ao final de cada dia.
Não se vive uma história sem amor
Não se faz um caminho sem coragem
Não se passa os dias em branco.
Há em cada dia uma chegada e uma partida,
coisas que estão além do bem e além do mal.
Cada dia tem sua dose de ironia e de amor
sua dose de rotina e sua dose de humor,
mas quando chega ao final morrem com ele
tudo que se passou, morremos nós.
Ficam as lembranças do que marcou,
o resto fica num labirinto de imagens,
engavetados na memória, sem uso...
Cada dia amanhece e anoitece à mesma hora,
cada um com seu destino ou desatino,
entre um e outro há o tempo que não volta.
O tempo parece brincar entre acasos e ocasos,
dias compridos, coisas novas e coisas velhas.
Depois desarruma tudo e vai embora...

Inserida por schmorantz

Seres Anônimos

Por aqui, nesta ilha,
circulam estes seres anônimos,
heróis da sua própria história,
poetas de sonhos, cada qual com sua expressão,
afinados nas suas inquietudes.
Seres olhados como espetáculo de um teatro
mambembe a beira das praias,
rostos estranhos, desconhecidos
em fantasias coloridas que passam
para lá e para cá, alheios ao que acontece.
Seres anônimos transeuntes,
expressões cansadas de uma silenciosa marcha.
Que fazem surgir submersos pensamentos.
A alma inquieta busca por seu poema
com trunfos reservados à gente comum,
estes seres calados, incógnitos,
que sequer se sabem anônimos
retratados em desconhecidos versos...

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Agora é Carnaval

Agora tudo que se vê
são corações pulsando como bateria.
Vem para misturar o juízo,
para disfarçar a solidão
no bloco da eterna esperança.
Fantasias e ilusões,
onde estrelas são confetes
e o carnaval também se faz poesia.
Vem o carnaval escondendo a tristeza
atrás de máscaras coloridas,
fascinio alucinante de liberdade,
que rompe os laços e
num passe de magia transforma
gente comum em reis e rainhas.
Olhando de longe as alegorias
o mundo agora é uma fantasia, e
Em meio à explosão do ritmo,
do perfume, suor e alegria,
desfila agora o bloco das letras,
tamborilando esta patética poesia.

Inserida por schmorantz

A poesia virou confete

É na areia que está o meu carnaval,
é no mar que estão as serpentinas,
brancas ondas a quebrar na praia.
Aqui encontro a magia da poesia,
vestindo fantasia que a luz do sol irradia.

No meu carnaval não tem máscaras!
Tem rostos, tem corpos bronzeados
desfilando naturais alegorias na praia,
que vem do mar, que vem da areia
desfilando como netunos e sereias.

É a palavra que brinca na praia,
no balanço das ondas faz o samba enredo,
o carro abre alas é um navio pirata
assaltando um coração enfeitado
por poesia que na areia virou confete.

Inserida por schmorantz

Rumo ao Mar...

Sol desperto no céu espelha-se na água
da lagoa e do mar, pontilhando de dourado
pequenas gotas bailarinas suspensas no mar.

Calor do sol, brisa suave no rosto,
segue o barco balançando a destino do mar,
transporta sonhos de um lado para outro,
onda branca e inquieta que não pára,
a encantar-se com a beleza de suas margens.

Doçura impetuosa das marés a subir no entardecer,
gotas cintilantes desafiando as fortaleza das pedras,
enquanto os barcos crepitam nas ondas azuis,
ida e volta, chegada e partida de pequenos cais.

Corre a água cristalina a buscar o seu destino,
palavras são veleiros que viajam nesta onda,
vão partindo com o vento como quem canta,
canto da ave, canto da pureza do mar.

Segue o barco neste mar entre montanhas,
cortando as ondas que soluçam baixinho,
canção do mar, plena de magia e poesia,
que nesta hora até os pássaros silencia.

Água, sal e vida, hora da despedida,
segue o barco a sua rota, ficamos aqui no cais,
de tantas belezas avistadas fica um quase poema,
vago como a luz que reinventa o azul do mar,
no verde-mar-poema que ficou na margem.

Inserida por schmorantz

Chuva na tarde

Tarde mormacenta, nuvens escuras,
a terra docemente implora a chuva fina,
a tarde quer chorar seu silêncio.

Chuva para lavar as ruas vazias,
tirar a poeira dos olhos como o pranto
que vai molhando os sonhos da alma.

Os pingos dançam nas folhas, fazendo piruetas,
ondulando, salpicando brilhos de nostalgia,
balançam as folhas numa envergonhada alegria.

Trêmulas as folhas se agitam e voam,
ressoam os pingos como música nas calçadas,
sossega-me a alma o perfume da terra molhada.

Chuva que penetra mansamente o cio da terra,
espraiando-se em um compasso sincopado,
cantarolando sozinha um poema inesperado.

Inserida por schmorantz

Melancolia

Melancolia estranha visita,
que afunda os pensamentos,
deixando o tonto o silêncio,
bailando à sorte um momento.

Melancolia vem não sei de onde,
como a chuva que cai na rua,
solidão imensa que molha o chão,
que embala as noites sem lua.

Melancolia, tristeza preguiçosa.
como lagartixas na varanda,
paradas, suspiram e esperam,
como sombras sem esperança.

Sinto o gosto do singelo cansaço,
da solitária escrita, da monotonia,
da fragilidade triste que não dói,
que no coração poeta faz moradia.

Melancolia ridícula dentro de mim,
é saudade do que não existe,
é a melancolia da chuva...

Inserida por schmorantz

Dia Comum

Se esvai o dia comum
nada especial aconteceu
tenho as mesmas cicatrizes,
sobrou um sorriso cansado,
um distante abraço,
uma alma junto à minha.

O dia irá amanhecer,
o sol haverá de inundar a vida
para dizer que ainda não morri,
que sou como a maré,
sempre voltando e voltando.

Acorda-me um rufar de asas no telhado,
a intraduzivel conversa das pombas,
quando arrulham aos pares nas manhãs,
tecendo o tempo, os dias e as horas.

Entra o dia pela janela sem persiana,
preciso aprender alguma canção,
quebrar o silêncio e não adormecer,
é este perene cotidiano,
que me traz de volta pela mão...

Inserida por schmorantz

Cheiro do Vento, cheiro do mar...

O cheiro do vento brota das folhas,
que cobrem a trilha que leva ao mar,
cheiro doce do mar quando a água
dança numa gostosa tarde de sol,
subindo nas pedras e explodindo no ar.

Sonhando tolices, a gente segue o caminho,
borboletas também seguem flores pela trilha,
beirando suas vidas no caminho do mar,
onde o cheiro do vento tem cheiro de amar,
e sopra as memórias no imenso azul da ilha.

São os ventos do fim de mais um verão,
balançando a palha seca dos coqueiros,
tem o cheiro gostoso do mato, da maresia,
cheiro de poesia pairando no pensamento,
este passageiro clandestino em um veleiro.

Cheiro do vento espalhando o amor no ar,
vida passando no meridiano do coração,
seguindo os rastros da memória na trilha
que leva ao mar, que leva embora a estação,
e a vida vai ganhando o perfume do mato
nas tardes serenas e calmas desta ilha...

Inserida por schmorantz

Desempregado

Eu conheço o medo de ir embora,
não há como esquecer esta noite,
as lágrimas que vi cair dos olhos,
dos amigos que choraram ao sair,
deixando seus sonhos pelo açoite.

Realidade cotidiana de quem trabalha
ser tirado o seu pão, o seu emprego,
desencorajado, coração esfacelado,
é mais alguém a ficar desempregado.

A vida anda mesmo em barco frágil,
difícil prever de quantas vítimas
se alimenta este capital de apetite voraz,
que devora vidas, devora sonhos,
hábil em impor a alguns o desatino,
um desrespeito que a ninguém agrava,
mas que muda tantos destinos…

Vi chorar os meus amigos ao sairem,
lágrimas inesperadas, surpresa sombria,
sonho, esperança, futuro,
escorrendo, diluídos num eco seco,
transformando a vida de repente.

Assustado, desempregado, resignado,
que importam as palavras de um poema
se a desgraça atingiu o homenageado?

Inserida por schmorantz

Quem gosta de escrever é um viciado
não consegue mais deixar,
se lhe falta o papel
falta-lhe o chão,
se lhe falta a letra,
falta-lhe o ar...
Errado ou certo
importa que quando
sua alma ria ou chore
haja sempre uma
caneta por perto....

Inserida por schmorantz

Pai

É o primeiro dia dos pais sem tua presença,

mas vou visitar o mar onde tuas cinzas descansam,

e tu te transformaste em milhões de pontos cintilantes,

na esperança de que ouças meus pensamentos

que te falam da minha saudade.

Quero te dizer que teu olhar sincero e humilde

ainda guia meus passos,

mesmo que haja uma saudade constante.

Está sempre comigo este homem de grande responsabilidade,

sensível e generoso, mestre em piadas,

cujo abraço aconchegante ainda sinto

quando a tristeza insiste em chegar...

Tuas cinzas foram ao mar,

mas tua alma foi levada pelo vento, livre e solta no ar,

nesse lugar azul imenso, que se mistura céu e mar.

Faz parte agora das noites de lua ou chuva,

dos dias de sol ou melancolicamente cinzas,

teu espírito ainda vive no mar, na areia,

nas pedras e flores,

e no coração de cada pessoa que te amou...

Teu espírito hoje reluz em cada raio de sol, todos os dias..

Cada estrela no céu tem o teu brilho

e a brisa perfumada traz teu riso.

A chuva que hoje cai são lágrimas de saudade,

por isso venho te abraçar e te dizer uma vez mais,

com um grande beijo....

Feliz Dia dos Pais – Meu Pai.

Inserida por schmorantz

ESCREVER

Há quem diga que pensamentos podem também machucar,

Quase não dá para acreditar, pensamentos são pensamentos, ora...

Mas hoje me pego pensando em tantas coisas que passaram e

Ainda passam, coisas que gosto de lembrar e coisas que queria esquecer,

Mas não consigo, assim como não consigo parar de escrever...

Me sinto como se fosse de outro mundo e quero fazer parte desse...

Gostaria de sonhar como as pessoas sonham,

Pensar como elas pensam...

Ser feliz como elas são, ou acreditam ser...

Ser feliz em caber neste espaço, mesmo como um ser anônimo,

Uma agulha no palheiro, como dizia minha avó...

Mas não consigo mudar nada e então me calo,

Porque então minhas mãos não fazem o mesmo,

E meus dedos não conseguem emudecer nesse teclado?

Inserida por schmorantz

POEMAS POR ENCOMENDA

Não se faz poemas por encomenda...
Não se faz poemas só por tristezas e
Não se faz poemas só de amor ou alegria...
Poemas são como lágrimas que vertem
por tristeza ou felicidade,
Mas vertem somente quando a alma quer falar
fluindo como as marés que
dia vão, dia vem...
Não me peça para escrever poemas.
Dá-me teu carinho, tua compreensão
e terás o mais belo poema
no abraço ou no beijo que te der,
se me der o teu amor
haverá sempre um belo poema
em tudo que te disser!

Inserida por schmorantz

Fragmentos da alma

Quando as mãos deslizam no teclado
Mesmo cansadas da lida
As palavras percorrem matizes
Do tempo e da saudade
Em busca de suas razões...
A cada minuto a alma se confessa
Confusa, saudosa e muda
Pela fugacidade da vida.
Alma instável, sem o mar
Para cobrir de sombras e cores,
Com saudades das pessoas
Que amava e se foram...
Triste alma de poeta
Que amando se desnuda
Que silenciada se cala...
Vazios, ausentes,
luz apagada
Ninguém em casa...

Inserida por schmorantz