A cidade não é a solidão porque a cidade aniquila tudo o que povoa a solidão. A cidade é o vazio.
Apenas nos deveria surpreender o ainda podermos ser surpreendidos.
Todos nós temos a força suficiente para suportar os males dos outros.
Há quem prefira falar mal de si mesmo a não falar.
Nunca se é feliz como se acredita, nem feliz como se espera ser.
A virtude não iria tão longe se a vaidade lhe não fizesse companhia.
Se não tivéssemos orgulho, não nos queixaríamos dos outros.
Consolamo-nos facilmente das desgraças dos nossos amigos quando estas servem para manifestarmos a nossa ternura por eles.
A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.
Ser jovem e não ser bonita é realmente tão pouco consolador como ser bonita e não ser jovem.
O que faz com que os apaixonados e as amadas nunca se aborreçam quando estão juntos é o falarem sempre de si próprios.
Poucas pessoas sabem envelhecer.
As virtudes perdem-se no interesse, tal como os rios no mar.
A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos.
Atormentamo-nos menos para ser felizes do que para mostrarmos que o somos.
Os defeitos do espírito aumentam com a idade, tal como os do rosto.
Nem sempre é pelo valor e pela castidade que os homens são valorosos e as mulheres castas.
Os amantes apenas vêem os defeitos das amadas quando o seu encantamento acaba.
Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.
Há bons casamentos, mas deliciosos não.