"A troca da Roda" Bertolt Brecht
Por muito tempo
estive a ler uma saudade
que o tempo nunca se cansou de me escrever
e hoje jà nao sei muito bem
se leio a saudade de um tempo
se é a saudade que se escreve no meu tempo
ou se é o tempo que lê a saudade escrita
em todos os meus tempos...
Nossas religiões está baseada em um deus, que não é o Deus que se manifestou na revelação de Jesus Cristo.
O que me faz ficar horrorizada
nao é o horror humano em si mesmo
mas sim
a horripilante espetacularização do horror
e a aptidão da humanidade a se acostumar
com a quotidianidade e a banalização do horror.
nesse meu cenário
componho versos e melodias
preparação adequada pra todo sentimento contido
e pra toda emoção refreada
eu ,completamente, toda mergulhada
no tudo, incompleto, de mim
recolho o perfume das estrelas maduras
que caem no meu jardim de verdes divagações poeticas
a delicateza do que sinto é demasiadamente forte
que sem piedade açoita o meu sonhar e o meu viver
então me liquefaço na poesia
que irriga a vergôntea das minhas tardes
e orvalha as petalas das minhas madrugadas...
Ela chegou devagarinho, mas gritando tudo aquilo
que o coração sussurrara inumeras vezes
naqueles instantes em que as orelhas
estavam demasiadamente entretidas para escutar...
e era estranho o fato que nada mais apunhalava, cortava e feria como antes,
apenas doia, ardia e magoava delicadamente.
Um desalento vigoroso se agarrou naquela tela guache prateada do anoitecer...
era uma dor forte, bonita, profunda, calorosa e cheia de luz
que chegou arrombando a porta trancada
para iluminar outras telas, outras dores e outras inspiraçoes...
lá no fundo ela tinha tanta doçura
e tinha tanto medo de ferir
as feridas expostas que se escondiam ...
Palavras alastrando-se pelo chão ...
a caneta convida o caderno … explosão
quando transborda a inspiração
eu nao sei estugar
o lirismo è o meu caminhar
a poesia é o meu pulsar
Estiro os meus versos umidos
no estendal da noite
galgo as poças das expressões singulares
no eirado deserto e mudo
o olhar goteja letras silentes
o silencio transborda gotas de palavras acanhadas
querendo virar frases poeticas
ensopada a caneta estrondosa
se ajoelha diante da folha prateada
implorando o fim da poesia encharcada…
Entre os suspiros e os soluços das palavras
escuto a vida com a audição de pertencimento
dos verbos e advérbios do viver e do sonhar
que pertencem ao meu olhar de poetica pertença.
A hipocrisia das datas celebrativas
Todo dia é dia de algo
porque todos os dias
a humanidade esquece de tudo
e sobretudo de todos.
Muito percebe aquele que a pouco tempo atrás era tratado como louco, simplesmente por amar a vida e não fazer o mal a ninguém.
Perceber que as direções tomadas por uma cultura inteira, envolvendo milhões ou bilhões de pessoas, irão reduzir ou até mesmo criar desumanidade em todas, disse todas! Faz deste que percebe um Deus. Que nada irá fazer por ser uma decisão delas mesmas, envolvendo livre arbítrio, nesta hora entende-se que esse Deus era o mesmo louco que ontem tentava com toda sua força ensinar para prevenir. Esse louco que hoje ama a vida! Com toda sua força; amanhã irá ver a vida, entre os humanos, ser destruída por ela mesma. Criando genocídios, guerras, separações para apenas ganhar dinheiro ou poder sobre outras da mesma espécie. O louco em poemas, em idéias e em ações nada pode fazer quando pode ter o controle da vida alhei, mas por ser louco, e não ganancioso, o quebra! Deixando cada um viver sua vida.
O louco percebe as direções que os não loucos ignoram por serem óbvias demais durante o movimento de acordar, levantar, comer, olhar, falar, deitar e dormir... O louco percebe! E não quer ser Deus. Deseja ser ele mesmo, sem ofensas de não loucos! Sem brigas! Sem violência... O louco não fará mal a vocês, isso a ciência, a psicologia, a religião, o universo, etc. Podem lhe ensinar. Como não louco querer aprender é escolha sua; pois da parte, desse, louco não será forçado a aprender...
A loucura dos loucos é curas as feridas com amor a vida, altruísmo, e não com violência, destruição da vida, pela intoxicação de ganância...
Em frente!
Sigo o que me faz bem... Me liberta!
Enfrente!
O que for possível... Para que estejamos sempre lado-a-lado.
Em frente!
Vou olhar... Nas tempestades.
Enfrente!
Ao meu lado seus medos... De outro jeito seu fracasso será peso somente seu.
Em frente! Está o sonho.
Enfrente! Seu passado para caminhar passo a passo no presente.
Em frente vem o dia.
Enfrente o que vier... Até sobreviver somente a alegria.
O dia...
O dia nasce para quem ama o revitalizar da vida;
O dia surge para quem espera concretizar uma parte querida;
O dia vem para quem precisa mudar sem esquecer a ferida;
O dia...
Aparece para o desprevenido amante;
Encanta o cupido sorridente;
Ilumina o esquecido sem cobrar patente;
Com o vilão é nocivo por ser clemente.
O dia...
É mais um para o escravo,
Menos um para o preso,
É insignificante quando não sentido;
Eterno para quem está com o coração ferido.
O dia é muito em pouco,
É sanidade de um louco,
Divindade pouco a pouco...
É peça importante para o outro.
A monstruosidade humana não pertence a nenhuma etnia
e não há nenhuma nacionalidade
mas possui o passaporte chamado humanidade.
Anteontem
me embriaguei de realidade
e - frágil -
acordei para mim
com uma forte ressaca
ontem
senti saudade de mim
daquela ternura do meu olhar e daquela doçura do meu sonhar
daquela minha coragem timida e daquela minha timidez corajosa
daquela minha bondade inata e daquele meu querer acreditar no mundo
daquela minha sensibilidade estupida e daquele meu chorar por tudo
hoje
depois da ressaca terrivel
acordei de novo em mim
naquele mim
que agora
acredita somente em mim.
As vezes não é bom ter medo de ter medo, só assim não terei medo de fazer o bem aos que fazem mal, por medo de ser bom.