Borboleta e o Casulo
Casulo
- Pode gostar de mim e de ficar assim, parada.
Disse um galho pesado de tempo e folhas, uma frondosa árvore que bondosamente, acolhia um delicado casulo. – depois, planejas nascer de novo e cresce, desenvolva-se, reconstrói teus sonhos. E quando as forças das tuas asas, não cabendo mais no seu espaço, quebrarem o fino tecer do seu telhado, permita-se esticar vagarosamente as asas... abra-as, e como quem acorda leve e renovada, voe, ávida e sedenta por novos ares...
- Rahssi
"Da mesma forma como uma Lagarta molda o casulo no qual fica reclusa antes de transformar-se em Borboleta, assim também são vocês mesmos que constroem e criam os acontecimentos de sua existência."
O CASULO
Independente do tempo que você passe nele, sentirá como se fosse um infinito. Terá em si, em diversificados momentos, todas as variações térmicas existentes. Um frio intenso causado pelas dores mais profundas da alma. Um calor insuportável, causado por uma raiva inexplicável pela injustiça que lhe causaram. E até um certo conforto, de temperatura amena, causado pelo invólucro das aprendizagens e do crescimento. Emoções, as mais intensas, vindo à tona. Misturadas, confusas.
Você questionará tudo, e não entenderá a necessidade de tamanha dor. Cada dia você sentirá algo ao se olhar no espelho, raiva, carinho, desprezo, dúvidas, rancor, alegria, ternura, pois, para nos reconhecermos como realmente somos, faz-se necessário muitos e muitos mergulhos em nossas próprias almas.
No casulo é perfeito, por que você está preso em si mesmo, É obrigado a olhar seu reflexo todos os dias, durante o processo. Além do mais, estará sozinho, pois, não cabem duas pessoas em seu espaço de metamorfose. Entenda, não adianta pedir ajuda, nesse pequeno espaço só cabem você e sua autocura.
O momento mais doloroso, sem dúvida, será o seu nascer de asas! Elas só nascerão se você tomar doses diárias de aceitação, de auto perdão e do liberar perdão, amor-próprio e novas aprendizagens. Suas asas lhe darão um novo olhar, novas e intensas cores na alma e uma exuberante beleza ao fim do processo.
Muitos já são borboletas e não conseguem sair deste alvéolo, alguns já saíram e estão aprendendo a voar. É inexplicável o ar que se respira depois de passar por tanto sofrimento, e é lindo o seu reflexo no espelho resultante de suas merecidas asas!
O processo da metamorfose é inevitável, doloroso solitário e único.
Certamente você já esteve ou estará no casulo…
Você será ou já se tornou borboleta…
Então… Aguente firme, se perceba e voe!
A lagarta disse à todos que romperia o casulo, que haveria transformação. Todos riram dela, menos a borboleta.
(Poemas para tomar café)
No casulo, em aparente inatividade, a lagarta aguarda, enquanto está sendo transformada, para uma versão mais bela e valiosa de si mesma.
↠ Corpos leves ↞
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Quem me dera,
ser uma borboleta!
Banhar no pólen da gérbera
ou procurar néctar na violeta.
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Ser uma mariposa,
abandona o casulo na flor-de-lis
ex lagarta pomposa,
em devorar a folha da flor de anis.
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Imaginação povoa,
libélula que sobrevoa
e, aterrissa na papoula.
Você passou a vida num casulo. Tudo o que você fez, tudo o que aconteceu com você, trouxe você a este momento. E agora, você é uma borboleta, um lindo caleidoscópio de trauma e resiliência.
O que faz pensar que uma borboleta esta ligada ao simples fato de amar alguém.
Ninguém é parecido com uma borboleta, e borboletas não se amam.
Talvez fosse o fato de elas carregarem consigo, o colorido de suas asas.
Ou poderíamos dizer, que a inspiração para o amor ,esta em sua magia e leveza de voar.
Tudo isso poderia ser incerto, quando não aprendemos com a natureza.
A arte de viver e de amar, esta espelhada nas simples coisas da vida.
São detalhes que passam despercebidos e nos trazem grandes ensinamentos.
O casulo criado pelas borboletas são os momentos internos de aprendizagem e preparação.
Ás vezes criamos nosso casulo, e ficamos solitários, esperando que estejamos preparados.
E quando estamos preparados, nos desprendemos do nosso casulo,alargamos nossas asas e alçamos longos voos.
No amor também é assim, ás vezes é preciso nos fecharmos e nos conhecermos internamente no casulo da vida.
É no casulo que temos um autoconhecimento daquilo que queremos e pretendemos almejar.
E depois de um momento logo de ensinamento e preparação, nos despojamos do casulo e nos desprendemos para alçar longos voos ao encontro do amor.
Imagino fielmente que o ser humano, pra se Humanizar de verdade, precisaria de um casulo tal qual a lagarta, que purga o seu máximo, doando para aquela segregação de cárcere o seu Tudo o seu Melhor.
E só então ganhar asas de borboleta!
Assim também o homem, que quer ser transformado, precisa abdicar de seus egoísmos, pra poder voar.
“Sempre contemplamos a beleza de uma borboleta toda vez em que nos deparamos com uma. Porém, o que ninguém vê e fala é do processo de tornar-se-á borboleta.
E parando para pensar nisso, nosso processo é muito semelhante também… As pessoas só nos enxergam quando já nos tornamos borboletas, mas o que ninguém vê é que já fomos lagartas um dia. O processo é longo e entre a lagarta e a borboleta há a fase do casulo e cada borboleta irá passar por ela.
Nessa fase tudo é confortável e seguro, nada pode te atingir ou te machucar, mas nada pode acontecer também, nem de bom e nem de ruim, damos a essa fase o nome de zona de conforto.E assim como a borboleta só sai do casulo quando estão prontas, nós também só saímos da nossa zona de conforto quando estamos prontos. Mas não é tão fácil quanto parece, requer muita disciplina, autoconhecimento e tempo, afinal de contas, estar na zona de conforto é maravilhoso, até que chega um dia em que percebemos que estamos perdendo...
Perdendo de se conhecer, de sonhar, de amar, de construir novos desafios. Desafios que nos movem, nos motiva e nos fazem acreditar que podemos sim ser casulo ao anoitecer e borboleta ao nascer do sol de um novo dia.”
Às vezes, a gente não sabe que é borboleta e rasteja triste pelo chão, maldiz o isolamento do casulo, acha que a vida terminou ali, mas não terminou! Um belo dia a metamorfose acontece, a borboleta abre a asas e linda no seu esplendor de cores voa livre pelo céu.
Nenhuma borboleta nasceu voando, antes de voar ela teve que aprender a rastejar, a escalar. Instintivamente ela sabia que não é com o vôo que se aprende a voar.
Ao contrário da borboleta a metamorfose do amor é no fim. É no final que ele se torna uma sombra imprecisa, um espectro triste e pálido do que foi. É nesse tempo indefinido e tardio que ele tenta se manter vivo alimentando-se com as migalhas que sobraram. Como uma lagarta arrasta-se carregando o peso e a culpa do fim. Agarra-se com tanta força às lembranças que chega a pensar que são reais. Mas como amor é par, sozinho definha aos poucos, rende-se ao tanto faz da indiferença e resignado à triste sorte entrega-se à clausura do casulo .
A vida é um processo constante de transformação: ninguém fica no casulo mais tempo que o necessário para se transformar em borboleta.
Nem sempre ela foi leve assim, soberana, em pleno vôo. Como toda borboleta, em um tempo anterior ao casulo, teve a sua fase de lagarta.
os animais que mais possuem formas de defesa são os mais sensíveis;
tais como as tartarugas em seus cascos ou as borboletas antes de se desprenderem de seus casulos, assim são os seres humanos: Passam parte de suas vidas amedrontados fechando seus corações para o mundo afim de se protegerem, e na esperança de que algum dia possam se libertar e voar.