Baú
CHEGA UM NOVO ANO
Relembramos tantos momentos
Queremos remendar os erros
Buscar no baú as lembranças
Reviver bons sentimentos.
Tentei alinhavar as horas
Enxuguei o rosto molhado
Troquei as lágrimas pelo sorriso
Às vezes sem graça, meio amarelado.
No coração costurei saudades
Rebusquei no fundo da memória
Algo que estava esquecido
Reescrevi a minha história.
Coloquei pessoas do bem
Outras resolvi descartar
Tudo que for negativo
Melhor é eliminar.
Quero levar pra o novo ano
Apenas o que me faz bem
Quem não teve importância
Será eliminado também.
Autora- Irá Rodrigues.
Diário de um brinquedo
Hoje moro num baú
Não estou na mídia
Acho que estou ultrapassado
Os brinquedos de hoje
São digitais,
Tecnológicos,
Alguns são apenas memórias.
Creio que apenas seus pais lembram
Como éramos felizes...
Rolávamos na chuva,
Em verdes campos
Nas ruas, fazíamos aquela bagunça
Nos intervalos, éramos estrelas, famosos
E até celebridades
Alguns ganhavam destaque.
Hoje somos relíquias.
Ah! Se nos conhecêssemos.
Mas se bater aquela curiosidade;
Nos procurem
Na Rua da Lembrança
Bairro da Felicidade
Cidade dos sonhos
Ou simplesmente perguntem aos avós e pais
Como éramos felizes...
Hoje aproveitei para limpar o baú que existe no meu peito, joguei fora um mucado de palavras malditas e não ditas a amigos e a amores que se foram, deixando ele bem limpo para um novo amor.
Todo passado já foi presente e já foi futuro... tem coisas que ficam no baú de cada tristeza e outras que ficam na luz de vitórias inimagináveis.
Quando você for revirar as coisas velhas no baú da sua alma, retire só coisas boas para o dia chamado hoje (Lamentações 3.21).
Vou revisitar meu baú de ossos
explorar todas minhas lembranças
esmiuçar os cantos e recantos da memória
pois um dia até ela haverá de não existir
O olhar é um baú onde são guardados os eternos silêncios das palavras que expressam os ruídos da mente.
Estava mexendo no baú de sonhos abandonados, encontrei meu futuro lá amassado; criei vértices entre o pensamento humano - tráfego pelas artérias - vou dos tímpanos até a boca - me locomovo pelos dedos - desconstruo e reconstruo. Sou eu quem escreve as linhas do meu próprio destino.
O subconsciente é um baú esquecido onde fica armazenado o que mais interessa, para que em alguns instantes da vida o consciente encontre o tesouro.
CARIMBO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Valorizo este amor que nos conserva em véus,
num baú de aventuras que ninguém desfaz,
numa paz de saber que nem o tempo rói
ou a lixa do vento pode corroê-lo...
Mas queria o momento que seria um;
não viria o segundo, pra não ser igual;
ficaria comum se retornasse ao campo
deste afeto platônico e por isso eterno...
Uma cena escondida nesta eternidade,
pra ficar na saudade, sob as de costume,
ser eterna e tão rara quanto nossa história...
Só queria essa pausa pro desvio breve,
pro carinho mais fundo e pro beijo mais quente;
um deslize, um repente, um carimbo na pele...