Baú
Aquele baú companheiro era aberto vez e nunca, numa personificação audáz, buscava no fundo versos e gemidos que potrificaram ao desvanescer daqueles juras.
Bau chica bau uau
Falou o meu amor
Bau bau bau
E meu coração bateu
Tchiqui tchiqui tchula
Nunca mais parou
Isso quer dizer que você gamou
Derrube a muralha do ódio e tranque o cadeado do baú da discórida.
Depois construa um castelo de amor e abra as portas para as alianças.
Aos Pés da minha Cama -
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de versos
uma dor que é tamanha
de um poeta controverso.
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de morte
hora a hora de quem ama
e odeia a sua sorte.
Aos pés da minha cama
há um baú cheio de vida
uma vida de má-fama
de tantas regras despida.
Aos pés da minha cama
há uma dor, triste lembrança,
mil poemas, o meu drama,
o baú da minha herança.
Ao baú cheio de versos que está aos pés da minha cama na casa do Outeiro em Monsaraz.
“Suplício da saudade”
— Revisando meus guardados,
em um baú juncado,
encontro junto a uns papais envelhecidos pelo tempo, bilhetinhos, que escrevi com carinho, enviados como recado
— Aquele feixe de papeizinhos, envolto com cetim e um delicado lacinho,
que devolvestes do que restou de nós dois
— Que no clima quente da paixão rabisquei, coloquei no papel,
o amor que amei
— Quando os olhos teus
iluminou os olhos meus,
e feliz fiquei
— Escrevi doces palavras,
que em sussurros escutava enquanto loucamente te amava
— Errei, ao dar atenção em demasia ao coração,
enxergando somente o momento, sem esmiuçar o sentimento, o depois, e falhei
— Vivendo na utopia do amor, restando só a dor que saboreei,
posso garantir,
não agradei
— Restituiu totalmente as mensagens, só não devolveu o amor que devotei
Rosely Meirelles
CHEGA UM NOVO ANO
Relembramos tantos momentos
Queremos remendar os erros
Buscar no baú as lembranças
Reviver bons sentimentos.
Tentei alinhavar as horas
Enxuguei o rosto molhado
Troquei as lágrimas pelo sorriso
Às vezes sem graça, meio amarelado.
No coração costurei saudades
Rebusquei no fundo da memória
Algo que estava esquecido
Reescrevi a minha história.
Coloquei pessoas do bem
Outras resolvi descartar
Tudo que for negativo
Melhor é eliminar.
Quero levar pra o novo ano
Apenas o que me faz bem
Quem não teve importância
Será eliminado também.
Autora- Irá Rodrigues.
Todo passado já foi presente e já foi futuro... tem coisas que ficam no baú de cada tristeza e outras que ficam na luz de vitórias inimagináveis.
Muitas vzs vasculhamos o baú do passado, revivendo o que jamais será esquecido, muito menos substituído.
Se vc ainda estivesse aqui, tudo poderia ser diferente, nossos planos, nossos sonhos realizados.
Mas quem sab...
Deus é eterno, talvez a eternidade exista pra nós tmbm, e possamos nos encontrar novamente
Um baú cheio de segredos...
As mulheres são
Um baú cheio
De segredos,
Que nós homens
Nunca vamos descobrir.
(Autor: Edvan Pereira) "O Poeta"
É ao Abrir o Baú do coração e descobrir que as cicatrizes que mostram por fora não são sinais da cura que necessita por dentro .
A querida o amor não é como jóias
Não cabe na caixinha
Mas o seu coração, é o baú,
Das jóias do amor e das caixinhas
a noite abre o baú das lembranças, palpitantes de aromas da infância, colheita de certezas e sonhos.
Remexendo o baú de lembranças, me lembrei de mais uma estada na casa da minha tia avó, Joaninha...Certo dia, enquanto eu estava hospedada na casa da minha tia, ela foi me mostrar o jardim dela, com todo os tipos de roseiras, e plantas..., Sabe aqueles jardins que tem desde a hortelã até a margarida...Nesse dia, minha tia me disse, olha Lú, sei que ama plantas, e da próxima vez que voltar, vou te dar um presente!!! E assim, na próxima visita, minha tia me chamou e me disse, veja o que preparei para você! Lá estava um litro ( vasilhame de óleo de soja) com terra. Eu disse, o que é isso tia? Ela me disse, leva e enterra! Quando eu estiver enterrada minha filha, você se lembrará de mim, pois eu estarei viva na sua lembrança, a cada fruto que essa semente irá lhe dar!
Bem, minha tia avó morreu aos 103 anos de idade há alguns anos, mas até hoje, a mangueira que nasceu daquela lata furtada de óleo, cai em meu quintal, me fazendo lembrar desse dia, dessa doce lembrança que tenho da minha adolescência na casa de tia Joaninha e tio Pretin!
Hoje não só eu, mas meus filhos, comem do fruto e tomam do suco, fruto do amor de alguém que aqui já não está, mas semeou um tesouro que ninguém pode roubar, o amor!
Eu descobri um baú de infinidades
cheio de cartas, amores, desamores, esperanças, dúvidas... e outros mil sonhos e
desencantos...
Todos os dias abro-o por curiosidade
exceto os dias em que mereço descanso.
Às vezes, quando penso que já não há mais nada
abro novamente e me deparo com criaturas vivas, cheias de palavras, laços, embaraços
inconscientes, espelhos e almas tocantes...
O baú da minha alma
Fonte inesgotável...
Mas o que eu não havia percebido é que,
sem querer, todos os dias, coloco coisas novas nele...
Renovo-o!
Agora entendi, o porque da sua infinidade... repleto de pensamentos e sentimentos...
Uma verdadeira contemplação!
Riqueza interna
O mais precioso dos tesouros ñ fica do lado de fora do baú
Mas sim dentro dele!
Só tem q ter a chave certa p/ desfruta-lo
Relendo o baú de meus escritos
Sinto vir dos mais remotos verbos idos
Algum remorso e a virtude em ter sido.
Talvez deve-se eu fazer como o Davy Jones, arrancar meu coração e guarda-lo em um baú para que o amor não pudesse mais feri-lo.