Balões
Já vi sonhos voarem como se fossem balões, vi também desaparecem como se fosse sol em dias nublados. Percebi que desiste deles tão rápido como o vento e também vi às oportunidades passarem de baixo do meu nariz como o ar que respiro.
Somos como balões. Vazios não podemos ir além. O sentido da vida é nos conhecermos de fato e nos preenchermos com os ares quentes da motivação.
OS DIAS SE VÃO...
Os dias se vão ou NÃO
Perdem-se no tempo como balões no infinito.
Tudo acontece. Próximos ou distantes
Os seres vivem e eu nada sei sobre eles
Em mim A vagas ideias apenas imagens irreais,
Recursos naturais, incertos e humanos
Os dias se vão, os meus os seus, os nossos... quem sabe...
Talvez se aprendermos a soltar balões,
Quem sabe... Os nossos... quem sabe...
Aí o sol entra pela janela e plasma a sua luz na leveza de balões coloridos que só eu vejo nessa energia que se chama vida.
os sentimentais estão vivendo como balões em mundo de alfinetes, onde a ambição e egoismo nunca cessam inflamando o amor que em ti desperta.
UNIDOS NA FESTA JUNINA
Fogos, balões em explosões de cores
Cravos de papel, manjericos à janela
Saias de cetim que ondulam
Desfilando de arquinho na mão
Pela avenida, numa música sentida.
Santo Antonio e o menino, casamenteiro
A quem as solteiras pedem um amor
A S.João, que o corpo seja são
A S Pedro, guardião do céu e santo da chuva
O contrôle do clima, para proteção do sertão.
Atrações, bebidas, comidas típicas
Em Portugal caldo verde e sardinha com broa
Um copo de vinho ou cerveja na outra mão
No Brasil cuscuz, churros, milho e quentão…
Ambos festejando unidos a mesma tradição.
Ilude-se a vida por momentos!
Que seria do mês de Junho
Sem seus santos populares ?
Divino se mistura com profano
Em oração e alguma superstição.
Estou a sonhar
Entre balões
Nuvens e a lua
É noite
Sonho com meu amor
Levito em sintonia
Com seu pensamento
Amor que mistura
Paixão e desejo
Como soltar pipa
O céu por testemunha
Uma paz
Mas o corpo quente
Arde de desejos
Seus beijos me aquecem
Me derretendo
Sonho dormir de conchinha
Que aconchego
Que segurança
Fazer planos juntos
Os mais impossíveis
Na mesma rede
No mesmo balão
Rumo ao desconhecido
Onde no sonho
Toco seu corpo
Sonho com seu cheiro
Os balões explodem
Estouram
Num simples sonhar
De corpos
Festas Juninas... Logo cedo meu tio Zezinho comprava papel de seda na lojinha e fazias balões coloridos, juntando as folhas, usando como cola o grude, de grudar, que nada mais era um composto caseiro feito com o cozimento de Maisena acrescida com água que a medida que era mexida na panela no fogo, se transformava numa excelente cola e já começava a confeccioná-los logo de manhã, se eu não me engano, quatro, seis e depois punha pra secá-los no varal do quarto dele de pendurar as roupas.
Fogueiras... Faziam-se tantas... Hoje vi só uma, duas, três,
talvez sete no máximo perdidas nas imediações. Teve uma que eu achei bonito após acender o cidadão que fez a fogueira disse de si pra si, “Gloria a Deus, e a Jesus cristo, mais um ano acendendo a fogueira”, outro, da fogueira maior, essa da foto, disse que para o ano vai fazer uma maior ainda que é pra não perder a tradição. Pessoas simples, mas, de bom coração. Coisa assim, e não tinha esses fricotes de incomodar, fazer mal a vista a fumaça, era um ardor gostoso que só, todo mundo com os olhos ardendo, vermelhos. chorando mas de felicidade.
Quadrilhas, hoje totalmente diferentes das de antigamente. Hoje parece escola de samba, maior doidice. Cada um faz sua coriografeia, digo, coreografia,
como se houvesse algum Carlinhos de Jesus, um entendido nelas. Quadrilhas só de piratas, dançadas ao som de musicas bregas. Acabou as de casamento matuto, dos Alavantu (do Frances, avancar) e Anarriê (voltar), brinque! Quadrilhas internacioná!
A noite se acendiam as fogueiras. Acender fogueiras era uma coisa perigosa, era risco de vida na época, não propriamente pelo fogo, mas, tinhas umas historias que se ela não pegasse fogo, nem a pau, no próximo São João o "caba" não estava vivo! Minha nossa! Que perigo! Se chovesse então, era um terror, tinha quer acender nem que jogasse uma dinamite em cima, por vias das por vias das duvidas, é claro.
Meus tios Zezinho e Wilson soltavam os balões, coisa mais linda no céu, balões competindo com as estrelas. A mesa da terceira sala, próxima a janela do terraço, cheia de guloseimas da época, canjica, aqui é de milho mesmo, não é munguzá, feito ai no sul se diz, pamonha, bolo de milho, pé de moleque... Era só pegar na janela, enquanto soltávamos fogos, uns de nomes feios, que não dá pra dizer aqui, só sei que estouravam na terra e no céu. Festa junina quando eu era menino era bom, hoje ta acabando a tradição, essas coisas puras, autenticas, ingênuas, de então.
Fábio Murilo
Como Doi...
evangelista da silva
Não há fogueiras, nem balões...
Não se dança quadrilhas, - há Quadrilhas...
O inferno em fogo se abre e a matança é festa...
Em meu tempo não era assim... nem tanto e raro.
Em 1966, 23 para 24 de junho daquele triste momento, uma dor se me ficou.
Mataram como um animal comestível, o meu irmão.
Até agora, após 53 anos, vejo no jardim, do meu irmão o sangue.
E naquela fatídica madrugada o Dadinho chamando meu pai:
Bernardo, MATARAM BEBEU!
Bernardo Alves da Silva, meu querido irmão!
Santo Antônio de Jesus, 24/06/2019, às 15h32min.
SONHOS VOADORES
Meus pensamentos loucos devaneiam
Voam por estranhos mundos
Como balões perdem-se entre brancas nuvens
Outras vezes sobre a ilusão perdida da imensidão.
Em sonhos coloridos ou preto e branco
Voam balões em pesadelos loucos, errantes
Voam até a Lua Cheia e caem
Caem nas manhãs ainda sonolentas.
Sobre jardins de rosas cor de púrpura
Que apontam seus espinhos pontiagudos para o céu
Como armas que só querem a morte.
Furam os balões de sonhos flutuantes
Que escorrem pela terra fria
Sonhos derramados pelo chão.
Mulher é para ser tratada com amor,
não com dor
Á Mulher se da flores, chocolate e balões,
não socos e empurrões
Mulher se leva para passar,
não diz palavras para magoar
Trate-a com carinho e com paixão, não como objeto que você achou no chão
Mulher tem que ser respeitada e valorizada, assim você sempre terá sua amada.
As influências exteriores são balões repletos de vazio. Se quer se engrandecer, olhe para a profundidade de dentro.
Pessoas de alma perfumada são como balões cheios de pétalas, dos quais só saem perfume mesmo quando alguém os picam.
VENDEDOR DE BALÕES
Todo feliz chega seu Nicolau
Tem balão e balãozinho
Um escapa vai subindo
Parece tão triste e sozinho
Dolte para colorir o céu
Antes amarre bem no dedinho.
O céu de balões coloridos
Como é que se faz
Não quero que se solte
Diz o garoto Tomaz
Um se solta pelo ar
Lá se foi o balão de gás...
Parabéns o balão não fugir
Precisa saber controlar
Pega a linha e deixa livre
Pelo ar sobe pra encantar
Ou eles fogem e vão embora
Segura, ou vai se soltar.
São lindos os balões
Deixa feliz a garotada
Sorrindo e correndo
A brincadeira é animada
Balões só Nicolau faz
Vem no parque ele vai ensinar.
Irá Rodrigues.