Bairro
Como eu andei distante, do bairro onde cresci. Agora eu quero tudo, tudo outra vez. Até parece que foi ontem minha adolescência... do meu primeiro amor. do lugar onde cresci, meu amor não mora mais, mora em mim as lembranças de ficar no portão esperando ela passar... sem a coragem de lhe falar. E nessas ilhas cheias de distância o destino me colocou ela novamente no meu caminho com seu sorriso inconfundível e olhos marcante. Marcante estava seu semblante nesse dia.... preocupada. Vou viver as coisas novas, que também são boas, Vou viver as coisas novas com o meu velho e primeiro amor...lutarei por ele. Minha pedagoga linda, ainda sou estudante da vida que eu quero viver ao seu lado.
O bairro é classe média e predominam moradores velhos e mendigos. Simpatizo mais com os mendigos. Ficam na deles, pedem uma moedinha aqui outra ali, compram cigarros e cachaça e tudo fica numa boa. Já os velhos, passam o tempo fofocando sobre a vida alheia, falando da tristeza que é ver o futebol sem o romantismo de 1962 e se lamentando da morte de algum conhecido (também velho). Conversam sobre isso e depois voltam para casa. Tomam seus remédios (os quais consomem há vinte anos), assistem às novelas e dormem amargurados.
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Muitas meninas do meu bairro seguem a risca o lema da Bruna Surfistinha: Ela não dão, elas distribuem!
"Pequeno garoto mestiço,
Habitante de um bairro periférico [ sem água, comida ou energia],
Vive ao barro comer, geofagia?! Fome?! Vermes?!
Não, não, meu caro! Desigualdade e desespero, que fazem suas tripas revolverem,
Em um movimento intenso, profundo e doloroso da realidade de um país de todos, rico e sem pobreza.
A sina dos Severinos continua,
Migraram para o centro-sul da Terra Mãe Gentil,
Edificaram seus palacetes, casebres de alvenaria,
O saneamento dar ânsias de vômito,
Odores urbanos - metano, gás do pântano.
Campos de batalhas - rojões de metralhadoras, balas que não adocicam a boca,
Mas que matam,
[ toda diversidade de canhões em um único quartel militar - o do tráfico."
Sou do universo. Vivo no Brasil. Nasci no Estado de ninguém. Moro na cidade de todos. Meu bairro é o falado do numero zero. Estudei na escola da vida. Fiz cursos de inteligência sem limites. Me formei na faculdade da sabedoria. Atualmente moro aqui, acolá, ou seja moro no mundo.
Certa vez, quando eu era criança, um fato abalou o bairro onde eu morava: uma pessoa havia morrido em uma praça pública! O fato funestro, juntou todo o bairro em aglomeração para ver os serviços de resgate do corpo. Foi lá nos idos anos 60.
Pois bem: hoje, ano de 2009, cidade de São Paulo, morre tanta gente de forma violenta, que um dia destes passei com a roda do carro em cima de um dos pés de um defunto que acabara de se espatifar de motocicleta atrás de um ônibus. Só fiquei sabendo porque um cidadão que parara o carro ao lado do meu me informara do ocorrido. Curiosidade: o próprio individuo pediu para que eu me conformasse, pois ele próprio havia passado sobre a perna do defunto. TEMPOS MODERNOS.
Acabou a energia.
Lá no bairro onde eu estava.
Mas o céu com sua magia.
Todo campo iluminava.
As estrelas pareciam.
Brincar pertinho do chão.
E havia tanta luz.
Que mesmo sem energia.
Não se via escuridão.
Eu ali maravilhado.
Com a beleza da lua.
Que parecia sorrir.
A iluminar a rua.
Acabou a energia.
Era noite, já tardinha.
E eu ali procurando.
O brilho da estrela minha..
O rei e o mendigo
Num bairro na zona sul de uma cidade onde moravam as pessoas mais ricas e poderosas do país.
Morava também um homem muito respeitado no país pela sua legendaria historia no poder público. Este homem se deslocou de sua cidade para outra cidade, onde já estava tudo arrumado para o seu glorioso discurso da sua nova conquista. Antes de chegar ao movimento fértil o todo poderoso, “rei” viu um mendigo todo sujo e fedendo na praça, que chamou a sua atenção, apesar de tudo este mendigo pulava e cantava de alegria.
Ele aproximou do mendigo e disse:
- Porque você esta feliz, com esta ida tão miserável que o condenou?
- Eu sou sempre feliz, não sou condenado, eu sou é livre por isso que sou feliz!
- Você é um mendigo, é que eu saiba mendigo são pessoas revoltadas e miseráveis muitas vezes chega ate ser violento.
- O senhor não sabe nada, eu sou um mendigo mais não sou revoltado nem revoltado e tão pouco violento. Eu sou feliz por poder apreciar a natureza e seus encantos. Veja a que Le pássaro como canta é lindo!
- Você mora a onde?
- Você não tem família?
- Moro na cidade, nas vielas, nos bairros em qualquer lugar.
Minha família é a natureza os pássaros, eu sou um Pelegrino não tenho lugar certo.
- Mesmo assim é feliz?
- Sim, sou muito. Não tenho nada a reclamar.
- Pois a minha felicidade é o dinheiro. O que seria de mim sem ele! Acho que eu morreria.
- O dinheiro não é tudo.
- Para mim é, moro numa luxuosa mansão com muitos empregados para mi servi,sou um homem muito ocupado. Agora mesmo eu estou indo para uns discursos, onde eu sou esperado como rei. Mais o senhor não tem nada de bom para dar em troca, porque você pensa só em você mesmo, tudo que fala é demagogia.
- Porque você pensa muito mal de mim?
- Veja bem!
- O que?
- Vive muito bem! Mais não seria capaz de sobreviver quando estiver mal.
- Mendigo! Procura alguma coisa para você fazer, você pode ficar bem e deixa de ser mendigo.
- Talvez, mais sou feliz assim!
- Estou perdendo tempo com um mendigo! Mais você é diferente deles. Já estou atrasado para o meu discurso...
Anos passaram, e os dois novamente se encontrarão.
Para o carro me deixa da uma esmola para aquele mendigo. Moço, moço!
- O que você quer comigo? Deixe me dormi.
- Pega esta esmola para você compra alguma coisa para você comer.
- Obrigado! O que eu quero mesmo é morre!
- Morre! Morre por quê?
- isso é problema...
- Espera! Agente já não se conhece?
- De onde? É impossível! Eu sou novo nesta cidade.
- Você não é aquele homem que em outra oura nos encontramos numa praça?
- Não me lembro do senhor! Há... Estou me lembrando sim do senhor, você era o mendigo e eu o “rei”.
- O que aconteceu com o senhor, que veio para nesta situação? Você é um mendigo triste e miserável agora.
- Eu tive uma grande oportunidade para triplicar a minha fortuna na bolsa de valores, a minha ganância falou mais alto, e perdi tudo, tudo que eu tinha. Perdi dinheiro, família, amigos e o poder.
- Lamento muito, mais a vida continua.
- Para mim a vida acabou não tenho mais força e vontade para reverter este quadro, só tenho revolta e ódio de lembrar que um dia eu estava por cima.
- E você como esta mudada! Você é rico!
- Sim não como você era no passado, fixo como você sugeriu, trabalhei e apostando na minha foca e vontade e venci.
Hoje eu tenho família, esta vendo aquela mulher e aquela criança? É a minha família.
- Eu não tenho mais a minha família eu o perdi, não tenho nem mais vontade de viver.
- Não fale bobagem moço, não fica assim tão arrasado, você pode da à volta por cima, e conquista tudo novamente.
- Como! Já te disse:
- Acabou tudo.
- É uma pena para quem já foi muito orgulhoso, que só pensava em si próprio.
Deixe me ir a minha família me espera.
Hélio Pereira Banhos
O MUNDO não é só:
um quarto;
uma sala;
uma casa;
um prédio;
uma rua;
um bairro;
uma cidade;
um país...
o MUNDO
é proporcional
ao tamanho da sua cabeça.
Anda ão meu Bairro e vamos curtir,
vais ver que vais sair daqui a sorrir.
A estrada é longa e temos muito por fazer,
e agora fico por aqui no que tenho a dizer.
Senti a solidão que é dizer um sorriso
Nesse bairro de vizinhos calados
Mudei pr'aqui e só consigo ouví-los
Quando vêm a discutirem no pátio.
Mudar de um país para o outro, não é como mudar de bairro. Mudar de pensamento, requer discernimento para seleccionar o que vale a pena e o que não vale a pena levar - só de pensar !
Temos um bairro em nossa cidade chamado Cotia. Estava procurando um casa para comprar nesse bairro e lembrei-me: Paca, tatu, cutia não. Pensei! Isso pode ser um aviso, vamos procurar em outro lugar. Rs rs rs...
SOBRE A RELIGIOSIDADE DO BAIRRO COPACABANA EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS...
E eu que não tenho religião
[...] Parei para observar a procissão que tomou conta de minha rua ontem e por todos os lados que olhava, via pessoas com velas acesas às mãos cantando uma canção em tom de ladainha, capaz de inquietar qualquer um. Repetiam sempre com muito entusiasmo um refrão melodioso, acompanhado sempre pelo som de um violão extremamente afinado seguiam rua acima, passo a passo, verso a verso incessantemente.
Feito quando era criança, fui transportado à varanda de minha casa e convidado a ser expectador daquele evento. Maravilhado em ver tanta gente agindo em cooperação, tive a sensação de estar novamente em comunidade. Com o movimento de tanta gente junta todas as casas do entorno, postes de luz, asfalto e concreto sumiram. Tudo parecia como antes, intocado!
O mato alto nos lotes vagos, o caminho escuro de terra vermelha e argila cintilante, o barro na sola dos sapatos dos adultos, o vento, as minas d'água por todo o percurso, os sapos coaxando, os vaga-lumes brilhando no céu à frente de todos, o cri-cri... dos muitos grilos existentes, o cheiro de Dama da Noite, o incômodo do pinga-pinga da parafina das velas derretendo e queimando os dedos, o medo à véspera da sexta-feira da paixão.E até mesmo o velho campinho onde aconteciam as barraquinhas e feiras do bairro estava lá. Tudo parecia exatamente como antes.
Quis seguir o cortejo e cantar com eles suas cantigas celebrando a alegria de estar em comunidade novamente, por alguns instantes esqueci, inclusive, que eu não era católico e que havia optado há muito tempo atrás por não ter mais religião, optado por ser sem religião. E devido a essa minha decisão anterior, não conseguia compreender aquela minha aflição emotiva; não fazia muito sentido para mim estar tão tocado com tal acontecimento. Talvez fosse isso... Não era um simples evento casual, era um acontecimento, como antes!
Os meus olhos marejaram de ver, de ouvir, de sentir tanta energia positiva em trânsito. E mesmo quando passou pela rua o último integrante do cortejo e sumiu na curva dos olhos após virar a esquina da rua de cima, seguindo em direção à rua de baixo, no rumo da capela da única praça do bairro, ainda era possível ouvir os passos da multidão e o clamor da ladainha efusiva ecoando pelo ambiente e atingindo aguda os canais auriculares das pessoas, nas muitas residências hoje existentes. Quando tudo acabou... a vontade era de chorar. Mas sentia-me bem demais para tal.
Nasci em 1990, na cidade de Salvador, no bairro de Nazaré, fui uma criança esperada e muito amada. Meu pai tinha adoração por mim, mas me foi arrancado muito depressa, não deixando em memória mais que duas lembranças de minha infância. Aprendi a ler com 2 anos de idade, através da minha mãe, que com toda paciência fazia colagens de letras em papel branco, recortadas de revistas no chão da sala. Enquanto isso, meu pai, motorista de carretas, passava o dia fora trabalhando, para levar o sustento da família.
Aos 4 anos, fui surpreendida com um fato que mudaria toda a minha existência. Meu pai almejando melhores condições de vida viajou conosco para o Mato Grosso com uma promessa de trabalho, que não se concretizou, e então na volta para a Bahia, em 1995, na cidade de Luz, em Minas Gerais, aconteceu um grave acidente: o ônibus em que estavamos retornando se chocou de frente com uma carreta desgovernada. Meu pai dormia em sua poltrona, sem o cinto de segurança, e foi arremessado, ficando preso entre as ferragens. Ficou em coma por 3 meses e voltou para casa sem andar e sem falar. A expectativa de cura dos médicos era 5 anos. Com o passar dos anos ele voltou a andar e falar, porém com graves seqüelas, perdeu a capacidade de raciocinar e memorizar os fatos, se tornou agressivo e inapto para trabalhar ou tomar decisões.
Cresci ouvindo de todos, as qualidades de meu pai, embora ele estivesse na mesma casa que eu aos cuidados de minha mãe, eu sentia falta de afeto. Principalmente nas fases de adolescência e pré adolescência. Eu era quieta, magra, desengonçada, dentuça, ingênua e uma das melhores alunas da classe. Fui vítima de bulling em três escolas.
Na vida da minha mãe se instalou um quadro de depressão, que se intensificou na minha passagem da adolescência para a vida adulta, surgindo uma competição e difícil convivência entre nós. A carência e a falta de estrutura contribuíram para que eu fosse mal sucedida em meu primeiro namoro sério, aos 17 anos, me tornei uma pessoa insegura, infeliz, adquiri um bloqueio, que me prejudicou nos anos seguintes, mesmo depois do término.
Garanto a você, que apesar de ter enfrentado muitos problemas, tirei lições que foram primordiais para alcançar a maturidade.
Eu não acredito que tem bairro. Não é possível. Nenhum sistema tem campo de bairro.
Assim não dá para concluir o sistema, é impossível.
Do banco da praça vejo um bairro inteiro
Eu quero é poder estar em uma praça
construída aqui mesmo no bairro
e me sentar em um banco qualquer
ao lado de uma estátua de bronze qualquer
- homenagem póstuma a um desconhecido qualquer -
que ao menos 'sabe' porque está lá.
E observar os pássaros em festa
sobrevoarem afoitos os jardins cercados com arame colorido
para mendigar meia dúzia de grãos de milho que alguém jogou ali
enquanto flores exuberantes caem das árvores a todo tempo
como se compusesse um lamento em lágrimas e pétalas.
Eu quero é poder viver o tempo que me resta
e apreciar a vida calma nas manhãs agitadas
do vai e vem das pessoas apressadas
pelos inúmeros caminhos possíveis na periferia.
E poder viver mais uns cem anos
só para ver concretizar amanhã todos os planos
que hoje apenas não passam de sonhos
e ver surgir ao longe o fim, solução para toda essa tristeza
que hoje toma conta de nossos corações
e nos cega diante de tanta aspereza, desumanidade e ausência.