Avião
Mais uma sobre o autoelogio:
– Sou o Super-homem!
– Não! nem é um pássaro, tampouco um avião; é só um humano prepotente mesmo!
Dia 11 de fevereiro de 2013. Há pouco mais de 9 meses eu entrava num avião com uma única certeza: a incerteza! Trocava uma “formatura-certa” e um “futuro-certo” por um intercâmbio para um lugar que eu nunca tinha ido, nunca tinha ouvido falar e nunca tinha pensado em estar.
Alguns chamaram de loucura, outros chamaram de coragem. Eu já nem tentava nomear. O que antes era sonho, já era quase fato no dia do embarque . O que seria, então? Meus pais chamavam de “investimento no meu futuro” (mas...não seria no presente?).Era muita justificativa para uma só opção: subverter a ordem das coisas na sociedade! (Como assim, você não vai se formar no “tempo certo”?).
Os pessimistas chamaram de “Ano Perdido”. A eles eu dedico o meu post.Eles estavam certos: eu, realmente, perdi muito esse ano!
Primeiro de tudo, eu perdi MAIS um ano normal na faculdade, imaginando como seria aquele mundo de que eu tanto ouvia falar, mas conhecia apenas uma insignificante parcela. Eu perdi de passar mais um ano pensando “E se...?.” Eu perdi um ano de desejar ser uma pessoa em intercâmbio. Eu perdi um ano de reclamações. Eu perdi um ano de atormentar os meus amigos e familiares com o meu mau humor e frustração. Eu perdi de passar um ano num lugar, achando que meu lugar era outro. Eu perdi uma formatura que me traria mais infelicidade que satisfação.
E tem mais!
Eu me perdi pela Europa, eu me perdi pelo mundo. Dei um pulinho na Ásia, só pra sentir o gostinho do – ainda mais – diferente. E querer voltar. Eu me perdi pelas ruas de todas as cidades que visitei, principalmente Barcelona!
Eu me perdi pelos meses, pelas semanas e pelas horas. E, só não me perdi mais, porque as estações do ano estavam sempre lá, dispostas a lembrar que os tempos estavam sempre dispostos a mudar, do mesmo modo que eu mudava.
Eu perdi ônibus, perdi trem, perdi avião. Sim, eu perdi! Eu também perdi o sentimento de perda. Esse - que eu já começara a abandonar quando decidi vir para a Croácia - continua se perdendo em cada viagem, em cada conversa, em cada pessoa, em cada história de vida que eu não conheceria se tivesse continuado abraçada ao comodismo.
Eu perdi o medo. E esse, esse foi o mais difícil de perder. Às vezes ele visita, tenta se agarrar de volta, mas não demora a ser expulso. Perdi o medo da estrada, perdi o medo da solidão, perdi o medo do futuro. Eu perdi o medo da vida, eu perdi o medo da sociedade. E esse foi o mais lindo dos medos perdidos. Não, eu não ouvi falar. Eu vi. Eu vi que nesse mundo tem – SIM!- gente capaz de fazer o bem pelo bem. E isso trouxe a esperança de volta. Ah, a esperança! Mas, peraí, essa entra nos ganhos. E esse texto é sobre perdas, certo? Melhor parar por aqui...
Ah, eu também perdi o apego material. Claro que, infelizmente, ainda não totalmente. Sim, ainda lentamente, ele se esvai. Ele se vai. Ao longo de todo o processo anterior ao intercâmbio e ao longo do próprio intercâmbio. Primeiro por uma questão de racionamento de dinheiro e, pouco a pouco, por uma questão de consciência. As coisas materiais acabaram por se tornar simplesmente...materiais. Apesar de matéria, elas carecem de substância!
É a tal da filosofia da banana, que minha grande amiga, companheira, aventureira desse ano de filosofias, viagens e aventuras, Jana Maurer, bem nomeou e descreveu aqui.E isso só entende e concorda quem já sentiu a sensação de ter a “vontade de conhecer” mais pesada que a “mochila nas costas”. É incrível como o “ter” se torna totalmente substituível pelo “conhecer”.
E, finalmente, alguns irão argumentar: mas, e os momentos com seus amigos e familiares que você, efetivamente, perdeu? Aqui, eu reconheço, eu perdi. Mas, com isso, eu (re)conheci o que e quem eu realmente sinto falta nos meus dias. Eu (re)conheci o que realmente é importante pra mim no Brasil e/ou em qualquer lugar do mundo: pessoas, afeto, laços, momentos, que se criam e renovam no tempo. Ops! Esses são, de novo, ganhos e não perdas.
E aí eu chego à última e mais importante da lista (não exaustiva) de perdas: eu perdi o lado negativo da vida. Perdi essa mania de ver tudo pela ótica da perda. Porque, no fim, toda perda tem seu ganho. Você só estava cego demais para enxergar.E aí, eu também perdi a cegueira. Cegueira de achar que eu era incapaz de narrar minha própria história.
Pois é. Eu perdi muito.
O avião sempre aterra, mas levanta o voo e chega no seu destino,
Seja persistente e alcance os seus objetivos.
A vida é uma viagem
Eu decidi viajar de avião
Pois posso estar nas nuvens
Imaginar ,sonhar e ser
Quando chegar no aeroporto
Vou decidir para onde eu vou
Eu quero viver o presente
Não criar expectativas
Que podem não acontecer
Pois a vida é inevitável
E inesperada
É me acomodar no avião e já adormeço. Nem espero o comissário fechar as portas.
Durante conexão de Galeão para Salgado Filho, escorado na janela, pronto para babar, escuto uma mulher chorando na poltrona da frente.
Sempre vou acordar quando ouvir uma mulher chorando. Meu sono não resiste a mulher chorando.
Ela soluçava ao telefone:
– Você disse que a gente moraria junto depois que terminasse seu treinamento. Você mentiu, você só está me enrolando com promessas. Promessa dói. Esperança dói.
Não alcançava qual o contexto da conversa, mas sua frase produziu muito sentido.
Esperança dói!
Eu quase chorava junto. Ela estava coberta de sentimento mais do que coberta de razão.
Concordava com ela: não minta com esperanças. Minta com qualquer outro sentimento, menos com esperança. Não ofereça esperança se não acredita na relação.
Pense bem antes de falar, pense se realmente deseja cada verbo. Cuidado com aquilo que sonha em voz alta.
Todas as palavras são estrelas cadentes. Prometer é sério, prometer é se comprometer.
Não adianta dizer que só falou, alegar que não fez nada de errado e lavar as mãos no vento. Falar é fazer.
Entenda que a esperança é o que mais machuca. Não há maior tortura do que gerar esperança em vão: é oferecer para tirar.
Não estimule projetos se não está disposto a cumprir, se não é sincero, se não é verdadeiro.
Não diga da boca para fora pelo prazer da hora, pelo romantismo, pelo arrebatamento.
Imaginar já é concretizar. Se não tem segurança com sua companhia, não iluda. Não fique fantasiando casa própria, filhos, cachorro, viagens ao Exterior. Não insufle o porvir para agradar. Não disfarce o pouco sentimento com a eternidade. Não chame o futuro impunemente. Não apele para a emoção à toa.
A fantasia é uma responsabilidade do casal. Pois o amor é o que se vive somado ao que se conversa somado ao que se planeja.
Ao fortalecer intenções, permite que ela ou ele passe a esperar dali por diante.
Somos crianças no amor, ansiosas pela confirmação das expectativas. Enxergamos o que imaginamos, trabalhamos para conseguir o que imaginamos.
Esperança é também parte importante do namoro. Esperança é também lembrança do namoro. Esperança é também memória do namoro. Esperança é também realidade do namoro.
O que foi idealizado a dois é um patrimônio da intimidade, um marco da confiança.
Ninguém sofre numa separação por aquilo que aconteceu, sofrerá por aquilo que não vai mais acontecer. Sofrerá pela perda da esperança mais do que pela perda do amor.
GRAVIDADE
Os pivetes mal fazem um avião
E já pensam que são astronautas
Se perdem na gravidade da lua
E acabam na poeira da rua...
É minha gente todo dia é uma despedida, uns vai, outros vem, alguns pegam um avião e vão mais além, onde toda essa gente vai chegar? não sabemos, o que sabemos é que sempre terá alguém a esperar e a chorar. Ai... nem terminei ainda e já bateu aquela saudade provocando suspiros profundos, no entanto não dá pra fugir da lei da vida: "Coisas boas se vão para que melhores possam vir" já dizia Caio de Abreu. É meus amigos´... é triste afirmar isso, Mas tudo passa, eu poderia terminar esse texto amanhã, Porém se tudo passa, vai que nesse intervalo a minha vida se vai com o tempo! Pensando nisso o terminarei aqui agora com a frase mais bonita ou mais triste, Mas isso é vocês que decidem como interpreta-la. "... E no final de tudo o que terá valido a pena é o que permaneceu com você e não o que passou por você"
barulho de avião no céu é o mesmo em qualquer lugar do mundo
se te pega de olhos fechados, distraído então, te leva pra onde quiser
Se você sabe que o Avião vai cair porque embarcar?
Não to fazendo nada, vamos ver até aonde ele suporta voar.
- Relacionados
- Voar Avião
- Aviação
- Frase sobre Voar
- Voar
- Piloto de Avião