Avesso
Não gosto de páginas frontais
Prefiro os versos
Pulo, inverto,
Salto do avesso,
Viro, reviro
Me viro inverso
Declamo. É o começo!
Perco-me e o meu externo
é uma máscara sem rumo.
O meu externo é meu avesso.
O meu avesso ainda não entendo.
E o que eu entendo,
Não sei dizer.
____Lene Dantas.
E quando eu menos percebi o meu destino fez com que de repente a minha vida virasse ao avesso;
E de verdade eu gostei! Pois o avesso me caiu como uma luva;
A arte é muito além do coerente, é avesso e infinito, é forma ou desforma; a arte não se envolve com quaisquer opiniões, existirá de qualquer forma.
Acabo de descobrir que estou do lado certo, "estou do avesso", como em um de seus ditos maravilhosos, citou o: Caio Fernando Abreu.
"Mesmo estando ao avesso, descobri que estou do lado certo"
...desde meu tempo de menina descobri que do lado avesso sou mais eu. O tal lado certo ditado pela maioria, não me fascina...
- Mantenho a devida distância de pessoas (inhas) que se dizem certas (inhas)...palavra, me enjoam.
É, essa sou EU
Me mudo a cada instante, me transformo em questão de segundos, me viro pelo avesso em momentos...só você sabe de mim, conhece meus sentimentos, minhas verdades. Pra você me despi em versos, em poemas, em poesias...me declarei em músicas, te enviei mensagens, te liguei fora de hora...me desculpei.
Inventei motivos pra te ouvir...te cantei !
E vem fazer minha cama pegar fogo..
vira bombeiro, vira meu homem..
vira meu lençol do avesso..
e se possivel a minha vida de cabeça pra baixo..
adoro...
Avesso
as dores
a solidão
de repente some tudo
não fica nada
sem o pé no chão
a flutuar na intenção do amor
da vida querida
amigo
presente pertinente
diferente
o apoio a cobrança
o desespero
vida de falsas alegrias
correntes sementes
brotam e desaparecem
do nada
no universo a navegar
ganhando esperança
confiança
canta
( Avesso)
Narcélio Brito
Por fora sou calmo, quieto....
Por dentro tempestuoso,
Solo vulcânico de sentimentos .
A erupção quase sempre vem em forma de versos,
Essas lavas expõem o meu lado avesso.
AVESSO
Depois do horizonte
tem outro horizonte,
tem uma fonte,
tem outros verbos,
então o sol se põe
e repousa preguiçosamente...
Esperando Ícaro
e a sinfonia da tarde
arde nas penas
dos que são passarinhos
outros versos,
displicentes, dolentes, incandescentes...
a tarde desfalece,
alguns poucos raios,
um aceno, um ensaio de luz
e de cores quentes...
depois das tardes,
tem outras auroras
no outro lado do planeta,
que é o avesso do crepúsculo...
outros Ícaros outras sinfonias...
Criar novos verbos,
alimentar novos crédulos...
inventar novos deuses...
Ao que está no começo
Resta o primeiro passo
Ainda que de avesso
Exala beleza no espaço
Amor amado, ama-me amorosamente.
Despe-me, reveste-me, ergue-me em teus braços
Até que o sol enconda-se no horizonte.
sou
deveras humilde
mas
defeitos no meu
avesso
acredito na realidade do
dia a dia
mas
não me atrevo os olhos
fechar
minha alma em devaneios
anda
perdida
como poder sonhar
sonhos
maiores que
eu...
o que eu
sonho
me leva nas alturas
a entrar
em mares junto ao mar
não
se cansam de
voar
eu gaivota
num bater de asas
ousam alcançar
lado de
la....
e já
não basta para
mim
o óbvio
quero o avesso
quero externar aquilo que
arde
em mim
quero
aquilo que esteja
além
da minha compreessão
quero aquilo que
extravasa
nas entrelinhas
subtextos e
indiretas
que analiso na realidade que é
minha vida...
quero
o dentro do teu
silencio...
quero calar esta
dor...
Vejo que eu não tenho jeito... Pois por você eu me perco... Me encontro, me reviro pelo avesso só não deixo de amá-la em um tanto;
Acho que eu te medi pelas proporções erradas.
Enxerguei os teus destroços pelo avesso, fui descobrindo um pouquinho de ti no que ninguém vê. Ouvi dizer que você tem mais de doze vidas, sete sorrisos e olhares infinitos. Percebi que o teu abraço envolve dezoito prestações de culpa e as linhas das tuas mãos desenham marcas de ressentimento. Descobri no amargo da tua saliva coágulos de nostalgia, e nos poros que te rompem, um quarto de engano. E costurado a tua carne, encoberta pela pele convidativa, lá estavam as quarenta parcelas de covardia, assim como esculpido nos ossos o medo se destacava em auto-relevo às beiras do buraco negro do teu ego. Você fede à precipitações, estranho, e até o arrepio que o vento frio lhe manda como presente reflete tuas intenções vazias. Da visão que nunca pensei em ter de coisas que nunca prestei atenção, nunca chegara a perceber o teu aroma de desgosto invadindo a sala. Teu nome de trás pra frente ressoava o sinônimo de azar e as pontadas de melancolia que te afligiam, me bloqueavam um sorriso de alguma forma. E eu nunca entendia. Não entendia quem cobrava a cota de saudade que me acompanhava como um peso nas costas. Não compreendia o motivo de decorar os teus infinitos olhares e traçar um mapa de utopias nas tuas pálpebras, fazendo da tua íris uma armadilha mortal dotada de venenos que apenas eu sentia. Eu me apeguei as tuas dimensões, eu acho, porque o céu é uma linha estreita quando as proporções erradas te estruturam na certeza da minha hesitação. Então percebo que, por um erro de cálculo, tuas cotas de equívocos se encaixam nas minhas invariáveis e que a solidão tem, mais ou menos, o contorno dos teus braços. E me acomodo até descobrir que o chão se desfaz nos meus pés assim que as equações subentendidas do destino me fazem cócegas no umbigo. E na franqueza da realidade eu não te encontrava nos erros.
E eu te matava todos os dias.Afinal, quantas vidas você tem?
E se quanto mais perto da morte, mais vivo a gente se sente, me explica então como continuo respirando enquanto espalhas os meus pedaços por aí..."