Zeu Silva
É preciso orar pelos superiores. São eles que se aconselham com suas equipes, mas sempre têm de dar a última palavra. Que a caracterização de suas ações seja sempre transparente e de sabedoria!
SUGESTÃO DE LEITURA
Normalmente, fazemos leitura silenciosa de livros, revistas e afins, quando estamos em um espaço social, público ou privado. Mas já experimentou ler escutando a própria voz, gesticulando ou até se movimentando quando está sozinho em um ambiente? Para os textos mais complexos, depois de várias leituras silenciosas, é algo que recomendo. Pode não funcionar com todo mundo, mas alguns vão se identificar. Afinal, a leitura prazerosa é um luxo.
Filosofia, literatura e ciência. É preciso ensinar leitura e escrita numa perspectiva, primeiramente, de melhorar a estética do caráter do leitor. Em segundo lugar, para formar e desenvolver conhecimentos. E, por fim, para que ele melhore sua vida econômica e social.
Reflexões em Teresa Colomer ou café literário
"Estimular a leitura e planejar o desenvolvimento das competências infantis são os dois eixos da tarefa escolar no acesso à literatura."
A leitura de livros na escola deve se unir aos esforços que deram certo. Precisamos refletir sobre a forma que, efetivamente, forma o leitor dentro da escola até o dia em que ele nos abandone, mas que, irremediavelmente, já seja um cidadão leitor. Eis o nosso grande desafio: encontrar a "gestalt" que assegura a formação do leitor autônomo.
É nesse sentido, pois, que a leitura de livros na escola deve começar na Educação Infantil até o fim da Educação Básica. É um trabalho em que, verdadeiramente, ninguém pode soltar a mão de ninguém, a fim de entender que a cada mudança de etapa as leituras serão mais complexas e que essa complexidade exige o gancho, ou seja, a base que fortalece o leitor para leituras mais extensas e mais difíceis. "Ninguém aprende a interpretar textos difíceis, lendo apenas textos fáceis" diz Colomer.
RASCUNHO (nada mais que rascunho)
Toda gama de conhecimentos que o homem produziu tem como objetivo final servir à humanidade. Se amanhã a espécie humana vier a desaparecer, isso, provavelmente, será por causa dos conflitos ideológicos que ao longo da história humana caminham juntos com a produção desses conhecimentos. Ninguém tem uma bola de cristal para observar o fim, mas a humanidade caminha a passos de recuos e de avanços. Os recuos são os equívocos econômicos, políticos, religiosos, pedagógicos, científicos que redundam em guerras, doenças, desequilíbrios ambientais provocados pela ação humana, as segregações que dividem o mundo em extremo sociais, econômicos e raciais. Os avanços são as conquistas ocorridas na política, economia, educação, religião e que, efetivamente, melhoram a vida das pessoas de modo ético. Enfim, errando e acertando, tudo que o mundo produz é para servir à humanidade.
LEITURA x INTERPRETAÇÃO
Sem a ancoragem do patrimônio cultural e de informações atuais, muita interpretação de texto não acontece. O humor, por exemplo, provocado pelas tirinhas, charges ou cartuns, pode não surtir o efeito esperado em um leitor que sabe decodificar os signos verbais e imagéticos, mas que, porém, desconhece os referentes.
Não basta enxergar e ouvir as coisas, é preciso questionar a si e o outro sobre o que aquilo quer dizer. É preciso estudar História, Geografia, Ciências, Literatura, a Bíblia...; é preciso se informar sobre fatos importantes (e desimportantes também) acessando às redes sociais, assistindo a jornais, séries, filmes, esportes... escutando músicas de gostos variados, porque a vida cabe nessas coisas.
O desafio de ler foi conquistado nos primeiros anos de estudo, quando toda criança quer mostrar à sociedade que domina as letras, a palavra e a frase. Mas a formação escolar voltada para leitura não para nisso. Cada nova etapa, um novo desafio. O desafio de interpretar com competência os textos e o mundo.
Texto: palavra viva
Há quem leia
dez livros
em um mês.
Eu acho fantástica
essa rapidez.
Creio nos jovens
por essa façanha.
Desconfio dos velhos
leitura tamanha.
Minha leitura
é lenta,
cheia de fios.
Respeito os verbos
Nos seus desafios.
E os advérbios,
braços de rios.