Zeu Silva
"Tudo o que se vê não é igual o que a gente viu há um segundo."
Esse trecho da canção de Lulu Santos dialoga com a citação de Gibson, quando este contrapõe o conceito de ambiente tradicional, herdado da física clássica, com o ambiente sob a perspectiva das relações ecológicas. A citação a seguir está mais especificamente centrada no ponto de observação:
"....Em vez de pontos e linhas geométricos, temos pontos de observação e linhas de locomoção. Na medida em que o observador se move de um ponto a outro, as informações ópticas, acústicas e químicas modificam-se correspondentemente. Cada ponto de observação no meio é único sob esse aspecto." (Gibson, 1986, p. 17)
Um estudo baseado no livro 'Percepção: fenomenologia, ecologia, semiótica' de Lucia Santaella
O desengano é sempre a corte de apelo último a que todo homem pelo menos uma vez na vida já recorreu. É a pedra que recebeu a visada de Adélia Prado quando diz que às vezes Deus lhe tira a poesia e, ao olhar para a pedra, vê pedra mesmo.
Quanto ao sujeito, que ele encontre em suas próprias falas mais do que pensava nelas colocar.
Merleau Ponty
Facebook 2018
Você pode nem saber onde fica Itamaracá, mas conheceLia, a garota mais famosa da Ilha. Tão antiga quanto a cultura da ciranda. Quando menino, pensava eu que ela nem fosse de verdade. Para mim era um ser mitológico. Uma lenda pernambucana.
Se há um elemento comum que perpassa as dimensões espaciais, agora denominadas de Multiverso, é a busca de explicação para o enredo da vida. Na ficção ou nas hipóteses científicas, é isso que a humanidade procura.
A "PSICOPATIA ACEITÁVEL "
Pra mim, uma pessoa que mente, com a mesma naturalidade de quem dá um bom-dia, e sem motivo razoável para mentir, é capaz de qualquer coisa.
A ideia maniqueísta, que algumas pessoas têm, de dividir o mundo em duas categorias, faz os divisores se considerarem em que lado do muro?
Para além de instituições que dividem crianças e adolescentes em "cidadãos e bandidos", "santos e pecadores"; e que , por isso, devem ser condenados à morte ou ao inferno, a escola precisa enxergá-los como eles são: seres humanos em formação. Às vezes, é o mínimo e, em último recurso, o máximo, que a educação pode fazer
RASCUNHO PUBLICÁVEL
Uma análise linguística, de cunho gramatical, não pode prescindir da leitura do texto e da sua interpretação. Sem, primeiramente, estudar o texto, sua composição de gênero, seu formato, o tema, o discurso que se organiza, de modo ideológico e filosófico, é quase impossível compreender a análise dos conceitos gramaticais aplicados no texto em estudo.
Todo texto é uma melodia que deve ser acompanhada por quem o lê. E isso está relacionado à força do hábito da leitura. Não "à força do ódio", expressão crescente daqueles que pulam a leitura do texto para a leitura dos exercícios.
É quase impossível, sim, entender a funcionalidade das classes gramaticais por si mesmas, uma vez que o seu efeito de sentido só acontece nos textos e que estes foram concebidos não pelo leitor, mas pelo autor, cabendo ao primeiro, encontrar esses sentidos, ainda que espontaneamente, dentro da leitura.
Um substantivo é nome que carrega consigo a natureza, a essência do ser. Sua escolha é, portanto, o núcleo do sujeito, o tema, o referente em análise. A escolha de um advérbio modifica a dimensão de algo; e o adjetivo atribui valores positivos ou negativos aos seres. Não é por acaso que quase sempre os adjetivos estão presentes nas opiniões. Desnecessário é provar a força do verbo, a classe desencadeadora das ideias.
Mais que um pensar linguístico, o estudo da gramática, aplicada ao texto, é um pensar filosófico. Porque a neutralidade da linguagem é um mito, segundo Ingedore.
A menos que forças externas pressionem a vontade dos indivíduos livres, a maioria sempre escolhe o governo mais adequado a determinado contexto. Povo livre é povo sábio. Viva o povo brasileiro!
"RODEADA DE CANAVIAIS"
A pátria é o lugar onde a cultura cresce e floresce, independentemente de sua extensão territorial. Desde um vilarejo no sopé da serra mais longínqua a 'Nova Iorque' de qualquer país, a pátria é onde os sentimentos mais intensos são compartilhados pela comunidade. Que importa se nos tornamos estrangeiros ou nômades em outros lugares, se a alma pertence àquilo que nos formou?
Por mais que o ego ache estranha a escolha política do outro é preciso respeitá-lo. É marca de um sistema democrático a coexistência de ideias e vontades contrárias. Debates, campanhas, comícios, alternância de poder, tudo isso faz parte da política. O que não deveria existir na democracia é o desrespeito e as brigas. Porque esses ingredientes não são de quem admira a política, mas sim a políticos.
Quem faz da filosofia ou da verdadeira ciência um "modus vivendi" não tem muito tempo para premeditar maldades. É preciso crer em alguma coisa que, de algum modo, nos purifique.
Acho que as pessoas deveriam tirar um tempinho para a leitura. Não para serem coisa alguma nesta vida. Outro dia, uma antiga conhecida minha falou, com razão, que as pessoas têm habilidades mil e podem tomar o rumo que suas inclinações lhes permitirem tomar. Longe das profissões intelectuais. Nem todos querem e nem serão escritores. Mas seguirão e farão coisas grandiosas. Eu concordei com ela de pronto, mesmo calado. Porque é isso mesmo.
Mas voltando ao pensamento inicial, acho que as pessoas deveriam tirar um tempinho para a leitura. Não para serem p. alguma. Mas para experimentarem um pouco do alento que só a literatura oferece. A leitura é a invenção mais humana que a humanidade criou. Existe uma fome e uma sede que precisa ser saciada depois das necessidades primárias da vida biológica.
O exercício é necessário, mas oprime. A leitura, por outro lado, liberta. Exercite, pois, a leitura!
No futuro, não muito distante, votaremos a partir do próprio smartphone ou outro meio mais sofisticado.
Não podemos subestimar a capacidade perceptiva das crianças de hoje. Elas estão a anos-luz do que era a percepção dos pequenos das décadas de 80 para lá. Faltavam informação e tecnologia. E "sobravam pressões culturais".
Não há pressão multideterminando o voto do eleitorado da esquerda brasileira, principalmente, o feminino. Penso que a liberdade reside nisso.
DESENHANDO AS PALAVRAS
Se você diz que o conhecimento da verdade é o que liberta, então, não seja um propagador de "fake news". Não coloque suas preferências pessoais a serviço da desinformação.