Wesley Avante
E deram o nome daquele lugar de 'Morar'.
Com pessoas tão promissoras que ali passavam,
Não era de se estranhar que todos se sentiam em casa.
Mas algo aos poucos foi acontecendo.
Tudo o que antes passava como despercebido,
agora gritava por atenção:
Raiva, mágoa, medo, rancor,
e até mesmo uma aguda algia.
E o local ficou vazio,
onde só se ouviam ecos e egos.
E me fizeram dia desses uma pergunta,
que perpetua até hoje em minha mente.
"E um dia você irá regressar à Morar?"
"Na Morar? Espero que nunca mais.
Estamos sendo nós quando nos encontram na fila do pão no supermercado,
não numa festa onde 3 mil luzes alucinógenas impedem de você ver a verdade.
E nos fadamos à infelicidade para que o ambiente,
antes conhecido,
permaneça inalterado.
Só por ter medo de arriscar,
Só, por não querer machucar.
E assim,
nos contentamos mais um ano naquela situação,
como promessa de réveillon,
de permanecer naquela amizade ilusória entre estranhos,
ou dormir onde jamais o sol irá te acordar de manhã.
Mas o que ambos esquecemos
é que, por não querer um mundo novo
acabamos por destruir tudo o que se construiu até aqui.
Só...
porque prefere não ser o que é, hoje.
E não importa se o céu está cheio de diamantes,
ou se o queijo lunar brilha mais que as estrelas cadentes.
Eu já não acredito mais em todas essas belas mentiras.
Então, vá para casa (ou não vá).
Eu só quero que isso termine.
(((É só sentar e esperar.)))
Se chega em um dado momento de reflexão,
em que você percebe que não anda mais pensando em algo/alguém,
então de fato isso ainda faz morada em seus pensamentos,
tornando essa reflexão acima uma grande mentira,
ou quem sabe esse texto reflexivo, uma cristalina verdade.
Na real to cansado de amigos e amores do tipo ventania.
Daqueles que vem, faz estrago,
e depois vai embora,
como se não fosse responsável por nada que aqui causou.
E a neve tão fria,
Cansada de ser pisada
No caminho de casa
Resolveu se mudar para outra região.
Revelou para uma nuvem sua teoria.
Gostaria de ser amada, não pisoteada. Daí a necessidade,
De obter o menor contato com a humanidade.
E a nuvem compreendeu a situação.
Disse que durante 9 meses o sossego que tanto procurava, teria,
Embora seria obrigada a voltar assim que o inverno se instalasse.
Só assim para conseguir sua sonhada vida campestre.
E no Alasca, em seu novo lar, aos poucos esquecia
Dos sádicos que sempre diziam: "seria perfeito se hoje nevasse"
Mas eram os primeiros a utilizá-la como faixa de pedestre.
Incrível que,
quanto mais expandimos nossa consciência,
mais filtramos as pessoas que devem estar ao nosso redor.
Quando dizem aquela expressão:
"Com o tempo isso vai passar."
logo é pensado, inconscientemente,
na demora que isso irá levar, ou
em quantas voltas o relógio terá que realizar
para que aquela dor finalmente desapareça.
E nos frustramos,
pois essa data idealizada nunca parece chegar.
Isso se dá pois o tempo acima retratado
está mais próximo daquele usado na frase
"Que tempo fará hoje?"
do que contido no ponteiro do relógio.
O relógio,
ele nunca irá te ouvir implorar por ajuda.
Sempre seguirá,
passo a passo,
até chegar ao fim do dia,
de forma mecânica, sem pensar.
Mas aposto que se render ao tempo lá fora,
e se concentrar muito bem,
conseguirá ouvir o conselho que aquele dia chuvoso tem para te dizer,
ou a dica que aquele dia frio de inverno solta ao vento,
e aos poucos, após recolher as informações necessárias.
perceberá que aquela dor lá no começo
deve ter se mudado jaz muito tempo.
Se por acaso você ainda vive,
é porque ainda há tempo de mudar tudo aquilo que te deixa insatisfeito e infeliz.
Você só é triste por opção.
Se a intensidade já nasceu intensa, não é de se estranhar que ela não se contente com qualquer fagulha pouca.
Se 'A Clareza' da vida chegar a seu conhecimento, guarde-a para si.
Cada pessoa precisa descobrir sozinha seu próprio segredo de vida.
E caso você venha a compartilhar sua visão e for (e com certeza vai ser) rejeitada pelos demais, começará então a duvidar da verdade que, embora seja relativa para os outros, é não menos que absoluta para você.
"E é isso.
A gente vai se podando, podando relações, amizades, amores, familiares...
Se poda tanto que não sobra folha suficiente para conseguir se resistir a um vendaval,
nem o suficiente para conseguir respirar.
E com isso, vai se sentindo sozinho, desconfiado até da própria sombra, que ao contrário do que deveria, já deixa o sol passar por seus vazios.
Mas a que custo?
A que custo deve-se retalhar toda a copa de sua essência
e em troca permanecer transplantado numa minúscula jardineira,
isolada num árido deserto de concreto e cimento
onde outros arbustos, já alheios de seus próprios anseios, dão o primeiro corte de cabelo à mais nova muda."
Cheiros...
de roupa queimada que se secou ao sol,
da pele após banho quente tomado,
da chuva num dia quente de verão,
do café que acaba de ser passado.
E não foi por falta de aviso.
Sempre me diziam para "fazer desse modo" ou "agir de outro" porque já haviam passado alguma vez por isso.
Mas o que me era dito nunca entrava na minha cabeça.
Não fazia sentido que a solução era tão simples mas não se enquadrava com a realidade à minha volta.
Ou melhor, não se encaixava com meu estado atual de ser, ver e sentir.
E passado o tempo, vi que realmente o que me incomodava chegava a uma solução, independente se era ou não encaminhada para o mesmo caminho antes orientado.
Então, para quê se frustar se o conselho não dá certo contigo?
Seres humanos, sentimentos, vivências, não são feitos de fórmulas.
Assim como não podemos esperar que aquela roupa que nos sirva de forma justa caiba do mesmo modo no corpo de outro, muito menos caberá ao outro uma ideia ou uma experiência tabelada para que não soframos.
Mas é isso mesmo que precisamos: sofrer, vivenciar, ver com nossos próprios olhos, sentir na pele o que é viver, sem manuais de instrução, sem dicas padrões.
Quem sabe assim, extraímos o melhor que a situação há para nos oferecer, sem buscar atalhos falsos que só se resultará em um beco sem saída.
E após toda essa minha reflexão, compreendi e decidi: PAREI DE OUVIR CONSELHOS ALHEIOS.
E juro-lhes, que esse é o último conselho meu que espero que vocês também adotem em suas vidas, pois de resto, só estará servindo para o próprio escritor.
Antes era tão fácil me arrancar um sorriso.
E nem precisa ir tão fundo no passado pra perceber isso,
Sorri pra ti mesmo ainda ontem.
Mas a partir de amanhã será diferente;
Farei com meu sorriso o mesmo que fazem com um bom vinho:
Guardá-lo, esperar que o sabor fique valorizado,
E assim, dá-lo de presente somente a quem realmente saiba como degustá-lo.
Não adianta escrever, tentar explicar a melodia de meu assobio se ninguém realmente está prestando atenção.
Ninguém nota, nunca nota. Você já?
E pra quê tanta nota, se ninguém um dia sequer quis me ouvir cantar,
ou se ouviu, só o que interessou foi que desafinei no último compasso
e que nem isso (assobiar) posso mais.
O mundo anda tão cheio,
cheio de gente,
gente cada vez mais vazia,
vazia de algo que lhe acrescente,
acrescente uma ou duas poesias,
poesias que anestesiem a mente,
mente que anda tão cheia,
cheia desse mundo que anda cheio de gente.
Andei mais de 1500km,
e ainda continuo no mesmo lugar.
Não sei se é porque não reparei no percurso e me enganaram fazendo a volta,
ou se não importa aonde custo desejar chegar, sempre acabo no mesmo lugar.