Weberson Domingues
Casos:
Um amigo me contou que queria pintar as paredes da sala, mas sua esposa não o deixava porque poderia cair tinta nos móveis. Homem esperto, esperou ela sair, arredou todos os móveis para o meio do cômodo e fez o serviço. Chegando em casa, o moça olhou móvel por móvel, percebendo que não tinha caído uma gota sequer neles, disse: "Eu odiei essa cor"
Estou cheio
Já abri o ziper da alma
E nada de alívio
Essas piadas
Que me arreganhavam a arcada dentaria
Idiotas
Hoje me acusam náuseas
Estou farto
A papa já salta o queixo
Meu rosto redondo
Mas sem o brilho da lua
Eu precisava cagar
Cagar essa comilança
Mas parece que há algo a remoer
E ainda nem acabou o mês.
(Bar da esquina)
No bar da esquina
Têm poesias
Faladas aos soluços
Entre ânsia de trago forte
E sinceridade de bêbado
Outro dia
No papel do cigarro do Paraguai
Alguém marcou ao lado do "40 reais"
"Esse se não pagar, aqui não bebe mais"
Quatro reais a dose de conhaque
Se chorar, ganha uma espremida de limão
Desce forte
Esquenta o bucho
Desperta o leão
Petiscos?
Sempre aparece o cara do salame
Ele sabe pra quem vender só no olhar
Tem gente com fome
Mas ninguém quer pagar
Dois dedos de amargo
Completa com catuaba
Bebida do velho Alceu
Segundo ele
Levanta o danado
A esposa fica faceira
Parece que vê Deus
Bate sinuca
Pife
Amizade
Emprestaram
10 pro Seco
Participar do truco
Lazarento
Bicho bom
Sai com mais de 50 na mão
No bar da esquina
Tem gente de verdade
Que chora, ri
Dança
Canta
Você não acha em nenhum outro lugar da cidade.
Sou filho de quem
Sou filho da arvore
Fiz dos troncos irmãos
As folhas minhas primas
Querem o chão
Meu pai terra
Sempre a me regar
O primo vento a me balançar
Sou filho do rio ribeira
E era guri na nascente
Depois de muito correr
Até moleque virei
Os peixes que ele ama
Com beijos conquistei
Sou filho do nego descalço
Que não quer pisante
Quer sentir a terra fértil
Sempre, todo estante
Sou filho do índio
Que perdeu toda minha família
E hoje mais bastardo
Vai de auto atrás da alegria
Sou filho da rosa
Em cada pétala uma tia
Cada acúleo uma realidade
Fiz da natureza minha namorada
E hoje colho minhas felicidades.
Sou filho do mar
Que com toda sua humildade
A baixo de todos ficou
E assim construiu toda seu imenso amor.
Weberson Domingues; Eu.
O vira-lata
Tão acostumado a maus tratos
Teve carinho
Receoso da mão
Mirou a lata de lixo
E foi em sua direção
Deixando pra trás à atenção
Lá, já deitado
Pensou desanimado
"E, se naquela mão
Também houvesse coração?"
E este fim de tarde
Os pássaros a procurar espaço na árvore
Este descanso vindouro
E estes sentimentos guardados
Com isso
E mais o que não sei
Decreto meu amor a vida
Prometo estar enquanto for.
Do cálice dos deuses o néctar de amor cairá sobre os acúleos que as relações fizeram brotar nas flores de sua alma, podando-os e florindo ainda mais seu âmago.
A vida que é curta fica tão pequena
Se não tenho os braços da morena
Por isso canto
Danço e dou risada!
Pra tentar esquecer auquela danada
Na vida tem mulherque faz de tudo por você
E outras que não fazem nada
Você escolhe
Se chora ou da gargalhada
Olha querida
Esperança de uma vida
De tudo melhor
Sei do seu passado
Do peito suado
De tanto correr
Correr de momentos
De sentimentos
Sentmetos de dor
Mas te prometo
Te dar o mundo
E todo o amor
Não são só promessas
Não me escuta com pressa
Pare pra pensar
Que ao meu lado
Sendo seu namorado
Tudo vai mudar
Algo chama para dentro, chama para aquele espaço pouco explorado. Como se chamar atenção do que há fora perdesse todo o encanto. O chamo continua e continua: "vem, vem, me explore, seja meu amigo"
E você se ve em meio a uma linha, de uma lado o mundo, do outro, o chamado. Vou para onde? E sussurra a alma "vem, seja meu amigo"
O caminho mudou apenas em aparência
Os pés são os mesmos
Antes descalços, hoje protegidos pela validade
E caminhamos
Caminhamos em círculos
Outro dia um jovem repetiu os erros de seu avô
A menina usou a saia da avó e foi dançar
Se conehceram no baile
O filho se chamará João, em homenagem ao avô do rapaz
Na parede um quadro velho daqueles pintados,
Têm 3 pessoas muito parecidas
O artista não manjava muito de caricatura
Mas quem liga?
A alegria é relembrar
As esquinas gritam o passado
Até o cheiro é igual
O pão ao menos não mudou muito de uns mil anos pra cá
E nem a fome
Minha pestana é idêntica a de um primo de minha mãe, ele era bem engraçado, não lembro o nome.
Guardei a flor que me deu
E mesmo seca, ainda é linda
Lembro das promessas ao me entregar
Imaginei todas
Todas
Em minha cabeça imagino a continuação de nossa história
É lindo.
Ao entardecer
Quando os pássaros se aninham
Nesse momento
É quando mais me lembro de você
E junto da noite você vem
No horizonte de minha alma
Ainda restam cintilações deste amor
O sol se foi.
Deixa eu ser o que sou
Então seja você
Que nosso limite seja se compreender
Sem se machucar
Sem julgar
Sem querer se maior
Ou se sentir menor
Que eu esteja em algum momento único com você.
Tem dias que por horas busco entretenimento para tentar fugir de mim memso, isto porque nesses mometos meus pensamentos estão em guerra, me destruo e me reconstruo em questão de minutos. Sou a marreta e o construtor de mim memso.
Muito importante ter alguém pra explicar o que vc realmente sente sobre algo que te aflinge. Rir é fácil, eu mesmo já fiz muitos rirem, mas os dramas de minha alma um ou outro conhece, e sempre será assim.
Muitos aprendem falar antes de andar.
Se bons sentimentos o acompanhar nesta empreitada, mesmo que chegue, ainda terá muitas possibilidades; por outro lado, se for acompanhado de orgulho e vaidade, uma hora bate no teto. Enquanto o primeiro nutre, o segundo esvazia. É mais difícil caminhar com fome.
Tem dias que a única coisa que não me é enfadonho é a arte, nesses dias todo o mais poderia deixar de existir, inclusive eu mesmo.
Mergulhei em mim
Para te encontrar
E lá no fundo da alma
Você gritava:
"Sou apenas lembranças, meu amor"
Meus pés descalços
Não seguem em vão
Mesmo que ainda longe
Carregam o peso da carnede Adão
Eu entendi a importância de sonhar
E se ficar parado pouco ou nada posso mudar
O caminho é íngreme
Pedras podem rolar
Mas não me abalo
Vou caminhar
Queria ver verdade em seu sorriso
Sei que sorri para que pensem que está bem, que está viva
Fico triste por saber que precisa disso
Queria você sendo voce.
Quando criança, sempre que me envolvia em alguma discussão acabava perdendo o controle, isto me levou por muito tempo a evitar qualquer tipo de conflito. Agora, já adulto e um pouco mais controlado, já não temo quase nada os conflitos cotidianos, entretanto continuo me envolvendo muito pouco com eles, não por medo de se descontrolar como outrora, mas por achar a maioria deles de uma idiotice sem igual.
A multidão busca seu reflexo pardo na multidão. Fagulhas que juntas tentam produzir uma fogueira que aqueça de uma só vez inumeráveis corações. Não os culpo por tamanha falta de calor na alma, mas eles me culpam por não querer levar à sua fagulha minha fogueira.