Wânyffer Monteiro
A arte do nada dizer...
As palavras misturam-se. Olho para o teclado de letras embaralhadas que juntas fazem nenhum sentido. É inútil tentar fazê-las ter nexo se meus pensamentos não o tem.
Crio mais um blog para suprir a nudez de palavras que tomou conta de mim no endereço passado. E como este se chama? "A arte do nada dizer" (será golpe da ironia de mim peculiar?).
Não importa como eu una as letras e depois as palavras, elas traduzirão pensamentos vácuos de uma mente vazia de sapiência e experiência.
Não sou Machado, Poe ou Gaiman, porque alguém se preocuparia em desvendar os delírios de minha mente insensata no momento em que vomito palavras como um bêbado que após o ápice de tontura, cairá aliviado no chão sussurrando palavras de consolo para si mesmo?
Escrevo, portanto, para mim mesma. Um dia, quem sabe, a Wânyffer Monteiro necessitará lembrar o que a jovem Wan pensava. E, lendo esse quebra-cabeça de pensamentos incompreensíveis, mergulhe profundamente em busca do seu âmago e nunca esqueça o passado. Quando a sua maior diversão era nada dizer.
E a vida esvanece como a chama de uma vela que luta contra o vento para não se apagar, mas, no fim, deixa apenas a fumaça que acorda a todos os outros para a realidade.
Sorriso no rosto. Lágrimas na alma.
Eu queria poder chorar, mas só saem sorrisos. A boca desmente a alma. E a alma salgada anseia pela salvação dos olhos.
"O que é pior? Uma pessoa sentimental ou uma cética?"
"Sentimental", respondo eu.
Mas já não sei. Juro que já não sei.
"Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez."
E a tristeza que aflige não é o bastante para acabar com quem sou.
Pois quem sou é maior do que aquilo a me derrubar.
Tenho em mim toda alegria do mundo e capacidade de amar.
Luto batalhas infindáveis e não me deixo morrer
sou forte e capaz de vencer.
Não desisto. Me fortaleço na própria dor.
E naquele que é o maior amor.
Desesperança e amargura acompanham muitos durante suas vidas. Como se as coisas nunca dessem certo. Como se uma simples pedra tivesse a força de uma muralha.
As pedras são necessárias e a jornada é longa.
A vida é uma dádiva que dificilmente será vivida facilmente, mas que temos a difícil tarefa de torná-la fácil a nós mesmos.
Se martirizar internalizando que nada dará certo por ter topado em uma pedra só deixa o caminho mais longo. Topar, cair e reerguer-se lhe torna capaz de superar limites, derrubar barreiras, cruzar trincheiras e chegar ao topo de montanhas.
Você pode escolher seu destino: ser o derrotado que continua no chão após um tropeço, ou aquele cheio de ferimentos de batalhas que vai deixar sua marca no topo da montanha conquistada.
A vida é uma constante guerra e o dever nas trincheiras é vencer batalha por batalha, pois a guerra, só se sabe se foi vencida ou não, após o último sopro de vida.