Waninha Araújo
Eu conto : saudade de contar meus “causos”.
Meu cachorro Branco passou mal ontem, tadinho. Sujou a varanda e jogou o tapete por cima, o levado. Faz bagunça e esconde … mas não tinha tapete pra tanta coisa !
Ficou lá na varanda, o bichinho; não entrou mais na sala, onde gosta de ficar.
Quando eu cheguei na varanda e vi aquilo tudo, olhei pra ele, ele olhou pra mim ainda deitado e ficou esperando.
Eu falei pra ele : passou mal porque comeu a ração do gatinho, né Branco?
Ele levantou, veio pra perto de mim, me olhou com carinho como que me pedindo alguma coisa. Depois foi até o portão e de lá olhou pra mim de novo. A Pequena Preta ficou impaciente, parecia chorar mas não estava brava como de costume. Ela ja sabia, eu ainda desconfiava.
“Você quer ir pra rua né Branco?”, perguntei pra ele. Há muita verdade nesse olhar de cão.
Falei com ele : vai um pouco, quando eu voltar você entra, tá bom?
E fui comer a canjiquinha do Marcinho, aquele manjar dos deuses. Não sei quem ficou mais triste sem aquela delícia … não fez ontem mas ja temos um encontro pra próxima quinta. Ele prometeu.
Chegando em casa, “lá vem” ele - como falava meu amigo contador de histórias inventadas, que adora o “lá ia” - . Chegou, brincou, pediu carinho - que retribuí, lógico -.
Não entrou. Foi andando, olhando pra trás me mostrando o caminho como se me chamasse pra ir - pra eu me alegrar com o convite -, mas era só mesmo pra mostrar que ia e por onde iria. Desconfio até que tem uma morada fixa por ali, mas sempre volta.
Ainda agorinha (umas 4 e pouquinho) acordei, li mensagem triste que não quis ler ontem pra dormir tranquila, e fui lá fora abrir o portão pra ele. Não estava. Ainda não. Com esse frio, cão de rua que é, certamente achou um abrigo pra dormir. Quem sabe a tal morada fixa? Mais tarde vem tomar o leitinho dele. Tomara!!!Comidinha caseira é bom mas o que cura mesmo é a grama, o capim da rua.
Depois conto o retorno do Branco e a alegria da Pequena Preta. Ela nao sai do portão.
Essa historia é verdadeira, uma “fábula parabólica”.
Bom dia pra quem é de amor.
Bom dia pra quem não é de amor … ainda!
O que eu tenho é meu
Não importa quem deu
(Se foi alguém ou se fui eu)
Caminhos de rosa e escória
Fazem parte da minha historia!
Memórias tatuadas
Viagens que no tempo marquei
Lembranças registradas
De tudo que vivi e amei.
Caminh’ando
Crê’sendo
Voo’indo
Um dia triste outro só’rindo!
Tirou a máscara se despiu da fantasia
O que era amor chamou de ironia
Me tirou a alegria
Não tenho mais seu bom dia!
Toda nossa conversa
Os papos que a gente ria à beça
As histórias : nossa festa
Você não está mais nessa!
Passear de mãos dadas não rolou nem convite
Tampouco foi com ferro ou açoite
Então nem sei como pôde
Também não é mais meu seu boa noite!
Você que ouviu meus segredos
Soube todos os meus medos
Fugiu de medo de mim
Fim
Né nao? Né sim.
Passaro livre
Livre se vive
Vive de bem
Bem te vi
Te vi
Tive
Voou
Voou
O que fizeste das tuas asas?
Aprisionou-te o medo
Ou perdeste a vontade de voar!
Só tal vez!
Me lembro de coisas vividas
Tentando não trazer pra vida
Alguma vez que pensei ser ouvida
Alguma vez que senti ser ousada
Uma tal vez que senti ser usada
Tudo que já não me serve pra nada
Hoje eu não diria
O que eu disse um dia
Diante de tanta hipocrisia
Minha utopia
Faz uma ode à ironia
De quem outrora temia
Ora ampara a tirania
Morre crença renasce confiança
Esperança
Nao há dúvida que a fé não vença
Nao há tempo sem presença
Quem espera … morre sentado
- em pe, cansa -.
Quem sabe faz Agora!
Estud…ando
Evolu…indo
Crê…sendo!
Mente e ira
Mente e ego
O ego mente
Só mente
Escuta as batidas
do coração
Sente o ar entrar
no pulmão
Deixa flu…ir
Ac’alma a mente
Calmamente
Somente
e se por vergonha ou medo
decide manter segredo
segrega enredos
entre protagonismo e claque,
adoece o corpo
entorpece a alma
milindra-os;
enquanto a mantem prisioneira de sonhos nunca d'antes (nem doravante) realizados
eis que ele, o corpo,
já desguarnecido de sua bela plumagem
cede, exaurido, triste e só!
é
madrugada
la fora noite fria
êrrê madrugada
absorve
consome
seduz
não ouso Teu nome
não uso Tua foto
ouça meus ais
lamentos de dó
momentos de dor
descanso em ti
noite escura
revejo meu dia
componho meu verso
invento o inverso
encontro
sei quem é
sei que - Tu - É
Fonte de minha embriaguês
meu ópio
Estrela a me guiar
Minha fé
é só
É.
Um belo dia você resolve
que não vale mais a pena
e as pessoas simplesmente
desaparecem de sua vida
te dando a certeza do que você,
sabe-se lá como e porquê,
supunha saber.
Até esse dia
você traduz em sorrisos
os devaneios do Ser,
o que você realmente é.
Quem os recebe,
e se contenta com eles,
nem sempre consegue perceber
a opacidade do olhar,
principalmente
quando as almas discursam
idiomas incompreensíveis
umas pras outras.
Passou é passado
Acabou, tá acabado
Nada tem volta
A vida é um rio
Só corre pro mar
Socorre aflitos
Que têm a chance
De continuar a navegar
Protege infinito
Mãos dadas com o ar
Águas mansas densas
Corredeiras cachoeiras
Turvas brancas
Lá vai a vida
Lá vai o rio pro mar
Se rebela se de ti aprisionam as margens
Não
Não me prendam
Me deixem passar!
Às vezes
No meio da madrugada
Você acorda e
"Tuuummm"
Assim, do nada,
Como uma rajada de vento
Lhe ocorre um pensamento
Às vezes
"Tuuummm"
mais rápido
Que uma rajada de vento
Lhe escapa o pensamento
Às vezes assim, do nada,
uma rajada de vento
"Tuuummm"
Como uma bofetada
Uma porta é fechada
"Tuuummm"
É o som do seu pensamento
A flexa que corta a rajada do vento.
Vou ali na bica
Tomar um'água benta
Que me deixa bem bonita
Talvez encontre um sapo desencantado
Que além d'um abraço apertado
Também queira beijar minha boca.
O Grande Encontro acontece quando,
mesmo atravessando o mundo,
Por nem um segundo
O seu mundo
Se desfaz
Permanece o que foi
o que há
o que será
Degusto a pequenez das palavras mal ditas
Cuspo o fel
Absorvo o mel
A seiva
Que me alimenta a alma
O abraço o aconchego
A paz que acalma.
No Japão encontrei mais que um amigo
Me encontrei comigo.
Acros.tecendo
T odos os dias a mesma rotina
R epete cada movimento
I nsiste nisso
S istematicamente
T ermina o dia
E ntediado
Z zzz dorme
A manhã será nova rotina
P are
O bserve
R epense
F aça diferente
A gora
V alorize o sorriso
O rdene o pensamento
R eorganize seu dia
V iva o novo
A brace a vida
I nvista em você
E nfim
M ais do que
B uscar a cura
O re, olhe para dentro de si
R eforce o mais importante:
A me! ... (a todos. Amém!)
A ganância gera o mau
A covardia o alimenta
A ignorância o propaga.
Mistura tudo com uma pitada de orgulho e outra da mais pura soberba : Pronto!
O adubo perfeito, terra fértil para mal.
Uma bomba atômica da degradação da espécie humana.
Há quem se alicerça no contraditório e busque em alguma via de ódio suas justificativas.
Ainda não reconheceu e menospreza, portanto, a força do amor.
Sistematizar o "olho por olho dente por dente" é sinal de que não aprendera a grande lição.
Possivelmente jamais aprenderá!
Verossímil :
Meus sentimentos, um dilúvio.
Busco a fé de Noé
A magia que vem de Maria
Em Deus, a condução
dos caminhos meus.
Quem tem o mal, o injusto dentro de si enxerga o mal, o injusto em tudo que vê
e fica à espreita esperando
que o mal, o injusto aconteça.
Não pra sua felicidade,
mas pelo prazer de expressar,
na zombaria,a sua miudeza.
Daí surgem as alcunhas generalizadas
e o tal prato compartilhado de farelos.
Haja rivotril!
E foi assim
Bem assim
Veio um vento fresco com um perfume de jasmim
Tudo era cor
Era flor de todo tipo
Peguei uma pra mim
De suas pétalas soltas jogadas ao vento
A última foi bem-me-quer
Ficou o caule
E dele eu fiz um anel
Um anel de bem querer
E até que raiasse o dia
Eu o usaria
Depois não
Depois ficaria junto com outras lembranças
Tantas outras lembranças
Uma a uma, harmonias incomparáveis
Cada uma com seu próprio compasso
Alegoria para me enfeitar
Alegria para me enfeitiçar.
Por anda vagueias, alma traquina
Ainda sobre as ondas do mar
Ou jaz na areia
Exausta intensa inteira
Eterna menina
O perfume que sentes
E segues inebriada
Entre rios e mares e campos e vales
Banha-te de mil prazeres
E tu, alma travessa, não te contentas com nada
Arrisque fincar morada
Experimente um breve pouso
Vislumbre por um único instante o infinito
E eternizarás em ti a paz que anseias.
Se por um fio atravessas mil mundos
Numa piscadela alcanças a luz do fim do túnel
Ja é dia onde há pouco era escuridão
Acalma teu coração no sonhar
E seus sonhos realizar-se-ão.
Nem tudo faz sentido para todos
Nem por isso deixa de ter sentido para alguns.
É o princípio básico do respeito à vida e suas diversas nuances.
Cacofonia
Enquanto te espero
Não realizo o que quero
Melhor deixar-te partir
Sei bem por onde eu quero ir
Todos os beijos que eu pensei
Os melhores, foi pra vc que eu guardei
Todas os meus sorrisos,
Do mais tímido ao mais escandaloso
As minhas alegrias
Pra você eu dediquei
Aquele abraço gostoso
Que pula no colo
E enlaça o pescoço
E roda ... e beija ...
Enquanto roda, beija
Depois, calmos,
De mãos dadas, caminhar
Foi com você que eu sonhei.
Produza
Pra meia dúzia
Produza
Um único exemplar
Produza
Um pensar
Palavras soltas
Caminhos que as levam o ar
Caraminholas que me trazem o mar
"Respingos ... quase poesia"
Produza