Waan Oliver
Nem sempre vamos poder viver todos os nossos sonhos, viver a nossa missão de alma, mas cabe a nós aprendermos com essas adversidades e encontrarmos uma nova maneira de ser feliz, de talvez se reinventar.
E querendo ou não, de uma forma ou de outra, todos nós sobrevivemos. Mesmo despedaçados, feridos, nós sobrevivemos. E a gente precisa se reinventar à partir dessas vivências.
O tempo continua ainda sendo o melhor remédio para muitas coisas na nossa vida, principalmente quando o assunto é relacionado aos sentimentos. Nada como um dia após o outro para tudo ir se ''acertando''. O tempo apenas nos mostra as verdades, e muitas vezes uma verdade que negamos em aceitar. O tempo apenas nos abre os olhos.
Às vezes a cura é uma palavra chamada aceitação. Aceitar o que nós somos, o que nós temos e o que nós vivemos.
A gente sempre pode recomeçar, se reinventar ao longo da vida. Não podemos parar diante das dificuldades, devemos estar sempre nos transformando, aprendendo com aquilo que a vida está nos apresentando.
No fundo cada um tem o que merece. Nem sempre vai ser o ideal, o perfeito, mas vai ser de acordo com aquilo que cada um tem em si.
Espelho, espelho meu, mostre-me o que eu ainda não sou capaz de ver.
E adivinha qual foi a resposta do espelho?
Apenas um reflexo de um ser.
Muitas vezes nós continuamos presos em relações porque esperamos que o outro seja aquilo que ele não pode ser, esperamos que o outro faça aquilo que ele não pode fazer. Continuamos sofrendo não por culpa do outro, mas por nós mesmos. Pela nossa falta de percepção, pela falta de consciência e principalmente pelo ego, pelo o orgulho em aceitar que o outro nada mais é que ele mesmo.
Cada decisão nossa afeta a vida de todos de uma forma na qual não imaginamos. Nós somos senhores do destino uns dos outros.
Mas o que é normal? O que é ser normal?
Todos nós temos as nossas manias, os nossos próprios conflitos internos e muitas vezes nós mesmos nos cobramos para sermos ou parecermos normais diante das outras pessoas, diante da sociedade. Buscamos a todo custo uma perfeição, um ideal que está longe da realidade do ser humano. Construímos um personagem ao longo da vida para ocultar o que no fundo nós somos, algo que no fundo nós mesmos escondemos de nós.
A gente não conserta ninguém. Ninguém precisa ser consertado. Precisamos é aprender com as experiências, aprender a seguir adiante e conviver com a falta, talvez com algumas dores. Talvez o aprendizado maior seja aprender a aceitar o que nós somos. Precisamos aceitar a nossa humanidade. Você não foi feito para ser perfeito, para ser robô. Você foi feito para ser humano.
Muitas vezes a nossa cura está numa palavra chamada aceitação.
Almas ''gêmeas'' só podem se unir quando ambas já resolveram os seus próprios conflitos internos. Só se unem quando já deram um grande passo, quando a consciência já iniciou um processo de despertar.
A culpa é somente nossa!
Todos nós estamos jogando as nossas responsabilidades em alguém, acreditando que esse alguém seja um Messias que poderá nos salvar de um mundo cruel. Mundo esse que nós mesmos criamos e cooperamos todos os dias para que seja assim.
Estamos dando um poder que o outro não tem, estamos dando uma santidade que o outro não tem. Esperamos que o outro faço por nós um milagre que somente cabe a cada um de nós fazer por nós. Esperamos que o outro tenha uma consciência que não temos. Colocamos no Messias todo o peso que nós carregamos por preguiça.
No fundo o Messias só é mais um humano, alguém para martirizarmos, para culparmos pela nossa falta de responsabilidade, consciência e maturidade. No fundo o Messias é alguém para apontarmos os erros que negamos em assumir. A história sempre repete, o final é sempre o mesmo.
Quem faz o outro de Messias mais tarde fará ele de Algoz. O Salvador e o Algoz somos nós que criamos. Não espere santidade de alguém que é apenas humano.Não peça o impossível de quem apenas pode oferecer o possível.
Esse Messias não vai salvar ninguém, não irá levar ninguém para terra prometida, para nenhum paraíso. Quem irá se salvar é apenas você mesmo. Cada um é responsável pela própria vida.
Seja consciente!
Ser bom nem sempre é o melhor. Muitas vezes o bom acaba fazendo mais sacrifícios. Sustentar um ego bom acaba sendo muito exaustivo. A escolha não é entre ser bom ou mau, mas de ser você.
Muitas vezes a missão mais difícil é justamente a de deixar as coisas como elas estão. O aprendizado maior é o do não interferir.
O que as ovelhas negras nos ensinam?
A ovelha negra tem um papel muito importante dentro de um sistema familiar. Dentro de uma visão sistêmica o papel da ovelha negra é de justamente nos fazer olhar para aquilo que não queremos olhar, que não queremos aceitar.
Muitas vezes olhamos a ovelha negra como sendo algo mau, mas é um mau bom, é um mau necessário. É através da ovelha negra é que vamos ter uma nova visão, uma nova consciência daquilo que ainda muitas vezes está em nós, está no nosso inconsciente, está na nossa sombra. Podem parecer rebeldes mas são salvadores quando o quesito é colocar ordem no sistema.
É muito fácil julgar os outros, ditar o que é certo para os outros, mas quando a situação é no nosso sistema as coisas ficam bem diferentes. Simplesmente não sabemos como reagir, como lidar com essa informação nova. E muito do seu papel é de nos tirar da zona de conforto, causar um choque mesmo.
O que a ovelha negra está tentando dizer é: Eu existo, eu estou aqui! Eu preciso ser visto, eu preciso ser acolhido. Não adianta fugir pois vou estar sempre aqui. Não sou um problema, sou algo para ser aprendido, acolhido dentro de todo o sistema familiar. Não vim para trazer discórdia, mas a libertação.
E a ovelha negra vem sempre com esse papel de trazer mais consciência para o sistema, de poder dar sempre um passo a mais, de fazer pelo sistema algo que os nossos antepassados não puderam, ou não conseguiram. O objetivo é sempre de trazer mais luz, mais consciência e mais amor.
O papel da ovelha negra muitas vezes é para nos libertar de nós mesmos. Nos libertar da nossa própria falta de consciência. Porque a sombra só pode desaparecer quando colocamos luz nela e para colocar luz é preciso olhá-la.